1. Todos os seres humanos se apaixonam.

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- Vamos Joohyun, é só um desafio. Todos sabemos que você gosta dele, o jogo vai ajudar vocês a ficarem- Yeri arrumou o vestido da amiga.

Pânico. Naquele momento Irene sentiu pânico. Um sentimento que depois daquele momento veio a se repetir diversas vezes. Irene achava que a adoração que sentia pelo menino era o que chamavam de amor. Mas por quê ela estava enojada de chegar perto dele com segundas intenções? Por que seu coração não disparava e ela não sentia as tão famosas borboletas no estômago quando ele elogiava ela?
Joohyun queria ser sua amiga para sempre, só isso. Naquela noite após ser forçada a beijar o amigo, chorou por horas e horas sem parar. Não entendia o motivo de se sentir assim. Se sentia doente. Ela precisava se apaixonar, "todos os seres humanos se apaixonam".    

                       (.......)

- Talvez você seja lésbica bae -sorriu Wendy. Não temos problema com isso, aceitamos a Yeeun e aceitaremos você.

- Eu não me sinto assim Wendy

- Você não disse que achava a Joy bonita? Ela gosta de meninas e parece estar interessada em você. Você poderia tentar né?

Irene ficou em silêncio. Não entendia em primeiro lugar o desespero para que ela tivesse alguém. Ela não estava interessada em relacionamentos, pelo menos não agora.

(.......)

- Irene? - A menina alta correu até si.

- Sim? Joy, certo?

- Sim, sou eu. Ah, irene, eu queria saber se você quer sair comigo? Você pode convidar a Wendy também, meus amigos vão.

- Não sei se posso joy, as provas estão chegando.

- Não se preocupe com isso, é só uma noite. Prometo que você vai se divertir muito.

- Tudo bem.

- Ótimo - sorriu. Te vejo mais tarde -falou se aproximando de Irene e beijando sua bochecha.

Irene simplesmente ficou parada no seu lugar. Sim, Joy era muito linda, esteticamente. Como uma obra de arte que Irene gostaria de colocar em um quadro e observar a beleza por horas e horas seguidas. Mas ela não conseguia não sentir o desconforto do contato físico.

Ao contar para Wendy, teve uma reação muito animada.

- Isso vai ser incrível, tenho certeza que ela quer algo com você.

- Hmf -Irene murmurou sentando-se na cama.

- Ya Joohyun, a menina mais linda da escola quer ficar com você e sua reação é essa?

- Que reação você esperava? - seu tom de voz ficou mais agressivo

- Baechu, não fica assim. - Wendy se juntou a amiga na cama. Eu só quero que você seja feliz.

- Eu sei disso Wendy. Mas por que eu tenho que ser feliz com alguém?

- Vejamos. Você não precisa namorar com ela, mas seria legal se vocês pelo menos se beijassem para experimentarem. Ainda somos novas e você não pode dizer que não gosta se nunca provou.

- E se eu não estiver interessada em provar?

- isso não é possível, sweetie. Ou você gosta de homens ou de mulheres, o máximo que dá é os dois. Não tem como não gostar de ninguém.

- Enfim Wendy, acho melhor você ir agora. Amanhã vejo se quero ir. Tchau

- O que houve com você? Eu te fiz alguma coisa?

- Não é nada Wendy, só fiquei cansada. Quero descansar um pouco.

- Ok, eu já vou. Se precisar me liga

- Tudo bem.

Joohyun encostou a cabeça no travesseiro pensativa. Será que essa falta de atração era acusada por algum distúrbio mental? Wendy falou que não era possível não querer se envolver. Wendy estava sempre certa.

                    (.......)

— Joohyun, você esta linda- sorriu joy.

— Obrigada, você também - respondeu tímida.

Wendy conseguiu convencer a menina. O resto da noite correu bem, até o momento em que joy e ela ficaram sozinhas.

- Você está com frio? -Joy se aproximou.

- Um pouco. Não esperava que a temperatura caísse tanto.

- Chegue mais perto.

Irene relutando se aproximou da garota. Joy passou a abraçá-la de lado. Irene estava levemente desconfortável.

- Sabe Joohyun, eu sempre quis ficar assim com você.

Irene entrou em pânico. Não demonstrou nada mas por dentro quase morreu. Estava quase chorando de desespero. Joy puxou o rosto da menina em direção a si e beijou seus lábios suavemente. Irene não estava enojada como estava com o rapaz, mas não sentia nada. O beijo foi se desenvolvendo e joy segurava firmemente sua cintura. Irene foi levemente se afastando mas manteve-se no abraço da outra.

— Preciso achar a Wendy, já temos que voltar.

- Tudo bem, eu vou com você.

As meninas foram até Wendy que estava animada como nunca, ela obviamente estava espionando o momento.

— Achei que as namoradas não voltariam mais - ironizou.

- Yah, para com Isso. -Sooyoung riu

No caminho para casa, Bae ficou silenciosa. Wendy a deixou em casa e a fez prometer que contaria tudo mais tarde. Irene estava exausta e confusa. Ela gostava de Sooyoung como amiga. Ela era realmente linda, mas não sentiu nenhum sinal de interesse ou paixão no beijo. Só ficou esperando que ele acabasse. Estava em crise. O que poderia parecer bobagem para muitos, importava pra Joohyun. Ela era filha adotiva e sempre fez de tudo para não atrapalhar. Comia menos, comprava tudo mais barato e mal falava com os pais. Era muito grata, mas sabia que era um peso. Desde que descobriu sua adoção, faz de tudo para ser perfeita. Ela tinha que ser perfeita. Em meio a pensamentos e dúvidas, a menina adormeceu.



Oi. Provavelmente ninguém vai ler isso mas sinto que tenho que me explicar. Sim, minha escrita não é boa. Sim, é muito provável que a história seja confusa. Em nenhum momento a intenção dessa história será de criar um clichê romântico. Eles são legais, mas não são as únicas formas de expressão. Essa é uma história sobre autoaceitação, uma leve didática sobre atrações românticas e sexuais. Sempre quis ler algo assim, então estou escrevendo.

Caso você não tenha entendido, São pedaços de narração que contam experiências da vida da personagem. Espero que consiga ser mais clara e objetiva nos próximos capítulos. Obrigada por ler.

Asexual, Seulrene Onde histórias criam vida. Descubra agora