I'll make this feel like home

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Heeeeeey, tudo bom com vocês??
Depois de 'Destiny' eu venho aqui com Home, eu tirei esse plot de um print que eu tenho guardado a uns anos, então pelo jeito isso realmente aconteceu.....
PS: O mesmo é com Destiny, eu também tirei de um print que eu tenho guardado. Espero que vocês gostem e que vocês a amem como eu amo: com todo o meu coração.
All the love <3


"Quando você estiver perdido, você vai encontrar um caminho
Eu serei sua luz
Você nunca se sentirá sozinho
Eu te farei se sentir em casa"

Olhei para Louis que estava do outro lado da mesa, olhando com cuidado e admiração para cada foto que estava espalhada pela superfície de madeira.

Era tão tranquilizante, eu me sentia de uma forma inexplicável cada vez que olhava para esse homem e o via bem, sorrindo verdadeiramente e fazendo as coisas com prazer.

Louis e eu tínhamos nos conhecido a pouco mais de três anos.

E eu ainda me arrepio quando penso naquela noite.

Havia resolvido voltar caminhando a pé da casa da minha mãe até o meu apartamento, não era muito longe e passava por uma ponte. A ponte não era muito alta, mas alta o suficiente para que quem pulasse dali morresse em decorrência do impacto com as pedras do rio.

Louis estava em pé no muro, olhando para baixo pronto para pular.

Seu olhar era vazio, apagado e com tanta dor que eu me senti sufocar no momento em que olhei diretamente para os olhos azuis como geleiras.

Me aproximei com cautela, não querendo de forma alguma assustá-lo e fazê-lo pular. Minha intenção era justamente o contrário.

Eu me apresentei, ainda de longe, ele acabou por sentar no muro, calmo e balançando as pernas como se não estivesse pronto para acabar com a própria vida.

Aos poucos, fui falando com ele até estar do seu lado, quando vi que ele ainda olhava para baixo e percebi - com certa tristeza - que ele estava apenas esperando o momento que eu fosse embora para pular, resolvi chamá-lo para um café.

Ele pensou, olhou para baixo durante alguns minutos. Talvez ele tenha imaginado o seu corpo caindo dali, talvez pensando na família, olhou para o céu por mais um momento e sorriu triste em direção das estrelas, mas quando ele olhou para mim eu percebi um brilho de lágrimas junto com um pouco de esperança que iluminavam o seu olhar.

Nós fomos para o meu apartamento já que não havia nenhuma cafeteria 24h por perto. O caminho foi silencioso.

Ele sentou no meu sofá e quase permitiu que as lágrimas rolassem pelo seu rosto quando eu perguntei se queria falar sobre o que tanto lhe atormentava.

Louis assentiu, meio trêmulo e segurando a caneca com chá (ele me contou que preferia chá como o bom inglês que era). Aos poucos ele foi falando, respirando fundo entre uma frase e outra.

Ele me contou como a sua irmã havia falecido em um acidente, de como era para ter sido ele em seu lugar, e que a sua família não aceitava muito bem o fato dele ser gay. E que doía cada segundo sem a irmã do seu lado como facas quentes sobre a sua pele.

Fizzy era a terceira mais velha de sete irmãos. Ela estava fazendo exame para ter carteira de motorista, Louis vivia tendo problemas com a mãe pela sua sexualidade, e ele tinha resolvido sair naquela noite para se divertir, mas sua mãe acabou entrando em trabalho de parto e só sobrou a menina para dirigir até o hospital.

No caminho um cara bêbado bateu em cheio no carro da família, bem do lado em que garota estava.

A morte foi instantânea, ele contou. Havia câmeras pelo lugar que apontavam que a menina estava na velocidade permitida e dirigindo com extrema cautela.

O erro foi inteiramente do cara bêbado, que não tinha sofrido nada mais que alguns arranhões.

A sua mãe e os bebês sobreviveram, mas a morte da garota trouxe um buraco que não poderia ser tapado por nada no coração da família.

Depois de chorar, Louis dormiu no meu sofá e no outro dia eu acordei com ele fazendo café e panquecas como forma de agradecimento.

Acabamos por trocar nossos números quando me ofereci para ouvi-lo mais vezes.

Depois de dois meses de cafés - e chás - durante a madrugada e dias difíceis eu consegui convencê-lo a ir ao psicólogo. Um ano depois ele estava melhor, lidando com a depressão e a perda de forma que me deixava orgulhoso.

Nesse um ano depois a gente também estava namorando.

E eu só sentia mais orgulho a cada dia de ver quantas batalhas ele já havia vencido e esperar as que ele ainda iria vencer.

No fim a família toda fez terapia em conjunto, para trabalhar o fato dele ser gay e a perda da menina.

Depois de um ano e meio de namoro, muitas batalhas vencidas, dias repletos de chás, conversas e beijos e decidi que não precisava de mais tempo para saber que aquele homem era o que tornava a minha vida mais colorida - ele era o verão e as borboletas que aquecia meus dias - então o levei até a mesma ponte em que nos conhecemos e eu lhe ofereci um anel, casamento e uma flor que jogamos no rio para Fizzy.

Agora estamos aqui: com ele rindo e vendo a decoração para o nosso casamento, que vai ser realizado em um lugar de frente para o rio.

- Harry! O que você está pensando? Eu to te chamando há séculos. - Eu sorrio, Louis bufa e nega com a cabeça ainda esperando por uma resposta, dramático como só ele poderia ser.

- Em você. Como a gente chegou até aqui. - Louis desmancha rapidamente a carranca.

Ele olha para tudo em cima da mesa e sorri tristemente para as flores.

- Ela iria gostar dessas. - Ele aponta para as rosas champagne com ramos verdes, seus olhos estão marejados.

- Você quer essas? - Pergunto pegando a sua mão e trazendo até meus lábios, beijando cada dedo e o anel que logo seria uma aliança dourada. Ele assente.

- Uma forma dela estar aqui comigo.

Eu sorrio para as suas palavras.

- Ela sempre vai estar com você, sweet.

Louis se demora olhando para as rosas, os pensamentos longe e eu continuo com a sua mão perto da minha boca, acariciando a pele com os meus lábios, beijando aqui e ali.

Quando ele olha para mim mais uma vez eu não falo nada e nem peço que ele fale, eu vejo nos seus olhos o tamanho de seu amor por mim, é mais forte e maior do que eu imaginei que alguém pudesse sentir por mim.

Eu agradeço o que quer que tenha me feito voltar pra casa aquela noite. Se foi destino, Deus ou Deuses, eu não sei. Mas esse homem é o amor da minha vida.

Foi com ele que eu entendi que casa não é um lugar, casa é uma pessoa, e a minha é Louis Tomlinson.

Eu agradeço todos os dias por ele ainda estar de pé, se manter lutando em dias difíceis e sorrindo comigo em todos, mesmo que tenha dias que seu riso é mais baixo e seu sorriso menor.

- Você é a melhor coisa que me aconteceu. - Falo, ele sorri e continua falando sobre os detalhes do casamento.

Eu realmente estava caminhando para casa aquela noite.

Só não sabia disso naquele momento.

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