Capítulo 1 : O Príncipe e o Plebeu

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DANIEL:

Como o tempo voa, mal cheguei a faculdade, e já estou retornando das férias de meio de ano, o segundo semestre já vai começar depois desse final de semana relaxante, estou deitado com meu príncipe, não é sempre que passamos uma noite toda juntos, ele dorme, parece um anjo, com sua pele branca, seu corpo magro e definido, ele parece uma estátua grega, assim, deitado, ele parece não ser o mesmo jovem agitado e inquieto, e as vezes irritado. Mas é o meu príncipe que dorme, e que eu escolhi para ser meu. Deste aquela noite, em que ficamos pela primeira vez, posso dizer que minha vida mudou, contudo não senti muita diferença nas minhas atitudes e no meu modo de pensar. Claro que ter uma relação sexual com outro garoto não era uma das escolhas minhas, ou mesmo algo que eu imaginava fazer. E segundo, nunca seria o Alex, não. Quando duas pessoas têm afinidades, se torna provável uma relação mais íntima, no nosso caso, foi um amor improvável.

Enquanto ele dorme, posso fazer uma pequena reflexão do que foram estes últimos meses depois daquela noite inesquecível onde perdi minha virgindade com outro homem. Logo nos dias seguintes Alex parecia eufórico, na faculdade sorria feito bobo, e eu também, contudo, eu sabia que não poderíamos sair por ai dizendo que éramos um casal. Pois foi algo que o próprio Alex me pediu, e claro, eu também não estava ainda preparado emocionalmente para algo assim, contudo não era nosso estado emocional que o preocupava, mas seu pai. Procurei agir normalmente, e quando tinha oportunidade dava um toque para ele desanimar um pouco.

Nossos amigos, sim, posso dizer que Alex ganhou novos amigos, o Filipe cada vez mais próximo, a Ariel cada vez mais interessante e inteligente, em alguns momentos eu cheguei a imaginar que ela suspeitava de nós, mas nunca fez nenhum comentário sobre ou nos deixou em uma situação constrangedora. Já Alicia, vendo que não conseguia nada comigo, começou a dá em cima do Alex, imaginem só... Claro, nesses momentos nós riamos, pois o Alex se mostrava como antigamente, ficava todo cheio de si, e dava uns fora nela... já ela parecia ficar mais interessada, não entendo essas garotas... Já os antigos amigos dele, foram aos poucos sumindo, então notei que o Alex, simplesmente deixou de sair com eles, também não fiz nenhum comentário, afinal na faculdade não é bem como no colégio, as turmas são grandes, tem pessoas que eu nem sei o nome ainda, e outras que se encontrar fora da sala, nem saberia dizer se é colega de curso.

Em relação ao trabalho, não aceitei a proposta de Alex, ele queria que nós trabalhássemos juntos no escritório dele, mas depois falei com ele, que não faríamos assim, logo depois do pai dele me por para trabalhar com meu tio, iriamos deixar para o segundo semestre, depois das coisas se acalmarem um pouco, afinal tinha acontecido muitas coisas. Outro ponto que não concordei com ele, foi o fato dele querer me levar de carona todos os dias para a faculdade, mesmo sendo na mesma direção, ele teria que sair um pouco de sua rota, e mesmo agora as pessoas sabendo que éramos amigos, ainda assim, achei arriscado, e como sou um pouco cauteloso, consegui convencê-lo depois de combinar que às vezes eu pegaria carona de volta.

Na faculdade quase não ficávamos a sós, claro, tínhamos um pequeno grupo de amigos, que nos fazia companhia. Então, durante a semana, sempre lá pelas quarta, pois geralmente tinha pré-estreias nos cinemas, combinávamos de ir, dessa forma íamos para um motel, onde ficamos até o horário em que o filme estava previsto para terminar. Não assistíamos filme nenhum. Quando não tinha pré-estreia, deixamos o encontro para os sábados, a noite ou fim de tarde. E para não levantar suspeitas, as vezes saiamos em grupo, ou convidávamos o Filipe com Ariel, ou o grupo todo. E ai depois ficávamos a sós. Claro que essa situação não o animava muito, se fosse por ele, morávamos juntos, mas eu não estava ainda preparado para um relacionamento desse nível, queria sim, ficar com ele mais tempo, mas também eu sentia que ainda era um namoro, e namoro é a fase em que devemos conhecer melhor o outro para sim, depois de comprovar, saber se pode se casar, morar junto. Eu sentia que ele tinha essa vontade, mas também o achava ainda se sentindo preso ao pai. O pai que me dava medo.

Alex & Daniel - 2: Uma Serpente entre as flores (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora