É Um Dom!

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Essa história é um presente para as maravilhosas Guardiangel_1 e
im_Lovage.
Eu amo vcs garotas, obg pelo apoio de sempre <3

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Merda, lá estava ele de novo.

De pé, sobre o balcão da boate segurando uma garrafa de vodka, mostrando o dedo do meio para Jean que tentava irritantemente lhe lançar beijos, e vestindo a carranca raivosa de sempre.

Os cabelos louros estavam revirados , mas Otabek pensava em várias maneiras de bagunçá-los ainda mais.

Mas sabia que não seria tarefa fácil.

Yuri estava put0.

Quer dizer, puto ele sempre estava, e na maioria das vezes, era exatamente o gênio forte e irritado do russo que o fazia amá-lo tanto. Mas dessa vez as coisas iam além do mau-humor costumeiro do Plisetsky.

Otabek tinha pisado na bola, e sabia disso. E era por isso, que via o pequeno showzinho do namorado como um castigo para si. Ele merecia sentir aquele ciúme. Merecia ver o amado sensualizando sobre o som da sua música, enquanto outros caras o secavam com os olhos, alguns até mesmo tentavam lhe passar a mão, mas o moreno via o olhar mortal que Yuri os lançava, um olhar que dizia “Se você tocar seus dedos imundos em mim, amanhã você não terá dedos”, e sentia-se animado com a ideia de que, ainda que com raiva, Yuri mantinha-se fiel.

Soltou a última música do set que tinha escolhido para aquela noite, e guiou os olhos até os esmeraldinos que sabia que o encaravam.

Assim que que o Russo percebeu que finalmente tinha a atenção do namorado, virou a última dose da garrafa, e passou a dançar de forma ainda mais sensual. Ameaçando tirar a camisa que trajava, e baixando de leve o cós de sua calça, deixando seu caminho de pelos amostra.

Yuri queria enlouquecê-lo, e estava conseguindo.

Sem ser capaz de se segurar mais, correu em direção ao bar.

—  Yura, desça daí, vamos pra casa.

—  Olha só quem resolveu aparecer pessoal, o grande DJ Altin. Sintam-se agraciados por estarem em sua magnífica presença.

—  Yura, por favor…

—  Oh grande astro da música, não deixe que um mero mortal como eu tome sua grandiosa atenção, vá até seus fãs.

Otabek aproximou-se mais tentando pegar Yuri pela mão e fazê-lo descer, mas ele o empurrou.

—  Me desculpe, eu sei que errei, mas eu precisava vir. Era algo importante.

—  Que ótimo, a merda de  cachê é mais importante que a porra do nosso aniversário de 5 anos juntos.

—  Eu não queria ter que fazer isso, mas você não me dá escolha…

—  O quê?!

E antes que Yuri pudesse o contrariar, Otabek o tinha colocado sobre suas costas e o carregava para fora da boate sobre seus socos e protestos.

—  Yuri eu sinto muito por ter vindo trabalhar no dia do nosso aniversário, mas eu não podia negar, nós precisávamos sair e…

O moreno tinha o colocado no chão, e Yuri tinha se virado de costas para a moto.

—  Acho melhor você calar a porra da boca, porque só está piorando a situação. - Yuri virou-se novamente para si, com um olhar acusatório. - Só vamos voltar logo pra casa, eu ‘tô muito bêbado pra discutir contigo agora.

—  Tudo bem, vamos voltar, eu vou cuidar de você.

—  Você não vai tocar em mim essa noite, idiota… Eu…

Otabek só teve tempo de segurar os fios loiros em seu punho, antes de Yuri gorfar todo o jantar em seus pés.

—  Merda!

***

—  Merda!

A luz que entrava pela janela fazia seus olhos arderem, e a cabeça latejava ainda mais. Flashes da noite anterior rondavam sua mente, e a raiva do namorado voltava com toda força.

Como eu pode preferir trabalhar à ficar consigo num dia tão especial como aquele?

Antes de abrir os olhos, tateou a cama em busca de Otabek, percebendo que estava sozinho.

Bufou.

Jogou o travesseiro do namorado sobre o rosto e virou-se, querendo dormir novamente.

—  Yura? Já está acordado?

—  Vá para o inferno! - enrolou-se ainda mais nos lençóis, encolhendo o corpo, estava com tanta raiva, e tão magoado… Não o deixaria vê-lo chorar.

—  Yuri… - ouviu o suspiro do namorado e sentiu ainda mais forte o nó em sua garganta. - eu só queria… Era pra ser uma surpresa, mas você… Começou a gritar comigo e não quis me ouvir, e depois começou a beber, e acabou desmaiando… E eu… Céus, foi um desastre.

—  Saia! Me deixe dormir.

—  Eu trouxe um analgésico, e um isotônico, você deve estar enjoado.

—  Saia! - gritou ainda mais alto.

—  Merda Yuri, por que você tem de ser tão infantil? Tire a merda do travesseiro do rosto e talvez consiga me entender…

—  Entender o quê Beka? Que você está tão cansado de mim, que prefere trabalhar a passar um tempo comigo?

Yuri finalmente descobriu a face e encarava os castanhos com mágoa, mas seus olhos foram atraídos para os balões em formato de coração que flutuavam por todo o teto quarto, e logo após para as velas apagadas que faziam um  caminho desde a porta, até a cama.

—  Be-beka!

—  Você estava dizendo?

—  Oh meu Deus, eu sou tão idiota. Como você me suporta?

—  É um dom! - Otabek deu de ombros, subindo na cama e tomando os lábios de Yuri nos seus.

—  É porque você também é um idiota! - Yuri o abraçou - Me desculpe, amor, me desculpe… Eu disse coisas…

—  Eu amo você Yurakatcha! - o moreno o calou com mais um beijo - Feliz aniversário!

—  Merda, eu também te amo!

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