Capítulo Único - Ei, Marinette

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Ei garota, onde nós erramos?

Você sabe Marinette, que desde que eu te vi, eu gostei de você. Do seu jeitinho atrapalhado e tímido, das palavras embaralhadas e desconexas que saíam sem parar da sua boca enquanto você me encarava sem jeito. Gostei do jeito que você me olhava. Gostei do seu perfume doce e suave, do seu corpo frágil e delicado, dos seus grandes olhos azuis que mais pareciam duas safiras e dos seus lábios vermelhos que sempre se esticavam em um lindo sorriso, o mais lindo que eu já vira.

Gostava tanto de você que acabei me apaixonando. Até mesmo pelos seus defeitos.

E sabe de mais uma coisa? Eu queria que você me entregasse o seu coração assim como eu entreguei o meu pra você, sem hesitar nem por um milésimo de segundo, nem por um breve, porém notável sussurro do vento. E sabe porquê?

Porque eu te amava.

Te amava como nunca amei ninguém.

Te amei tão rápido quanto meu coração batendo no peito. E aquela foi a melhor sensação que eu já tive.

Mas eu tinha dúvidas Mari. Muitas. A maioria delas era sobre o que eu poderia fazer por e com você, e isso ocupava minha mente em cinquenta porcento do meu tempo. Nos outros cinquenta, eu pensava em você. Isso é estranho não é? Você ocupar cem porcento da minha mente de duas formas, uma indireta e a outra direta. Mas mesmo assim, você estava lá Marinette. De um jeito ou de outro, estava lá, assim como aquela estranha sensação que me assolava:

Você me amava como eu te amava?

Completamente? Ou apenas metade?

Eu sabia que não era completamente, mas por muito tempo fechei os meus olhos para isso. Nós fechamos nossos olhos e fingimos que tudo continuava feito de lindos arco-íris e nuvens fofinhas, como numa doce ilusão. É verdade quando dizem que o amor é cego.

Como você poderia me entregar apenas a metade do seu coração? Como poderia me dar apenas metade do seu amor? Eu não sabia o porquê de ter aquela sensação estranha. Eu via o jeito que você me olhava, com amor, mesmo sem perceber. Mas também via o jeito que você olhava pra ele. E o jeito que ele te olhava então, nossa. Eu não era bobo e nem sonso Marinette. Mas você e ele foram por muito tempo, isso sim, com certeza absoluta.

Mas nós tentamos, Deus sabe como tentamos.

Tentamos, e nos enganamos.

Tentamos, e nos machucamos.

Tanto, mas tanto.

Como fomos idiotas não?

Mas enfim, nem tudo são rosas nesse jogo chamado amor.

Mari, você sabe que não dá pra construir uma relação sem dar e receber. Por um tempo, nosso relacionamento era uma via de mão dupla, eram flores, sonhos e promessas futuras, mas logo eu percebi que você não conseguia mais. Eu te via infeliz apesar de me amar, mas você não sabia porquê estava infeliz. Por um tempo, nem eu mesmo soube. E nós continuamos de olhos fechados pra isso.

Só que isso também mudou.

Nós não conseguíamos mais fingir que estava tudo bem, que tudo era um belo arco-íris e nuvens fofinhas. Eu sei que você não conseguiria me trair, me apunhalar pelas costas, então apenas se afastou. E aquilo foi muito pior do que ser traído, ver você se afastando de mim cada vez mais, e eu não podendo fazer nada. Doeu como o inferno.

Porém, eu sabia que isso era o melhor pra nós. Pra mim, pra você e pro Adrien. E então, eu te deixei ir. Eu te conhecia bem o suficiente pra saber que você sentiria por mim, mas também sabia que você se sentiria melhor consigo mesma ao partir sem me machucar tanto quanto seria o normal.

Viu quantas coisas eu sei?

Mas tem uma coisa que eu não sei apesar de tudo isso. Chega a ser engraçado, eu estar novamente tendo dúvidas, mas ao mesmo tempo preocupante.

Você está feliz?

Você está bem com ele?

Eu não pergunto isso por ter ciúmes ou inveja do verdadeiro dono do seu coração, e sim porquê te amo. Porque te quero bem, quero a sua felicidade, quero ver o seu lindo sorriso sem parar. Mesmo que eu não seja o motivo dele. Mesmo que eu não esteja por perto pra ver. Mesmo que ele seja o motivo e esteja por perto pra ver seu sorriso. Maldito sorriso e maldito Adrien.

Eu não vou mentir: muitas vezes eu me arrependo de te deixar partir. Me arrependo por não ter lutado por nós.

Ei garota, você se arrepende?

Acho que sim. Mas... apenas metade.

Música: We Don't Talk Anymore - Charlie Puth ft. Selena Gomez.

Hey, girlOnde histórias criam vida. Descubra agora