Capítulo 1
A noite havia chegado na cidade e, junto à ela, veio a sombria escuridão consumindo a floresta. Como ordem da Rainha, a floresta não podia ser visitada durante a noite.
Era possível escutar sons de animais pela redondeza, mas isso não atrapalhava a coruja que estava silenciosamente se alimentando de um pequeno roedor, a atenção dela estava totalmente voltada para seu alimento. O barulho de um galho se quebrando foi ouvido, acompanhado por passos apressados, uma pessoa passou correndo logo abaixo do pequeno galho que a ave estava, fazendo a mesma tirar a atenção do roedor -já morto- e acompanhar o caminho que a pessoa percorreu. Perdendo o humano de vista, a ave voltou ao seu jantar.
A mulher corria apressadamente, sentindo sua garganta cada vez mais seca e ardendo, graças ao vento que batia em seu rosto e, consequentemente, em sua boca que já não proferia som. Desistiu de gritar por socorro quando percebeu que não havia ninguém por perto, agora era só ela. Corria como se sua vida dependesse disso...E dependia. Sentiu seus olhos arderem e ficarem lacrimejados, atrapalhando sua visão, vez ou outra olhava para trás tentando ver se ainda estava sendo perseguida. Soltou um grito agudo quando foi de encontro ao chão, tentou levantar, mas foi impedida pela dor cruciante que sentiu em sua perna. Mais uma vez, olhou para trás, suspirou aliviada quando não encontrou ninguém. Respirou fundo levantando-se, ignorando a dor e sentindo lágrimas molhando suas bochechas. A mulher recuperou o fôlego pronta para retomar sua corrida, quando de repente suas pernas travaram e sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Estava ali. Bem na sua frente. A criatura medonha de quem ela vinha fugindo desde a hora que entrou na floresta.
Tentou manter a respiração calma e andar em passos lentos para o lado oposto que estava indo. Sua mente ficando confusa quando percebeu que a criatura não se movera um centímetro, estava parada, quase relaxada, sentiu novamente suas bochechas molharem. Não iria conseguir correr. A criatura se moveu, fazendo a mulher prender a respiração e fechar os olhos, esperando a morte.
Percebendo que ainda estava viva e que não havia sido atacada, ela abriu os olhos confusa, encontrando seu perseguidor à centímetros do seu rosto. Olhando nos olhos amarelados da criatura que estava com as presas à mostra, a mulher gritou. Gritou com o susto que havia tomado; gritou de pavor; gritou pois sabia que ali era o seu fim. Sentiu sua garganta arder muito mais, mas isso não cessou seus gritos. Deu passos apressados para trás, ainda sem quebrar o contato visual com a criatura, sentiu suas costas ir de encontro com algo que pensou que fosse uma árvore. Até que alguém a pegou por trás, uma terceira pessoa. Em gestos ágeis, levantou a cabeça da mulher e pegando sua adaga, passou a lâmina afiada no pescoço dela. Silenciando para sempre a mulher.
Freya Elizabeth Coraline, Princesa de Ivanova.
15 anos depois.
– Como a maioria sabe sobre o século XIX: Ele testemunhou o crescimento da influência dos impérios Britânico, Russo, Alemão, Japonês, e dos Estados Unidos. Como consequência, ocorreu A Queda de Ivanova. O que causou isso? – o professor perguntou, pausando o slide. – Vamos, gente, faltam alguns minutos pra terminarmos.
Margaret escondeu sua cabeça entre os braços numa tentativa de não ser o alvo do professor para responder. Estava dando o melhor de si para se manter acordada. Como era costume em dia de slide, os alunos estavam imersos em seus pensamentos, alguns até mesmo dormindo.
– A inveja do império Britânico. – um aluno respondeu, ainda com a voz sonolenta e sarcástica, arrancando algumas risadas, até mesmo do professor.
– Justo. Eu dei brecha pra resposta. – ainda rindo, o professor acendeu a luz, alguns alunos resmungaram insatisfeitos com a claridade repentina. – Hoje encerramos mais cedo, já sabem disso. Continuamos na próxima aula.
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Vida Longa à Rainha
General FictionMargaret não é o tipo de garota que vive a procura do amor de sua vida, ela apenas...deixa acontecer. Muitas vezes na vida ela toma decisões de quais se arrepende ou não está preparada para conviver. Mas ela não se arrepende de uma única decisão, e...