Finn'all...

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[...] E lá vamos nós... Destino: Australia.
....................

Dacre entra no quarto e vê Finn deitado na cama:
Dacre: Ah... Já está arrumado. Vá para dentro do carro e me espere lá.
"Tomara que se toque e volte para casa."
Pensou Dacre vendo Finn se levantar da cama com a mesma expressão de ante ontem e ontem: deprimido.

Enquanto ele se arrumava, Finn já saia para fora com o celular na mão... Aquela casa luxuosa em que vivia Dacre, lhe trazia insegurança. Ele entrou no carro e sentou no banco do copiloto, esperava uma ligação, e depois de cinco minutos olhando as árvores que cercavam o local, ele atendeu ao telefone que mal havia tocado.

Finn: Oi Naty...
Natalia: Você está melhor, Finn?
Finn: Nós estamos indo para Austrália...
Natalia: Finn... Eu sinto muito. Vou fazer o que eu puder para poder te ajudar...
Finn: Naty...
Natalia: Vai ficar tudo bem. Eu vou ligar para sua mã...
* Finn percebeu Dacre chegando e encerrou a chamada.

Dacre entrou no carro fumando um cigarro, se ajeitou ali e depois jogou o cigarro pela janela.
Dacre: Quem era?
Questionou sem olhar para Finn.
Finn: Ninguém...
O jovem tinha os olhos marejados e olhava para as árvores. Dacre não pôde deixar de notar a expressão do garoto.
Dacre: Você quer mesmo ir? Vai mudando essa cara aí.
Ele tinha um sorriso sarcástico nos lábios. Olhou para Finn, e o mesmo respondeu: Eu posso sorrir se você quiser.

Quando Finn disse isso, Dacre desmanchou o sorriso e o olhou com ódio nos olhos. Ele ignorou isso, olhou para frente e começou a dirigir.

.......................

Dacre dirigia bem rápido, e isso assustava o jovem que tentava alongar os lábios pelo rosto e não dava, tentava sorrir... Dacre notava isso, e quanto mais Finn o via com a expressão assustadora, a tentativa de sorrir era miserável. Ele desistiu e manteve a cara de "nada". Sentia-se cansado e com fome. Sentia-se inseguro e ansioso. "Austrália..."

*Dacre sai da estrada e entra numa passagem pela floresta.
Finn olhou para Dacre e começou a ficar com medo, aquilo não parecia bom.
O cara enfurecido dirigiu por aquele caminho, até chegar a uma casa de madeira que mais parecia abandonada, muito esquisita... Estacionou ali, bem em frente.
Dacre: Deixe sua mochila aí e saia.
Ele disse seco, saindo do carro. O jovem o viu passar e fez o que ele mandou. Finn o seguia, e com medo ele perguntou: O que vamos fazer aqui?
Ele entraria na casa se, Dacre não tivesse mandado: Não! Você fica aqui, que eu já volto, se aparecer alguém, assobie para mim.
Finn assentiu com a cabeça, achando aquilo muito estranho. O cara se virou, entrou e fechou a porta.

Na cabana velha, ele foi direto numa caixa que estava sobre uma mesa, empoeirada com alguns papeis sujos sobre... Ele pegou uma corda bem grossa e comprida que estava enrolada. Foi até uma escrivaninha velha que tinha uma gaveta, empurrou uma cadeira antiga que estava ali, fazendo-a cair... Ele abriu a gaveta da escrivaninha e enfiou a mão bem no fundo, tirou dali com muito cuidado, um revólver. Era uma pistola... Ele carregou a pistola e olhou para a porta fechada com ódio nos olhos. Começou a caminhar em direção a porta bem devagar, cada passo que ele dava, ele pensava no próximo... Guardou a arma no bolso da calça antes de abrir a porta, cerrou os olhos e punhos, ate que ele abriu a porta devagar. Finn o aguardava, ele ia silenciosamente em direção ao menino, que estava de costas quando virou se e olhou para o mais velho, o paralisando. O moreno notou a corda na mão de Dacre e ignorou por completo.

Finn: Vamos?

