VI - desmaio

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Acordo com ânsia de vomito e tonta, vou para o banheiro, lavo o rosto e bebo água da torneira, tomo meu banho, sento na cama por causa da tontura, não posso desmaiar se não estou ferrada.
Vou para cozinha pego um copo de água com gelo, ainda tenho que fazer esse dia de NF só posso comer algo amanhã.
Me troco e saio para ir para a escola, não vou encontrar com o Ryan hoje, pelo menos isso, mas infelizmente vou ter que ser a "professora particular" dele, isso vai ser horrível (ou não).
Chego na escola encontro com Jane e fomos para sala as aulas sem nos falar, estava intediante como sempre, pelo menos é hora do recreio, vou para a biblioteca procurar algum livro tipo Garotas de vidro que amo de coração, mais não encontrei nenhum, o recreio acabou, não comi nada, uffa consegui evitar aquele monte de porcaria que tem no refeitório.
O sinal toca.
Hora de ir embora.
Vou sozinha como sempre, paro em um banco porque estou com muita dor de cabeça, mexo no celular e quando vejo só estou eu na rua as outras pessoas já foram embora, resolvo ir pra casa com uma corridinha, no meio do caminho fica tudo preto.
Acordo em uma cama, não é a minha, onde eu estou, é um quarto até bonito parece ser de menino, a porta do quarto abre.
- Acordou !. - é o Ryan, estou na casa dele, porque ?.
- Porque eu estou aqui ?. - falo baixo quase que um sussurro, a dor de cabeça piorou.
- Porque você desmaiou no meio da rua, sorte sua que eu estava atrás de você. - ele fala com a voz alterada. - Você tá sentindo dor de cabeça ? Porque você provavelmente bateu quando caiu no chão.
- Sim, e muita. - falo
- Aqui tem remédio toma - ele me entrega um copo de água e um comprimido - Você tem que parar com isso. - ele fala me encarando.
- E você tem que aprender a cuidar da sua vida. - retruco tomando o remédio.
- Enquanto você estiver se matando por dentro eu vou cuidar da sua vida.
- Porque você se importa com isso ? - falo em um tom alto e nervosa, ele me irrita.
- Porque graças a essa merda que você ta fazendo eu perdi a minha irmã, graças a essa merda ela se matou, sozinha porque achava que precisava ser magra pra ser amada, graças a essa merdar eu encontrei ela morta esgotada no quarto dela com a porra de um lâmina no chão do lado dela. - ele fala gritando, ele estava vermelho, suas veias no pescoço saltadas, ele se senta em uma cadeira com a mão no rosto.
- Sinto muito pela sua perda, mais isso não quer disser que eu vá me matar tambem.
- Ou que você não vai tentar denovo, porque sua primeira tentativa deu errada. - ele fala me encarando.
- Que, como você ... - fico pensativa e assustada, como ele sabe, só meus pais, Dylan e Jane sabem disso.
- Dylan me contou, só precisei pressionar um pouco. - ele está muito serio.
- Ele não devia fazer isso, filho da. - fico irritada com Dylan, mais agora já foi.
- Se você não parar com isso eu vou contar para seus pais, é sério.
- Você não se mete na minha vida, eu sei que você está preocupado por causa da sua irmã, mas somos diferente. - falo seria.
- Como, falando que você está bem, que tudo vai ficar certo, porque isso que ela falava todo santo dia quando eu conversava com ela, e é tudo mentira. - ele fala com os olhos marejados ao lembrar de sua irmã.
- Mais você mal me conhece, eu já tenho pessoas que me ajudam não preciso de mais uma se intrometendo.
- Não importa o que você fala, se você continuar eu vou fala para seus pais. - ele se levanta e fica em pé na minha frente, ele não para de me olhar.
- E porque de tanta preocupação, já deu pra notar que eu tentar me matar não da certo. - falo o encarando tambem, meu coração acelera.
- Me preocupo sim, mesmo que a pouco tempo eu me encantei com você desde que a gente se esbarrou no bosque. - ele fala chegando perto.
Ele coloca a mão no meu pescoço a vai até meu cabelo e me beija, ele cola seu corpo no meu e passa a sua outra mão na minha cintura, eu coloco as minhas mãos em volta do seu pescoço.
Ele me beija devagar e vai parando, até parar completamente, ele cola sua testa na minha.
- Não quero que você faça uma besteira. - ele sussurra.
- Não vou.
Ele me beija novamente e se afasta.
- Sua mãe deve estar preocupada com você. - ele está calmo e sério agora.
- Ela já se acostumou comigo chegando mais tarde. - falo.
- Eu te levo até a porta.
Ele me acompanha até a porta, vou para casa, tenho medo de que esse sentimento seja só por me "salvar" já que não conseguiu fazer isso com a irmã dele.
- Onde você estava ? - minha mãe pergunta.
- Na biblioteca, vou pro meu quarto, estou com dor de cabeça.
- Esta bem então, se precisar de algo é só pedir.
- Tá.
Vou para o quarto faço 200 abdominais, vou tomar banho, subo na balança 44,8, tomo um diurético, vou para minha cama ligo a TV e fico lá mesmo, mexo no celular, entro nas minhas fotos das minhas thispiration.

Preciso ficar igual a elas.

Preciso ser magra.

Sempre que você diz não para comida, você diz sim para magreza.

Vejo uma frase que esta salva no meu celular do meu livro preferido.

"Comer era difícil,
respirar era difícil,
viver era o mais difícil".

Desligo a TV e vou dormir.

Ainda sou eu, Chloe Benson (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora