191 - Hospital

439 61 18
                                    

- Alícia on-

  Lentamente eu abri os olhos, estava me sentindo um pouco cansada ainda, mas não com tanta dor que nem eu senti naquela igreja. O frio que pareceu tão duradouro quando se instalou no meu corpo agora parecia que nunca existiu, mas eu sabia que tinha acontecido. Mesmo coberta por edredons aquecidos e numa cama confortável. Muita coisa aconteceu.
  Quando abri os olhos a primeira coisa que vi foram várias rosas, minhas flores favoritas e muito chocolate numa bandeja ao lado da cama, mas aquele não era o meu quarto e muito menos um lugar que eu conhecia. Na verdade, pelas paredes brancas já dava pra imaginar onde eu possívelmente estava. Um hospital.
  - Você acordou. - Escutei a voz da Mallya, e então me virei devagar, me voltando para o local de onde tinha vindo a voz. E então a avistei, estava com roupas leves, tinha um hematoma na sua maçã do rosto esquerda, e ela parecia aliviada por me ver.
  Não resisti abrir os braços à um abraço e um sorriso, deu até vontade de chorar quando ela me abraçou, me apertando com carinho.
  - Eu achei que ia morrer. - Falei e então senti as lágrimas enchendo meus olhos, o que fez ela me abraçar ainda mais apertado.
  - Não vai morrer, eu não vou deixar ninguém te matar. - Afirmou ela e então acaricou meus cabelos - Não me assusta mais desse jeito. - Pediu a Mallya se afastando para ver o meu rosto e eu funguei assentindo.
  - Sim senhora. - Concordei e então ela sorriu, estava cansada, isso era evidente, seus olhos estavam carregados, e ela parecia não ter dormido muito nos últimos dias, o que me levou a pensar por quanto tempo fiquei apagada.
  - Quanto tempo eu fiquei assim? - Perguntei e ela suspirou.
  - Três dias. - Respondeu e então eu olhei o quarto ao redor refletindo.
  - O que aconteceu comigo?
  - Hemorragia, seus órgãos de alguma forma estavam sangrando, machucados por dentro, você quase morreu por causa... - Mallya começou a perder a paciência enquanto explicava e por isso fez uma pausa, o que me fez franzir o cenho intrigada e me sentar na cama, foi quando reparei que estava usando uma camisola, ridícula. Fora esse detalhe, a Mallya parecia não querer me dizer alguma coisa. O que me fez ter flash's de memória do Mark, da maneira como ele estava quando o vi da última vez no porão, e o momento que ele matou a própria mãe.
  - Mallya cadê o Mark? - Perguntei, só chutando pra saber se essa era a causa do nervosismo dela e ela ficou séria. Bingo - O que ele fez? Meu pai prendeu ele? - Perguntei alarmada e ela negou com a cabeça.
  - Não. - Disse e então veio até mim e se sentou ao meu lado - Eu e o Mark nos desentendemos, vamos assim dizer. - Falou e eu coçei os olhos num impulso nervoso, a Mallya só fala "desentendimento" quando quase mata alguém.
  - Mallya ele está estranho. - Falei sem rodeios e ela levantou a mão e fez um cafuné na minha cabeça, bagunçando ainda mais os meus cabelos.
  - Então, deu um problema com a conexão de vocês, e o Mark... Voltou a ser o que era antes, não exatamente isso, mas ele ficou mais frio, ele estava muito preocupado com você e por isso nos desentendemos, mas... - Explicou - Não se preocupe que isso já passou, e ele já voltou ao normal, ele só estava preocupado com você, e quando a raiva passou e você saiu de perigo ele pediu desculpas pra todo mundo. O Kook falou que a conexão está normal, a mãe do Mark não conseguiu o que queria, agora está tudo bem. E estamos todos bem.
  - Não vai me dar os detalhes? - Perguntei rindo da maneira que ela me explicou, mesmo indignada, e ela correspondeu meu sorriso.
  - Você precisa descansar Alícia, depois que você receber alta eu te conto tudo. - Prometeu ela e então se levantou da cama - Agora que você acordou mocinha, eu vou chamar o Mark, ele estava quase três dias sem dormir, e tinha cochilado de exaustão no sofá. - Terminando de falar, a Mallya saiu da sala, e eu fui pegar um chocolate, estava começando a sentir fome, e nada melhor do que doce pra matar a fome.
  Não demorou muito e Mark passou pela porta do quarto. Meu coração disparou por causa da minha inquietação e eu não sorri, e muito menos fiquei séria, eu estava sem reação pra falar a verdade. Mark estava inteiro, com seus cabelos expondo sua cor castanha, e seu olhar entristecido.
  - Jagi... - Fui tudo que disse, e então correu pra me abraçar.

- Mallya on-

  - Tae, como você se sente? - Perguntei me deitando na cama ao seu lado e ele me abraçou, aconchegando-me. Eu ainda me sentia aliviada toda vez que entrava no quarto de hospital e via que ele estava bem.
  - Pare de se preocupar, você sabe que eu estou bem. - Reclamou Tae dando um beijo na minha testa pra me confortar, e inalando seu cheiro de sabonete eu passei minha mão em seu rosto.
  - O Mark quase te deixou morrer. - O relembrei e Tae acariciou meu rosto.
  - Ele já pediu desculpas e eu estou bem. - Falou Tae e eu respirei fundo, o Tae podia ter voltado a confiar nele, mas eu não, por mais que eu saí de perto da Alícia, Jung Kook tinha ficado lá, vigiando sigilosamente, e eu não me esqueci da ameaça, o Mark não me engana.

PRISON IOnde histórias criam vida. Descubra agora