Eles guardam um segredo entre si.

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Minghao ria de seu melhor amigo, Mingyu estava com batatas fritas em seu nariz tentando ao máximo ver o sorriso do chinês brilhar em seu rosto e sorriu logo em seguida feliz com sua conquista.

— Não quero que ligue para os moleques, eles são imbecis...

— Mingyu, por que anda com eles?

O medo era presente em Minghao; não gostava da ideia de perder novamente amizades por ser como era. Havia se mudado de país, não só pelo trabalho de seu pai, mas pelo o que havia sofrido na escola. Quando chegou em Seul, Minghao decidiu que jamais tocaria nesse assunto novamente e ninguém saberia sobre.

— Eles são meus colegas, Hao. Estudamos e jogamos juntos, é impossível não manter o convívio, mas depois que você chegou eu não sou mais o mesmo de antes — o mais alto ali sorriu — obrigado pela amizade!

— Eu que agradeço, seu merda. Mas para de ficar perto desses preconceituosos, você é uma pessoa boa, não é que nem eles... né?

Mingyu assentiu com a cabeça, cabisbaixo, enquanto comia. De fato não era mais como os meninos desde que havia posto os seus olhos no chinês. Qual era a probabilidade dele se apaixonar por um cara? Mingyu já entrou nas brincadeiras daqueles meninos, mas nunca as levou a sério pra si. Depois que se aproximou de Minghao e teve a certeza, então, de que não deveria jamais ter julgado alguém por ter esse tipo de sentimento, que era tão novo pra ele, mas tão puro também.

— Que foi? — Minghao perguntou preocupado ao ver o desanimo repentino de Mingyu.

Kim Mingyu se sentia um idiota, um verdadeiro idiota. Sabia que Minghao não sentia o mesmo, sabia que Minghao era hétero mesmo com os meninos tirando com sua cara. Mingyu sabia e queria sumir porque jamais seria capaz de dizer isso a ele, mesmo ele não sendo preconceituoso como seus antigos amigos.

— Nada não, Hao.

— Ei! — Mingyu permaneceu com a cabeça baixa comendo o que restava de suas batatas — Olha pra mim Gyu. Eu amo você, tá?

Idiota, era isso que o Mingyu tinha convicção de que era. Porque bastavam aquelas palavras pra ele sorrir igual um bobo para o seu melhor amigo sentado ali na sua frente.

— Também amo você, Hao. Mas estamos parecendo dois melosos assim.

— Ai credo, não posso ser mais fofo, também? Não vou ser mais.

— Não disse isso — Mingyu falou fazendo biquinho e Minghao se martirizou mentalmente por olhar com desejo aqueles lábios.

Mingyu teve outra certeza: de que estava ficando maluco.

— Precisamos ir, temos prova semana que vem e eu não estudei. — Minghao riu nervoso — Meu hangul é péssimo...

— Vai com calma, você é bom e vai melhorar nas notas, okay? Vou estudar com você para te ajudar.

Estavam ambos deitados no chão de barriga para cima olhando o teto do quarto de Minghao.

— Credo, Hao. Por que pintou seu teto de cinza escuro?

— Porque o branco me irritava.

— Emo.

— Seu cu — Minghao soltou uma risada ao virar e encarar Mingyu risonho muito próximo de seu rosto. Ele olhou profundamente aqueles olhos antes de se perder nos lábios do moreno.

— Hao?

— Oi — disse, agora voltando a olhar aqueles olhos escuros.

— Você gosta da minha boca?

Mingyu é um idiota. Onde histórias criam vida. Descubra agora