Eu estava aparentemente sozinha.
Olhei em redor e não via ninguém, mas eu sabia que ela estava comigo, mas não era a única, podia sentir outra presença para além dela.
Levantei-me devagar e esfreguei os olhos por causa da luz imensa que bateu contra eles repentinamente.
Senti alguém me tocar no ombro e voltei-me para trás , mas não havia ninguém la.
- Será que estas a minha procura?
Estremeci a ouvir a voz dela, desta vez estava mais sombria que o costume, reparei também numa presença negra e maligna ao seu lado.
- Já vi que me vieste visitar, e trouces-te um amigo contigo.
- Não me provoques miúda já estou a ficar farta das tuas brincadeiras, hoje vamos por fim a tudo.
Senti o medo percorrer cada centímetro do meu corpo, mas esforcei me por não o mostrar.
A tal personagem sombria aproximou-se de mim e eu pode ver como ela era realmente. Tinha uma capa preta comprida com um capuz que lhe tapava metade do rosto, tinha uma espécie de punhal na mão direita, cabelo ruivo cor de sangue muito liso que lhe chegava ate a cintura e uma pele muito clara.
- Quem és tu e o que queres de mim?
Ela não me respondeu e continuou a avançar na minha direção, e eu andei lentamente para traz até que bati na parede que estava a traz de mim.
- Eu disse para me dares o que eu queria, e tu não o fizeste agora vou ter de pedir a minha amiga para “brincar” contigo.
Ela riu-se ironicamente e continuou a olhar para mim enquanto o carrasco dela avançava para mim lentamente e colocou uma das suas mãos no meu pescoço para me impedir de fugir.
- Eu já te disse que não te vou dar a minha alma! – Gritei o mais alto que consegui.
- Eu sei disso, pena eu não aceitar um “não” como resposta.
Temei solta-me das mãos do carrasco e sem crer com uma das mãos arranquei o capuz da cabeça dela. Pode ver um rosto extremamente belo jovem e luminoso, com lábios de um vermelho vivo, olhos verdes com reflexos dourados, no entanto sem qualquer expressão facial era como se estivesse numa espécie de transe. Olhei nos olhos dela e não consegui ver qualquer sinal de vida dentro dela, foi aí que percebi que o que estava a minha frente era nada mais nada menos que um simples corpo cuja a sua alma também foi levada por aquele “mostro” diabólico.
Por breves segundos gelei e vi o meu corpo desfeito em sangue e a minha alma perdida e condenada para sempre.
Dei um grito de pavor ao ver aquela imagem sombria, e senti a lamina do punhal a encostar-se ao meu pescoço e a fazer pressão sobre ele.
- Agora acaba com ela, não tenho tempo para estes jogos! – Berrou ela, e foi para o pé de nós e empurrou a mão do carrasco contra mim, e senti a lâmina a cortar o meu pescoço.
A minha visão ficou turva, o meu corpo gelou, e a última coisa que vi foi o rosto do carrasco sem qualquer tipo de expressão e a expressão de satisfação no rosto dela.
É por isso que agora estou aqui, presa neste lugar apenas a espera de uma pessoa parva o suficiente para me libertar daqui e eu lhe fazer o que uma vez me fizeram para poder ficar em paz para sempre.
Como já deves ter reparado sou uma simples alma maldosa e rancorosa por me terem preso aqui. A minha única companhia é a escuridão, mas ao mesmo tempo é a minha tortura.
Estou só a espera do melhor momento para te convencer que te amo, depois sem dares conta te prender aqui no meu lugar, e viver no teu por ti.
Ai não acreditas? Achas que estou a mentir? Então paga para ver e deixa-me te seduzir, e começa a aproveitar os últimos dias da tua liberdade.
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O fim...
HumorNem tudo o que é belo é "bom". As vezes as coisas mais belas são o que podem determinar o teu fim.