|III|

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— Onde está o portal?! —
Sabnock, grita a uma das ninfas, em um acampamento que montaram na parte
mais negra da floresta. — Vamos começar com as mais novas! — ele ameaça. — Prestous!

—Sim senhor? — um horroroso trol vem logo ao seu chamado.

— Comece pelas mais novas e frágeis. — ele instruí, com todo seu veneno na voz.

— Sim, milorde?

Com uma espécie de alicate na mão, o trol se aproxima das seis ninfas amarradas ao chão do acampamento.

Depois de avaliá-las ele pega uma pequena pelos cabelos, que berra de dor, e com um
puxão ele a arrasta para longe das outras e começa a usar o alicate em suas mãos e guelras.

— Ahhh!!! — seus gritos ecoam pela floresta.

— Você nunca encontrará Graran, na terra encantada só entram os bons! — diz a ninfa ao lado de seu algoz, em desespero pela companheira.

— Deixem-na! — todas gritam.

— Ei! — grita um dos trols. — Calem-se.

As ninfas baixam a cabeça, em obediência.

— Chega disso, nada de moleza! Prestous! Você sabe o que fazer.

Prestous, que estava com a pequena ninfa nas mãos
a arrasta pelos cabelos novamente, pegando o alicate...

— Pare agora! — grita uma voz em meio às árvores — Não ouse tocá-la!

Todos no acampamento se viram assustados para olhar de onde vinha a voz, mas só se via o negrume da floresta.

De repente um som de uma trombeta soa, e logo é seguida por relinchos altos, muito perto.

Impossível!
Quem estava se aproximando do acampamento?

Sabnock, estava furioso, seus homens eram os melhores
em serem rasteiros, como deixaram que alguém fosse mais espertos que eles. Como ele pode deixar tudo na mão de seres tão imprestáveis?!

— Quem está ai?! — ele grita com sua voz ameaçadora, que sai como um estrondo no meio da noite sombria de inverno.

No momento em que o som da trombeta para, surge por entre as árvores um ser esguio e forte, de olhos negros como a noite, e cabelos mais negros ainda.

Trajando uma farda do exército dos sátiros,
mais não era um sátiro, e sim um dos grandes salies que a usava. Pelas orelhas, o diabólico híbrido percebera — assim como todos presentes — que o que viam era um elfo.

— Então quer dizer, que o exército de sua majestade está tão decadente, que eles agora estão colocando até suas crianças para lutar? — disse em troça, alto para todos escutarem.

Com a mão direita faz um gesto para um de seus capachos, indicando que deveriam começar a formar a estratégia de ataque.

— Não estais vendo uma criança, criatura maldita. E já te disse para soltar a pequena! — falou, virando-se
para o trol, que ainda segurava a pequena ninfa pelos cabelos.

O elfo estava armado com um arco, e suas flechas afiadas apontavam para Sabnock, que já sabendo
que estavam cercados, tentava tramar um modo de se safar ileso.

— Não vejo porquê ele deve fazer o que pedes. — Desafiou.

— Não tentes brincar comigo malévolo, sabes muito bem que estás sem saída. Agora, manda que teus homens fiquem juntos, assim tudo terminará mais rápido.

— Agora! — grita o híbrido, a seus capangas, que logo pegam suas armas e miram para a floresta.

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O futuro nos olhos de uma ninfaOnde histórias criam vida. Descubra agora