O carro passou por uma área arborizada com grandes árvores que estavam próximas da estrada. Mais adiante, avistava-se uma casa bem grande, envolta de um grande muro que possivelmente a protegia. Ricardo parou na frente do portão daquele casarão que rapidamente abriu-se para que pudesse adentrar àquela fortaleza. Eu ainda estava bem chateada, percebendo que Ricardo me olhava com o canto dos olhos, esperando que eu reagisse, mas sou bem orgulhosa. Continuei emburrada, até ele parar de frente a grande casa após passar por um caminho que ficava bem no meio de um jardim florido.
- Chegamos! Vamos? - me disse com um sorriso no rosto, enquanto eu retirava o cinto, abrindo a porta e saindo logo após ele. Ricardo prontificou-se em pegar minhas coisas no porta mala do carro e resolvi pegar uma bolsa de mão que estava no mesmo lugar. Em seguida, caminhei devagar até a pequena escada que dava acesso à varanda da casa e fiquei observando o quão torturante seria ficar naquele lugar. Não pelo ambiente, mas mais pelo decepção mesmo.
Ricardo passou por mim levando minha mala e me chamando para segui-lo. Respirei fundo e fui mais atrás. Só não esperava que iria tropeçar no último degrau, não conseguindo me segurar por conta da bolsa que levava, caindo de joelhos e me apoiando com as mãos no chão. Tudo aconteceu tão depressa que por conta do susto, não percebi que uma pessoa vinha logo atrás de mim. Só notei por que gritou um "uou" assim que me viu desequilibrar. Quando virei minha cabeça por impulso para vê quem era, me surpreendi com um homem me olhando sorrindo e com as mãos na cintura. Só então me dei conta que estava de saia e possivelmente, minha bunda estava toda de fora à vista daquele desconhecido, literalmente de quatro. Me virei tão depressa tanto quanto minha queda e sentei-me no degrau, ligeiramente envergonhada. Ele aproximou-se, erguendo a mão para mim:
- Está tudo bem aí?
- Sim, obrigada! - respondi rápida, pegando a mão dele sem nem conseguir lhe olhar, notando algumas tatuagens que cobriam aquele braço por completo, levantado-me.
Após isso, ele apanhou minha bolsa do chão e só assim percebi que algumas coisas tinham caído de dentro. Ele apanhou cada um e se virou para mim, me devolvendo aqueles objetos. Mas para me matar mais um pouco de vergonha, segurava uma calcinha fio dental vermelha que eu havia levado por acaso. Eu fechei os olhos respirando fundo. Não conseguia olhar para ele, ainda mais por que o risinho era típico. Nem conseguia me mover, até ouvir:
- Vamos, pegue! Deixe de besteira.
Depois disso, franzi o cenho e enfim consegui encará-lo, pegando a calcinha da sua mão. Quem poderia ser? Seu rosto era familiar.
- Desculpe. Sou bem desastrada.
Ele sorriu, me olhando. Então, percebi o sorriso mais lindo que já tinha visto em toda minha vida.
- Você tem pra quem puxar.
Apontou para peça íntima que estava na minha mão e começou:
- Mas vem cá, você usa isso mesmo?
Não me segurei e sorri daquela pergunta. Ele acabou sorrindo também.
- Sim, eu uso. E fica bem bonito.
Não poderia deixar de ser um pouquinho maliciosa diante daquele homem tão bonito. Ele ergueu as sobrancelhas e respondeu, me olhando fixamente com o olhar masculino de curiosidade.
- Não tenho dúvida. Comprovei ainda pouco.
Ao ouvi aquilo, arregalei os olhos de surpresa. Nossa, mas que safado! Amei. Meio safadinha também, lhe perguntei observando-o com o canto dos olhos:
- Então por que perguntou?
- Porque queria vê sua reação. - respondeu sem vergonha nenhuma, com um sorrisinho sacana.
Sorri, abaixando o rosto dando uma de tímida, erguendo novamente para encontrar os olhos verdes que me analisavam.
- Sou Samanta e você? Quem é?
Ele emitiu um risinho baixo, colocando as mãos nos bolsos da bermuda jeans:
- Eu? Ah, eu te carreguei no colo e era uma bebê muito linda. Vejo que cresceu bastante e se tornou uma garota muito gostosa. Desculpe minhas palavras, mas eu sou o Rodrigo. Não está lembrada?
Arregalei os olhos novamente depois de ouvir aquele nome. Como eu pude ter sido tão burra para não reconhecer? Mesmo sem reconhecer, até mesmo uma pessoa que conhecesse somente meu pai teria certeza que aquele homem era irmão dele. Eram muito parecidos em alguns traços, porém Rodrigo era mais novo e o porte mais robusto. Faltei gritar:
- Tio Rodrigo?
Ele abriu os braços me convidando para um abraço e eu, muito surpresa, caminhei até ele devagar, o abraçando. Foi muito depressa, mas o suficiente para sentir o cheiro de um perfume forte e anestesiante vindo dele. Queria ter ficado envolta àquele corpo pela eternidade. De repente, Ricardo aparece ali:
-Oh, Sam! Esqueci de te falar que seu tio está morando aqui também. Mais uma surpresa pra você, hein? - ele virou-se para Rodrigo e pediu - Rodrigo, mostre o quarto dela, por favor. Terei que me ocupar agora.
- Pode deixar! - respondeu sorrindo para mim, enquanto Ricardo me beijava o alto da testa.
- Logo estarei disponível para você, filha. Vai ser tudo muito bom, pode acreditar!
Com isso saiu, me deixando novamente a sós com o tio Rodrigo. Ele se aproximou e envolveu seu braço no meu ombro, me levando para dentro da casa:
- Acho que eu sou uma surpresa boa, não?
"Você não faz ideia" respondi em pensamento, enquanto passávamos pela sala bem mobiliada com móveis modernos e sofisticados. Logo alcançamos uma escada e a subimos, com ele me falando sobre alguma coisa, mas eu só conseguia reparar em sua bunda marcada na bermuda que se movimentava enquanto subia. Que homem mais gostoso! Era injusto aquela criatura ser meu tio. No entanto, estava cheio de piadinha de duplo sentido. Será que toparia algo diferente com a sobrinha? Nossa, como eu poderia pensar sobre isso? Era incesto! Mas só pensar não era errado. Só em pensamentos talvez não seria ruim. Aquela férias estava começando a ficar boa.
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IRMÃO DO MEU PAI
ChickLitJá fazia um bom tempo que Samanta não possuía um vínculo afetivo com seu pai, Ricardo. Por conta disso, esperava ansiosamente pelas férias daquele ano para aproximar-se dele e ter um convívio entre pai e filha. Só não esperava que ao chegar na casa...