XII - O Dia Depois de Amanhã

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...Angelo

Eu acordo cedo. Nos separamos durante a noite ‒ tão distantes como podemos ficar sem um de nós cair no chão.

Acho que nenhum de nós está acostumado em compartilhar a cama. Tem sido mais de quatro anos, desde que eu acordei na cama com alguém. Mesmo assim, a única razão para eu não sair antes da manhã era porque eu estava chapado demais para chegar até em casa. Esta é a primeira vez em que fico intencionalmente para ver o que aconteceria na manhã seguinte.

Tento não ficar nervoso. Estou um pouco dolorido da noite passada. Foram mais de quatro anos, desde que deixei um cara me foder também. Esqueci como se sente no dia seguinte ‒ a dor, suave e calma que você lembra o dia todo o que fez na noite anterior. Eu não me arrependo, no entanto. O que aconteceu ontem à noite foi diferente de tudo que já experimentei.

Mesmo quando deixei caras em cima de mim em uma base regular, eu nunca senti nada parecido com o que eu senti com Zach. Como as nossas almas estavam se tocando. Foi lindo, surpreendente e assustador. Me pergunto se vou me se sentir assim, cada vez com ele. Eu sei que Zach acha que me ama. Eu sei que vai dizer isso também. É demais para esperar que eu vá ser capaz de dizê-lo de volta. Só espero que possa jogar com calma e não enlouquecer direto.

Ninguém nunca me amou antes. Quer dizer, eu gosto de pensar que minha mãe o fez em algum momento. Mas obviamente não é o suficiente para ficar ao redor. E algumas das minhas mães adotivas me disseram que me amava, mas nunca o suficiente para me manter, ou para ficar em contato quando cheguei a me mudar novamente.

Tive muitos outros amigos, com quem acabei na cama. Não amigos como Zach, no entanto. Eu sempre saio antes que eles pudessem obter todas as ideias, das coisas ficando sério. Nunca me importei por qualquer um deles da maneira que eu cuidasse dele. Ainda assim, mesmo agora, há uma voz pequena em minha cabeça me dizendo para dar o fora antes que ele acorde.

A voz está me dizendo que quanto mais perto eu o deixo ficar, mais vai machucar no final. Estou tentando não ouvir. Eu o queria por tanto tempo. Esta é a coisa real. Se não puder enfrentar, vou me arrepender. Não consigo fazer a voz ir longe, porém. Eu o ouço se mexendo. Não posso mesmo virar e encará-lo. Ele se move para cima atrás de mim e envolve seus braços em volta de mim. Ele beija a minha nuca.

- Tudo bem? - Pergunta ele calmo.

Apenas o som de sua voz me faz sorrir. Assim como não me lembro com o que eu estava preocupado alguns minutos antes.

- Sim.

- Que bom.

E eu sei que está sorrindo também. Sua mão está se movendo sobre o meu lado, todo o meu estômago. Eu posso senti-lo crescer duro, e está acontecendo à mesma coisa comigo.

- Podemos ficar aqui o dia todo?

Eu ri.

- Você me diz.

Ele geme um pouco.

- Provavelmente não.

- É melhor parar agora então. - Eu digo provocativo, e ele ri.

- Você está certo. - Ele beija meu pescoço mais uma vez, então começa a se levantar. - Vou tomar um banho...

Ele deixa a dica, e eu sei que é um convite.

- Vá em frente.

- Ok.

Se está desapontado, não deixou transparecer. Ele vai para o banheiro, e eu estico nas minhas costas, aproveitando grande parte da cama. Eu volto a dormir. Acordei com mãos em meus quadris e lábios no meu estômago. O cabelo de Zach
ainda está molhado e gotas frias caem sobre minha pele. Ele está deitado entre as minhas pernas, e sua língua se move sobre a tatuagem no meu estômago. Estou imediatamente e dolorosamente duro.

A à Z (Série Coda - 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora