Sangue

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Faz cinco horas desde que todo aquele tumulto começou. O panico continuou lá fora por um bom tempo até ficar tudo em silencio, como está neste exato momento.

Há muitos alunos na quadra, o medo é coletivo. Ninguém está bem. Néd está sentado na arquibancada conversando com Lara e Tara. Ele está tão amedrontado quanto qualquer outro, seus pensamentos não conseguem esquecer de mim. Quando fomos separados na multidão ele acabou sendo arrastado pelo tumulto e não conseguiu voltar para me ajudar.

- Ele deve estar bem. - Tara tenta conforta-lo.

- Ele não entrou com agente. - Ele fala com pesar. - Eu não sei se está bem mesmo. Vocês viram oque aquelas pessoa estavam fazendo, se ele foi pego... O Derek é um garoto fragil, ele não sabe se defender.

- Não foi sua culpa. - Lara fala.

- Eu sei mas...

- Sem mas, apenas não foi sua culpa.

Do outro lado da quadra um gupinho tentava bolar um plano para escapar dali, mas nenhuma idéia era inteligente o suficiente.

- Merda! - Rian está descontente e inquieto. - Isso nunca vai dar certo.

- Não podemos ficar esperando aqui. - Um de seus amigos diz.

- Ainda acho que o resgate vai chegar. - Um outro garoto avisa.

- Já faz cinco horas. - Rian vossifera. - Não temos sinal de celular e nem internet, como vamos avisar que estamos aqui? Ninguém sabe que estamos vivos.

- Vão nos procurar.

- Quem vai?

- A policia, o exercito, eu não sei.

- Merda, merda, merda.

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- O corredor está fazio. - Charles está pendurado na janela alta do laboratorio espiando a movimentação do corredor. - Mas tem algumas pessoas mortas.

Meu nariz sangrou um pouco por causa do chute que recebi mais cedo. A energia eletrica acabou a mais ou menos tres horas, o sinal de telefone já não existia quando o ataque aconteceu, assim como a internet.

Dentro do laboratório tem treze alunos.

Alguns estão dormindo, outros em choque. Eu não sei como agir, mas tenho certeza que ficar dentro desta sala não é uma opção. O resgate ainda não veio e mesmo se vier eles não sabem aonde estamos. Não temos como avisa-los e também não é seguro lá fora. Porém aqui dentro as coisas não estão indo bem. Dois garotos ja sairam nos socos por uma discução futil e não acho que a paz vai durar muito tempo. Logo alguém será ferido e eu não quero estar aqui dentro quando isso acontecer.

Estou sentado em uma mesa observando a situação. Sinto sede, fome, medo, dor. Droga! Eu nem sei o que está acontecendo.

tenho que sair daqui. Estou me sentindo sufocado e fico imaginando o que vai acontecer quando eles perceberem que o resgate não vai chegar. Por quanto tempo a sanidade resiste?

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Os corredores estão silenciosos. Tem sangue por toda parte e alguns corpos devorados pelos cantos. Os loucos passaram um bom tempo badernando pela escola, mas parecem ter desistido de abrir as portas e se dispersaram. Alguns estão pelos corredores, atentos a qualquer barulho ou movimentaão, prontos para atacar qualquer coisa que chame sua atenção. A maioria está do lado de fora do prédio, estão calmos. alguns tão imoveis que difícil acreditar que não passam de uma estatua.

Estão por toda parte estão esperando as portas abrirem e os alunos sairem.

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