2- Esperança

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-Por que você não me ligou? - Wendy puxou o braço da amiga em sua direção.

— Eu esqueci.

- Ocupada pensando na Joy?

— Não, obrigada. Escuta, Wendy acho que preciso ter uma conversa séria com você mais tarde.

— Aconteceu alguma coisa baechu?

— Mais ou menos.

    — Como assim mais ou menos? Não me deixe preocupada

     — Não é nada preocupante

      — Mas estou curiosa. Temos o primeiro horário vago, quer ir para a biblioteca conversar?

   - Tudo bem.

As meninas caminhavam em silêncio em direção a grande biblioteca. Como todas as turmas estavam em aula, a biblioteca se encontrava vazia. Ou era isso que elas achavam. Seulgi, que era próxima de Wendy e ex amiga de Irene resolvera matar o primeiro horário. Como ela trabalhava ali pela tarde, não foi difícil entrar. A menina andou até a ala de livros infantis onde havia um espaço para os pequenos lerem confortavelmente. O espaço tinha almofadas confortáveis e sofás. Seulgi como uma preguiçosa nata usou isso ao seu favor. Juntou os sofás e pegou varias almofadas. Estava planejando tirar um curto cochilo. Cansada como sempre, adormeceu rapidamente.

       (......)

— O que você quer dizer com isso? - a loira perguntou.

   — Isso mesmo que você ouviu. Estou um pouco incomodada com a pressão que você tem feito. Sei que não é por mal, mas preciso deixar isso claro com você. Wendy, eu não estou interessada na Joy, ou em qualquer menina. Também não estou interessada em meninos. Não quero me relacionar com ninguém, também não tenho interesse em beijar ninguém. Por favor, entenda. Isso me deixa enojada e extremamente desconfortável. Não sinto atração por ninguém.

— Desculpe mas como isso é possível? Você está louca? Não pode dizer que não quer relacionamentos se nunca esteve em nenhum. Você precisa encontrar a pessoa certa, tenho certeza que vai.

   — Wendy, vou tentar ser clara. Talvez, daqui a um ano ou uma semana meu pensamento mude. Mas o que eu sinto é isso. Não estou interessada e não quero ficar, não consigo. Acredite no que você quiser, só não me force a nada

— Você que sabe Joohyun. Só não se arrependa depois de não ter aproveitado a sua juventude. Você quer o que? Ficar para titia? Morrer Virgem?? Quem conseguiria?

— Estou aproveitando minha juventude não me forçando a fazer coisas que não me agradam.

— Você deve ter algum problema, eu juro. É humanamente impossível sentir isso.

— Problema, ou não preciso aceitar o que sinto.


Wendy parecia irritada. Mas nada disse. As duas continuaram em silêncio até que o sinal para o segundo período bateu.

    — Estou indo para a aula, você vem?

    — Pode ir, acho que vou matar a aula hoje.

   Irene suspirou. Era difícil manter-se firme diante essa situação. De um lado está sua vontade de agradar e de fazer tudo como os outros esperam. Do outro, está o lado que quer se sentir bem. Ela sentia muitas dúvidas e tinha muitos questionamentos, mas precisava ser forte.
Perdida em pensamentos, se assustou quando viu uma garota com os cabelos bagunçados sair do lado da ala infantil. A menina parecia estar ali a muito tempo, o que a fez pensar que tenha ouvido a conversa com Wendy. Foi ficando mais constrangida ainda quando a menina virou e começou a andar em sua direção.

  — Oi
  — Oi - Irene disse tímida
  — Eu ouvi sua conversa com a sua amiga. Não quero ser intrometida nem nada mas, não se sinta mal. Você deve estar passando por varias lutas internas questionando isso. Também passei por isso, de uma forma diferente.
   — A-ah, Obrigada, eu acho. Você também não consegue sentir atração?

  — Sim. Não sinto atração sexual, mas sinto atração romântica.

- Como assim atração romântica? Não é tudo a mesma coisa?

Seulgi riu.

— Não, não é a mesma coisa. Olha, eu preciso ir pra aula agora, mas você pode me dar seu número? Podemos conversar sobre isso mais tarde

— Tudo bem.

As meninas trocaram os números e Seulgi saiu da biblioteca. Irene pegou sua mochila e foi em direção a diretoria. Precisava ir para sua casa, se sentia fraca e cansada. Deu uma desculpa esfarrapada e a escola liberou ela. Foi andando para sua casa calmamente, enquanto escutava música. Se sentia bem em saber que talvez finalmente conseguisse saber como se sentia. Esperava mesmo que Seulgi pudesse ajudá-la.
Irene nunca foi uma pessoa muito fechada, então se abrir e confiar em uma quase estranha não era especialmente difícil. Enquanto vestia seu pijama e se preparava para deitar, Irene se sentia esperançosa.

Olá
Eu sei que a história está confusa nesse momento, mas as coisas vão se desenrolar.

Espero que estejam gostando

Boa leitura

Asexual, Seulrene Onde histórias criam vida. Descubra agora