Na manhã seguinte quando acordei e senti a forte dor de cabeça e o embrulho no estômago me arrependi de ter bebido tanto. Esfreguei os olhos e vi a luz que entrava pelas pequenas frestas abertas da janela. Podia ouvir alguns barulhos do lado de fora do quarto, será que tem alguém acordado? Virei-me na cama dando de cara com as costas nuas de Pedro. Caralho.
Sentei-me na cama devagar e peguei minha mochila no chão, pegando meu celular que eu não tinha sequer tocado desde que cheguei aqui ontem. Era pouco mais de 10h30. Liguei a internet e enquanto Pedro roncava levemente eu esperava todas as notificações chegarem. Depois, respondi uma mensagem da minha mãe no WhatsApp, dizendo que a festa estava ótima e tinha passado muito bem.
Levantei da cama e calcei meus chinelos. Saí do quarto e fechei a porta. As coisas estavam estranhamente arrumadas e o banheiro já não tinha mais cheiro de vômito. Depois de fazer minhas higienes tomei um engov que encontrei no armário e fui até a cozinha, que também estava limpa e organizada. Quando cheguei na sala encontrei três pessoas que eu não fazia a menor ideia de quem eram limpando.
— Oi...? —falei, confusa.
— Bom dia. —disse uma das mulheres.
Ainda sem entender nada eu voltei pro corredor e entrei no quarto de Flávia, que estava dormindo. Cutuquei minha amiga até ela acordar.
— Chata! O que você quer?
— Tem três pessoas desconhecidas limpando a casa, Flávia! —falei.
— Não, eu paguei eles para fazerem isso, louca! Me deixa dormir! —Flávia enfiou o rosto no meio dos travesseiros e eu saí do quarto fechando a porta em seguida.
Claro, deveria ter pensado nisso. Os pais de Flávia são ricos e para eles não é nada pagar alguém para limpar toda bagunça da festa.
Aliviada, voltei a cozinha para poder preparar um café da manhã. Primeiro bebi muita água, depois fui procurar alguma coisa. Provavelmente ninguém vai acordar agora, então o café da manhã seria apenas para mim. Enquanto o café ficava pronto, fui fazer um sanduíche para mim.
Meu celular vibrou no balcão, mas não dei muita bola, apenas continuei fazendo meu sanduíche. Depois que estava pronto, peguei meu celular e levei o sanduíche e a minha xícara de café até a mesa e sentei-me. Desbloqueei o meu celular e fui dar atenção às outras mensagens do WhatsApp. As mensagens dos grupos aleatórios foram ignoradas rapidamente e então só restavam duas conversas: com Otávio, um menino com quem eu tenho conversado há alguns dias e com Yasmin. Abri primeiro as mensagens de Otávio.
Otávio S.: Acabei de conseguir dois ingressos pra uma festa. Quer ir comigo? Vai ter um esquenta antes na casa de um amigo.
Então eu respondi:
Catarina Ferrari: claro! você passa la em casa?
E então Yasmin.
Yasmin: Nina, desculpa por te fazer separar uma briga entre o Micael e o Pedro, desculpa de verdade. E desculpa também pelo empurrão, Mica me contou. Eu sei que agora você deve estar pensando que ele é uma pessoa horrível mas eu juro que não, ele é maravilhoso e muito bom pra mim e eu acredito muito quando ele diz que o Pedro é o errado em tudo isso. Sei que foi Pedro que provocou Mica, ele não faria nada assim. Desculpa, amiga. Eu te amo, espero que veja quem o PK é.
Tomei um longo gole do meu café e li várias vezes a mensagem que Yasmin havia me enviado há pouco tempo. Sinceramente, não sei o que pensar. A porra do namorado dela me machucou e ela ainda defende ele. Não sei o que responder, não quero falar nada e muito menos defender o Pedro e ainda arranjar uma briga com Yasmin, essa madrugada foi o suficiente.
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Uma dose - PK; Class A
RomanceMesmo tendo apenas dezessete anos, Catarina conquistava a todos com a sua aparência e seu carisma. Dona de um espírito livre e muita beleza, para ela não era difícil conseguir o que queria e ela era muito boa nisso, mas não quando se tratava de Pedr...