Meus olhos se negam a abrir. Meu corpo inteiro está doendo e nem sequer eu consigo me levantar, parece que um caminhão havia se passado por cima de mim.
Dessa vez, Gregório se superou, acho que ele realmente queria me matar.
Escuto batidas na porta do meu quarto e eu solto um doloros gemo de dor.
- “Alexia!” - grita a minha mãe. - “Por acaso pensa em não acordar? Já se passam das sete da manhã, menina!”
Ela recebe o meu silêncio em troca. Escuto a porta se abrir bruscamente, mas não estou consciente de nada que está acontecendo.
Minha mãe está dizendo alguma coisa...mas eu não consigo ouvir o que é.
- “GREGÓRIO!” - ela grita.
- “Porque merda você está gritando, mulher?” - ele entra no meu quarto irritado.
- “Ela não está reagindo, devemos levar ela para o hospital.”
- “Ela já vai melhorar.” - Gregório diz com indiferença.
- “Claro que não seu imbecil! Você bateu nela quase até a morte, ela está muito fraca.”
- “O que vamos dizer aos médicos?” - ele pergunta olhando para ela.
- “Que ela foi assaltada. Vamos levar ela para um hospital. Essa estúpida não pode morrer ainda, muito menos sem pagar as nossas dívidas.”
Eles falaram como se eu não importasse nada para eles. Como se eu fosse uma mercadoria. Porque eles me odeiam tanto?
Só espero que me deixem morrer de uma vez. Já não quero continuar vivendo assim.
(...)
- “Como minha filha está, doutor?" - Liza pergunta fingindo preocupação.
O médico examina o meu pulso e assente com a cabeça.
-: “Ela esta fora de perigo, senhora. Espero que vocês informem o que aconteceu para a polícia.” - o médico diz olhando para ela.
Liza finge limpar suas lágrimas e assente.
- “Esses desgraçados a assaltaram e a deixaram muito mal, mas não se preocupe doutor, a polícia se encarregará deles."
Eu queria dizer ao médico que foi o meu pai que me bateu quase até a morte, mas eu acabo ficando em silêncio. Não quero piorar ainda mais a minha situação.
- “Isso espero, senhora” - diz o médico me olhando com pena. - “Cuida dela. Ela ainda continua em um estado delicado. Ela teve uma contusão na cabeça, mas nenhuma costela dela foi quebrada.”
- “Claro doutor, nós vamos cuidar muito bem dela.” - me olhando com um fingido carinho.
Quando o médico se retira do quarto. Liza se aproxima da cama onde eu estou e me dá uma forte bofetada. Nem sequer me surpreendo diante desse seu ato. Eu só fico quieta com as lágrimas caindo dos meus olhos.
- “Você queria morrer e nos deixar com todos os gastos, não é mesmo sua vadiazinha?” - ela diz entre os dentes.
Ela está brincando?
- “Foi o meu pai que me bateu” - respondo doida. - “Eu queria mesmo ter morrido logo de uma vez. Já não quero continuar vivendo assim.”
- “Calada! Garota estúpida. Você não sabe nada da vida.” - ela faz uma pausa me olhando com repulsa. - “Seu pai está muito decepcionado com você.”
Uma pequena risada me escapa. Porque ele estaria decepcionado comigo? Meus pais se dedicaram a me fazer sofrer desde que eu nasci. Não entendo porque eles me maltratam. Por acaso eles não me amam? Não me querem, ou eu sou apenas um objeto para trazer comida para casa?
Porque tudo é tão difícil na minha vida? Já não quero continuar com essa vida, se eles não me amam, não quero continuar. Seria melhor está morta e enterrada.
(...)
Já se passou um mês desde que eu quase morri. Me lembro muito bem quando eles me deram alta. Meus pais se empenharam em me lembrar a falta de dinheiro em suas vidas.
- "Espero que você não seja uma carga, você está nos cansando, especialmente a mim. Como me arrependo de ter te criado." - ela diz.
Liza falava comigo como se eu não tivesse saído de dentro dela.
- “Alex querida. Você está bem? Você está um pouco distraída” - Esmeralda me tira dos meus pensamentos.
- “Só estou pensando” - dou um fraco sorriso a ela.
Ela assente com a cabeça.
- “É melhor você mudar essa cara e vai servir logo os clientes.”
Eu assinto com a cabeça e continuo servindo as bebidas para os clientes.
Não vale a pena perder meu tempo continuar pensando em Liza e em seus maus tratos.
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Um Verdadeiro Amor (COMPLETO)
RomanceAlexia Duarte é uma garota bonita, tímida e muito doce. A pesar da pouca idade ela sofreu demais. Trabalha muito para sustentar a sua casa, e suporta os vícios do seu pai. Este o maltrata sem piedade e inclusive usa sua filha como o pagamento de uma...