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       CHRISTINE ACORDOU COM o livro ao lado do corpo e sentindo a brisa da madrugada congelar seu nariz

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       CHRISTINE ACORDOU COM o livro ao lado do corpo e sentindo a brisa da madrugada congelar seu nariz. Era extremamente difícil se esquentar mesmo com aquela montanha de tecidos em cima dela. Sentia os pelos do corpo se arrepiarem com o ar frio e os pés tornaram-se duas pedras de gelo. Ela nunca pensou que sentiria falta da temperatura tropical do Brasil, mas lá estava ela, choramingando por estar com frio; com saudade de sua cama macia, de seu quarto e do cheiro de café dos vizinhos que invadia o cômodo todas as manhãs.

Ela deixou um suspiro escapar e abriu os olhos. Ao fitar a janela, entendeu o porquê de o quarto ainda estar tão escuro. Uma nuvem cinzenta gigante pairava sobre a biblioteca, denunciando o tempo nublado; e o sol estava bem distante, descansando preguiçosamente um pouco acima da linha do horizonte, clareando apenas algumas partes específicas da cidade.

Era possível ver alguns rastros de luz iluminando telhados e edifícios ali e acolá, mas o calor do sol estava muito longe dali. Christine desviou seu olhar para o lado direito e viu Sarah dormindo, encolhida no canto da cama, abraçando seu próprio corpo.

Sentando-se na cama, ainda Christine tentou organizar as informações do dia anterior. Kai, Lino, Leila e Tatiana seriam presenças constantes agora, mas apenas um invadia seus pensamentos constantemente: Kai.

Como ela conseguia sonhar com ele antes mesmo de tê-lo conhecido?

Era loucura! E ela continuaria guardando aquela maluquice somente para ela. Não precisava de mais perguntas sem respostas. Ela deveria focar naquelas que podiam ser respondidas, e as que estava mais curiosa para saber. Era o que estava disposta a fazer.

Os movimentos de Sarah por debaixo dos vários lençóis trouxe Christine de volta para a realidade. Ela se levantou e esticou o seu cobertor por cima do outro com o qual a amiga se cobria. Após assegurar o conforto de Sarah, ela tateou o bolso da calça em busca do celular e fitou o visor. Não havia ligações perdidas, nem mensagens de texto, o que significava que Plínio não havia dado por sua falta ainda, muito menos voltado para casa.

Casa.

A mera lembrança deixou Christine um tanto incomodada.

O que ele encontraria quando retornasse?

Com muita sorte, o tio não encontrara nenhum problema durante sua estadia fora de casa e, decerto, não corria nenhum perigo. Ele não deixara nenhum endereço e não carregava celular, pois dizia não saber usar aparelhos modernos, seria impossível para Christine achá-lo... O homem não era a melhor das companhias, mas ela não desejava a sua morte, afinal, ele não era somente seu guardião legal, era seu tio.

Um arrepio percorreu por sua medula espinhal e ela tremeu, espantando o pensamento logo em seguida. Precisava de respostas e não as encontraria ali sentada naquela cama.

A ÚLTIMA GUARDIÃ  | AS SAFIRAS LUNARESOnde histórias criam vida. Descubra agora