A escuridão cobria o quarto de Cosima. Um ambiente que manteria a morena adormecida nas muitas horas que seguiriam aquela tão indesejada manhã, e se não fosse pelo barulho do despertador de seu aparelho celular que reverberou no ambiente, em um toque alto e repentino, com a clássica música de Rock T.N.T. de AC/DC, acordar não teria sido tão fácil, mas com certeza teria consumido menos o pouco humor que ela costumava ter pelas manhãs.
A jovem abriu os olhos com mais dificuldade do que presumiu, levando a mão ao rosto, praguejou mentalmente a perca da calma que dormir estava lhe proporcionando. Com uma paciência que precisava tentou acostumar-se com o que seriam as pálpebras fechadas e o que seriam elas abertas, já que o negro estava presente nas duas ocasiões. Os pensamentos deixando-a incomodada por que ainda não tinha clareza do que ocorrera na noite anterior. Lembrava-se apenas que havia sido rejeitada pela maravilhosa Delphine, e o vácuo da despedida havia se prolongado até ela adormecer. Foi então que lembrou que deveria preocupar-se, tinha uma fila de mulheres atrás dela, e a semana mal havia começado.
- Tudo acontecendo como o planejado! Droga de segunda-feira! – declarou em meio a escuridão, o humor matinal já comprometido, enquanto procurou com os sentidos que acreditava controlar, localizar de onde a música do despertador soava, presumindo que o aparelho estaria perdido sob a cama, em algum lugar em meio aos lençóis bagunçados que mal enxergava.
Não era surpresa alguma para Cosima como o aparelho tocava e vibrava incessantemente, e nos melhores dias de sua existência ela facilmente imaginaria que o mundo estava em um prelúdio do fim, pelo alarde que o aparelho causava, mas para ela tudo era justificável, já que se não fosse daquela forma jamais acordaria.
Como a maioria das pessoas normais Cosima odiava acordar cedo, e tudo piorava quando somado ao sono pesado, um conjunto dos amantes de dormir, e como se não fosse suficiente toda aquela mistura, ela odiava segundas-feiras. Era certo que se encontrasse no mundo alguém que afirmasse que segundas-feiras eram legais, já duvidaria da índole da pessoa, já que tinha para ela, ninguém em sã consciência deveria gostar daquele dia.
Segundas eram maçantes, chatas e carregavam em si um termo de responsabilidade que nenhum outro dia conseguia. E para Cosima aquele ódio ia além do simples fato de ser o dia que vinha após o preguiçoso e merecido domingo, mas talvez porque a nuvem de responsabilidade que pairava sobre ele lhe assustava.
Ela girou o corpo algumas vezes, até chegar ao lado oposto da cama onde levando as mãos pelo tecido, alcançou sem muito esforço o celular que estava vibrando. Após fixar as mãos com firmeza no pequeno objeto conseguir desativar em um deslizar do dedo polegar sob a tela a função despertador, embora o desejo mais íntimo dela naquele momento fosse jogar o aparelho o mais longe que sua preguiça permitiriam e talvez por já notar a que ponto o mau humor já oscilava apenas deixou o aparelho de lado voltando a estender o corpo sob a cama.
O silêncio voltou a dominar o cômodo, e foi então que Cosima lembrou que se não levantasse voltaria a dormir, perdendo o horário e a manhã de trabalho que a esperava. Sabia que seu cunhado e chefe Cal Morrison não se importaria com seu atraso, até porque se se importasse a teria demitido há muito tempo, mas a vida adulta exigia que pelo menos tentasse ser responsável com os horários, coisa que Cosima tentava muito, mas que era inútil. Ela forçou os olhos, semicerrando-os, em busca de algum indicio de que não era mais noite, correu os olhos na direção da cortina fechada, mas pela primeira vez em muitos dias a cortina parecia estar fechada, não sendo possível para ela que o ambiente externo fosse vislumbrado .
- Ótimo! – ironizou com a voz ainda rouca, voltando a buscar o aparelho, onde daquela vez confirmou as horas. Não entendia como minutos antes quando desativara o despertador não notara aquele detalhe, mas como ela mesma lembrara, era apenas um detalhe, então se não se atentasse não repararia concluiu confirmando no display as horas, vendo o horário que costumava acordar, sete horas.
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Defy Them
FanfictionCosima era a caçula de quatro irmãs, e mesmo que pelo jeito desastrado e irresponsável ela duvidasse que pertencesse a talentosa família Niehaus, responsável por um dos Cafés mais bem-sucedidos de Toronto, a irmã gêmea a fazia descartar a hipótese d...