Dacre assentiu. Quando ele viu que Finn estava de costas para ele outra vez, pegou a arma e deu uma coronhada na cabeça do garoto, de tal maneira, que o fez desmaia... Finn caiu no chão, e então Dacre olhou o menino desmaiado, agachou-se ali e virou o rosto do jovem para ele, tirou algumas mexas que cobriam sua face e alisou o rosto delicado dele... Pegou a mão esquerda e a direita do jovem de apenas 17 anos, juntando-as, sentiu a delicadeza dele outra vez e, olhando em seu rosto começou a amarrar as mãos do rapaz, amarrar bem forte. Ele fez o mesmo com os pés do menino... Após isso, ele foi seguindo o resto da corda que restava do nó, até ficar um pouco longe do corpo, e então começou a puxar a corda que arrastava o corpo de Finn para um caminho adiante da cabana...

.........................

E chegando ao local, Havia um Kas, um mar no local... O dia estava frio, o mar cinza como o céu... Finn, estava na areia desacordado e todo sujo. Estava amarrado... Dacre, olhava para ele com pena. Pegou a arma no bolso da calça e tremendo mirava na cabeça de Finn.

Dacre: Eu vou acabar com você, antes que isso acabe comigo, garoto problema.

Ele mirou bem, na testa do jovem... Mas não pôde deixar de notar algo no rosto daquele rapaz. Nos olhos... Que se abriam lentamente, e ia fazendo sua respiração acelerar. Assim que Finn olhou diretamente para a arma, a ignorou e olhou assustado para os olhos de Dacre...
"Não, não pode ser..."
Finn pensou.
Quis manter em silêncio.
A sobrancelha da vítima denotava sua angústia, as lágrimas caiam enquanto seus lábios avermelhados tremiam, mas dali só saiam tímidos suspiros.
Dacre ficou olhando para os lábios do menino e depois, seus olhos... Tinha tanta tristeza ali, que ele não conseguia manter a cara fria e as mãos paradas.
"O QUE ESTOU FAZENDO?"
O mais velho pensou atormentado.
Então, ele jogou o revólver longe e começou a puxar os próprios cabelos, estava aflito e desesperado. Deu meios passos... Olhou o mar e viu o sol através das nuvens daquele dia frio e cinza.
"Eu não consigo matar ele assim... Quem sabe se eu..."
Pensava olhando em volta. Ele olhou o Kas e notou um guindaste.
"Já sei... Vou pendurá-lo ali, bem pertinho do mar. Quando a maré subir, ele vai ser afogado e eu estarei livre dele."
Ele se virou para Finn encolhido na areia, com muito medo e voltou a puxar a corda, arrastando o menino para o kas. Finn se sentia apavorado, mas mantinha o difícil silêncio, na hora em que queria berrar, chorar muito e implorar por piedade. Enquanto era arrastado pela areia, ele derramava lágrimas que mal conseguia conter. Sabia que Dacre o perduraria para morrer afogado depois de horas pendurado... E isso doía demais. Ele não queria acreditar que o mais velho o odiava tanto, aponto de querer vê-lo morto. Mas tinha que ficar quieto... Ele sentia isso.

Quando Dacre chegou ao guindaste, começou a preparar tudo para puxar, e ignorava Finn que chorava bem baixo. Até que finalmente Finn estava pronto para ser pendurado. Dacre começou a puxar, e via os braços dele subir, depois o corpo. Ele chorava, mas agora pelo menos gemia pelo encomodo que aquela corda causava nos pulso e a dor sob os ombros. Finn ia ficando de pé, aos poucos. Até que ficou suspenso ali, amarrado, a pouco centímetros do mar, abaixo da margem do Kas.
"Estranho ele não está gritando... Acho que ele está conformado. Vai tarde."
Pensava Dacre enquanto ia olhar Finn pendurado a poucos centímetros do mar escuro e frio. Ele olhava de cima, frio para o último olhar tristonho e choroso do menino, que não olhou de volta para ele. Ele já estava começando a chorar alto, então Dacre virou as costas, em passos apressados... Começou a correr. Correu rápido e quando pisou fora das areais da praia, ele ouviu o choro desesperado do menino bem distante.
Finn: Dacre!!! Volta, volta, volta, volta!!! Por favor!!! Não me deixe aqui...
Ele até pensou em voltar, parou por 3 segundos e ouvia os choros. "Voltar?"... Não o fez. Continou correndo.
.......

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