186 - Convocação

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- Mallya on-

- Mark isso pode ser arriscado! - Bradou Jung Kook e Mark o fulminou.
- Mantenha-se afastado então. - Respondeu ele ríspido e então ergueu a foice novamente. Estava determinado e por algum motivo eu gelei.
- Mark! - Gritei quando a foice desceu na direção do meu pescoço, o corpo todo tensionado, por um momento pensei que perderia a cabeça, mas me lembrei do que ele havia dito, sobre o susto, e então me mantive firme, sem soltar minha mão da de Jimin e sem tirar da porta. Quando a foice desceu eu cerrei os olhos, apertei a mão de Jimin com ainda mais força e senti uma agonia se instalar no meu peito, meu coração que antes batia tão acelerado havia começado a se acalmar, tudo ao redor pareceu explodir em escuridão, ainda mais do que já estava, e então eu abri os olhos.
De repente comecei a enxergar muito mais do que eu achei que fosse capaz, minha visão havia se ampliado avidamente e além de ver tudo ao meu redor com mais do que somente nítidez, eu também pude contemplar o que estava do outro lado do chão, eu podia enxergar através da parede.
E além disso também estava ouvindo muitas vozes, vozes preocupadas. Do Tae, do Jung Kook, do Mark muito perturbado, e do Jimin que parecia estar me guiando de alguma forma, se sobressaindo às vozes. Ninguém estava falando, estavam todos calados enquanto a porta começava a se abrir no chão, e mesmo assim eu escutava eles falando, mesmo com as bocas fechadas. Eu estava ouvindo...?
- São os pensamentos deles, é normal você poder ouvir isso. - Avisou Jimin me acalmando, mesmo sem proferir nenhuma palavra pela boca - Seus poderes foram aguçados pela força do Mark, pelo fato dos quatro sermos das trevas, todos os nossos poderes são afetados. - Quando Jimin parou de "pensar" a porta estava totalmente aberta, e outro grito da Alícia estava correndo pelo porão.

- Alícia on-

Meus olhos mal acompanharam o movimento da lâmina e eu cai no chão atordoada, batendo as costas na prateleira atrás de mim e sentindo sangue começar a manchar minhas mãos, porque minha camiseta e a blusa já haviam sido rasgadas de fora a fora, da gola até a bainha. Ela havia me cortado, da base do pescoço até a barriga com a foice. Não eram cortes tão profundos, mas ardia como se fossem, e não parava de sangrar.
Quando a mãe do Mark se aproximou eu senti o coração se apertar no meu peito e uma sensação dolorosa se alastrar pelo meu corpo, era mais do que dor, era uma agonia inquietante, que parecia que ia me dominar por completo, me congelando por inteiro. Não sei identificar o que estava acontecendo, mas pareceu ter efeito na mulher, pois ela se aproximou ainda mais, como se estivesse contemplando alguma coisa que despertava sua curiosidade.
- Você tem os olhos iguais os da sua mãe... - Sussurrou ela impressionada e então segurou a foice perto de mim, com a lâmina perto de meu pescoço, eu estava ficando com ainda mais frio agora, meu corpo inteiro parecia estar se moldando em cubos de gelo, cada parte congelando. De uma hora pra outra eu não estava mais enxergando apenas silhuetas no escuro, agora eu conseguia enxergar tudo ao meu redor, cada coisa e cada detalhe com clareza, como se estivesse durante o dia, e eu pudesse ver coisas diante do sol. E vi a mãe de Mark, o jeito como seus longos cabelos vermelhos de raiva se comportavam num coque bem elaborado no alto da cabeça, e a armadura feminina que ela estava trajando, com a marca de uma foice exposta na frente, não era o tipo de armadura de guerreiro, era a armadura de uma rainha. De uma Cavaleira do Apocalipse.
- Lave sua boca antes de falar da minha mãe, vadia. - Quando terminei de falar ela ameaçou levantar a foice para me golpear novamente, e eu peguei no cabo e segurei. Por incrível que pareça ela não conseguiu mais erguer, mesmo usando bastante força pra isso, parecia que eu também era forte agora, e que também conseguia testar forças com ela. Agora o jogo estava empatado, e eu não tinha em mente a ideia de perder pra ela.

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