182 - Coragem

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- Mallya on-

- Confesso que até fiquei impressionado quando encontrei vocês duas juntas. - Admirou Jung Kook mirando a luz da lanterna para a escuridão espessa que se formava pouco a nossa frente, mas não paramos para conferir se estava tudo certo ao nosso redor e continuamos caminhando pela trilha de destroços criada pelos Fenrir - É incrível ver que vocês duas, que na verdade são inimigas mortais em nossos reinos, simplesmente são melhores amigas aqui em Helltown. - Jung Kook acrescentou e eu comprimi os lábios pensativa, enquanto guiava a lanterna na direção do caminho a frente. Todas essas últimas informações estavam sendo mais difíceis de digerir.
- Ainda estou tentando ligar os pontos. - Disse a Mallya quando eu a encarei, na esperança dela ter entendido algo que eu não, mas parecia que estávamos no mesmo barco - Bem, - Começou ela assim que viramos a rota, seguindo as direitas e se infiltrando ainda mais na densidade de mato, galhos e árvores, infelizmente a trilha levava naquela direção, então tínhamos que seguir -Pelo que Jung Kook e Jimin contaram, nossas mães não se davam bem, mesmo sendo irmãs, e elas só pararam de brigar entre si quando criaram uma inimiga em comum, que era tão poderosa quanto elas... - A Mallya falou e eu coçei os olhos num impulso nervoso.
- Nesse caso a mãe do Mark. - Completei sua fala pensativa, e a Mallya assentiu, o Tae, que estava entre nós duas ainda parecia confuso, e um pouco entristecido por algum motivo. - O pior é que eu ainda to tentando entender, como, em todo esse rolo as três se uniram pra fazer ou pactuar o tal do Ciclo pra engravidarem. - Falei e a Mallya me fitou pensativa por alguns instantes, e quando seu olhar cruzou com o de Tae, ela percebeu que tinha alguma coisa errada com ele.
- O que você tem Tae? - Perguntou ela enlaçando seu braço no dele, e ele suspirou com pesar.
- Eu queria me lembrar pra poder ajudar vocês, eu sei que fiz parte do Ciclo, que assisti tudo que acontecia diante dos meus olhos. Mas não lembro de absolutamente nada. - Falou ele angustiado e a Mallya o abraçou com carinho.
- Está tudo bem, somos detetives, a gente descobre. - Disse ela com um sorriso brincalhão no rosto e eu sorri também.
- Console-o, eu vou ver se consigo mais alguma informação dos meninos. - Falei e pisquei pra ela, e então apertei o passo, enquanto o Tae e a Mallya ficaram um pouco pra trás, e ao alcançar Jung Kook e Jimin, eu me encaixei no meio deles, caminhando junto, meu frio tinha diminuído um pouco com a correria pela mata, porém mesmo assim a noite ainda estava gelada.
- Vocês realmente não sabem nada sobre o Ciclo? - Perguntei curiosa e Jung Kook me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Todo ser que teme pela própria vida não sabe. - Respondeu Jung Kook e então eu bufei.
- Como meu conselheiro você devia me dar informações úteis. - Reclamei pra Jung Kook e Jimin deu risada.
- Por mais que ele deva, ele é apenas um conselheiro, ele serve para te dar conselhos. - Explicou Jimin e eu arqueei uma sobrancelha pra ele.
- Então eu quero um conselho sobre o Ciclo. - Pedi e Jung Kook quem riu dessa vez.
- Eu a aconselho a não querer saber nada sobre o Ciclo, - Falou Jung Kook ao desviar de um galho aparentemente pontuado que estava em seu caminho - Por mais que você seja parte dele. Quanto menos souber melhor. - Ao terminar de falar eu percebi que havia um pouco de temor em seu tom de voz. Ele tinha medo de alguma coisa. Isso me faz pensar que talvez, tenha mais pessoas por trás do Ciclo, ou seres, que podem ser ameças as testemunhas que viverão o Ciclo. Pelo que eu e a Mallya sabemos o Tae é uma dessas testemunhas, e perdeu as lembrançad por causa disso. E além do mais, foi torturado durante anos na masmorra do Mark, enquanto a mãe do Mark, que pelo visto era uma mulher cruelmente malvada o ferrava dia após dia.
- Por que? - Perguntei - Quem ou o que é o silenciador do Ciclo? Aquele que vocês tanto tem medo? - Perguntei e Jung Kook e Jimin trocaram olhares, mas não responderam minha pergunta, pois havíamos parado de caminhar, a trilha tinha acabado.
- Não tem mais pra onde ir. - Analisou Jimin e quando eu bati os olhos no local onde havíamos chego, e reconheci, eu senti um calafrio subir pela espinha dolorosamente. Era a igreja onde o corpo da minha mãe foi encontrado.
- Você não gosta desse lugar. - Reparou Jung Kook olhando pra minha cara e alguém esbarrou em mim, quando olhei pra trás era a Mallya, e o Tae estava sorrindo, mas a felicidade foi extinta quando eles avistaram a paisagem macabra a nossa frente, onde estava a igreja.
- Sempre soube que os Fenrir eram sinistros e violentos, mas não esperava que gostassem de fantasmas. - Ironizou a Mallya pra tentar quebrar o clima pesado no ar que se instalou ao sabermos onde teríamos que entrar, e eu coçei os olhos nervosamente.
- Vamos encarar? Ou deixar pra amanhã? - Perguntei a Mallya e Jung Kook franziu o cenho.
- Deixar pra amanhã parece uma ótima ideia - Falou ele.
- Sinceramente, por mais que eu não me dou bem com escuro, principalmente naquela igreja demoníaca, acho que vamos ter que entrar. - Falei apontando pro local e a Mallya encolheu os ombros.
- Fazer o que.

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