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O quebrar pacífico das ondas era belo. O rumo desconhecido da extensão azul, quebrada pela própria essência líquida, cristalina e preciosa. O atingir na superfície rochosa que acercava a costa, quebrados em impacto calmo, sem mais escândalos ao sutil balançar da água. Talvez a ritmia ficassem mais lenta com o chegar da noite, já que nuvens contrastavam a aquarela do sol, sem mais algum ponto nublado indicasse chuva futura. Superfícies rochosas na costa, belas, independentemente do aparecer do sol ao horizonte ou o esplendor do luar refletindo nas belas águas e paisagem, alçando pelo ar montanhoso com o rico cheiro da natureza montanhosa e marítima, levando ao per capto ar o fantasioso ondular da fumaça dispersa ao vento, mal desenhada e de linhas espessas que baforava de sua boca. As pausas faziam o cigarro pendendo entre os dedos acabar aos poucos a cada tragar, quente ao frio da explícita nudez do corpo.

Ainda que o frio da Ilha de Jeju ao pôr do sol começasse ao atingir, apenas deixou a derme exposta, amargando o gosto da nicotina ao paladar.

Zhang Yixing travava o cigarro no pacífico quebrar das ondas, na intensa reflexão quebrada pelo solícito som do mar e canto das aves que sobrevoavam os céus. Na conveniente nudez, no tragar do cigarro, no afundar de reflexões tão intensas quanto o mar em sua raiva. O demonstrar da bagunça marcava a imaculada derme nua de suas costas, o esvair do corar das bochechas, errôneos como a confusão de lençóis cômodo à dentro. Como o dobrar quebrável das ondas, os lençóis de cor azul se embolavam, amassados pelo movimento constante, pesados pela umidade transpirada não só por seu corpo.

No meio ao desenfreado mar macio, alguém tão imprevisível como as águas descansava. Na beleza vulgar, ainda havia pureza, validada apenas pela imagem do anjo descansando no leito que apenas guardava seu corpo. O corpo judiado como o dele, mas com toda certeza, mais esgotado que o seu. O sono nada mais era do que merecido, o descanso era válido.

Olhá-lo descansar era como um deleite para suas íris, deleite às íris de qualquer um. No bater dos longos cílios as bochechas fartas, batendo em calma no doce amendoado das íris calmas, que se perdiam no menor dos sorrisos dados. Suave como o toque de um lápis ao papel em branco, de curvas de fácil perdição, de beijos tão deliciosos quanto o deslizar do mel aos lábios.

Kim Junmyeon era suave como a melodia divina, tão atraente quanto o fulgor do inferno. O unir de dois cosmos e loucuras à fio na tão tentadora figura que era, revirando cada pensamento e conceito de um homem como Yixing, com anos de experiência e resistência.

Até Junmyeon.

O retrato do deus do sexo à sua figura, descrita aos livros que escrevia, tão polêmicos a sociedade conservadora e admirável pelos milhares de fãs assíduos por aventuras sexuais sem seguir uma única orientação. Zhang escrevia sobre a essência do sexo, sobre como poderia ser esplêndido independemente de quem o toma. Genitálias eram apenas um mero detalhe. A liberdade dos mais escuros tabus não explorados renderam polêmicas, renderam dinheiro, renderam todos os olhos voltados para ele.

Um homem tão rico, com todos aos seus pés, era fraco ao toque de um garoto de vinte e dois anos.

Yixing não culpava o silêncio no admirar das outras pessoas ao discreto chegar do jovem à qualquer lugar, não culpava os suspiros arrancados pelo simples caminhar do Kim, não culpava os apaixonados olhares à forma que ele agia, falava ou até mesmo era discreto.

Culpava aos próprios princípios por ceder.

Desde a palestra pelos famintos olhos de jovens atraídos por sua história, lições e valores, alguns atraídos por sua pessoa. Junmyeon era o mais tímido, o mais atraído, o mais indistinguível entre todos. A timidez refletindo as bochechas fartas, refletindo em todas as ações tomadas à frente dele. Tão gracioso, e com uma proposta tão devassa.

Fazê-lo saber tudo que o chinês descrevia em seus livros. Cada mínimo detalhe, cada forma.

Queria ser seduzido.

O primeiro beijo o deixou com sede para prová-lo ainda mais, mas a calma com o outro o obrigou a controlar os impulsos. Como o discreto mover dos quadris sob seu colo era tímido, como agarrava os lençóis ao que a glade batia à garganta com violência, como beijou as lágrimas caindo em suas bochechas após estar completamente dentro dele depois de semanas tendo carícias mais ousadas. Junmyeon se sentiu pronto, havia firmeza em seu olhar, ouve dor a primeira vez e pedidos de mais ao se acostumar.

O tempo e suas lições fizeram Junmyeon mudar.

O quão sedento este se ajoelhava para tê-lo pesando contra sua língua, se derramando às bochechas cor carmim com a língua para fora. Ele nunca continha seus gemidos, mas quando era necessário, a agonia lhe fazia revirar os olhos, morder o pescoço de Yixing e lhe arranhar das costas até sangue fluir dos arranhões. Os pés se afundavam no colchão para cavalgá-lo com mais força, fundo como implorava aos gemidos. Junmyeon fazia questão de demonstrar o quanto estava gostoso. Os manhosos pedidos para que Zhang o fodesse, o suor trilhando a branca derme alvo dos tapas e chupões.

As perversões mantidas à quatro paredes.

O que eram ainda não tinha definição, apenas o prazer aflorado sendo descontado na ritmia frequente dos corpos. Encontros fora do alcance dos olhares alheios, o rebuliço que sua vida virou com um simples "sim" trouxe intermináveis questionamentos sobre sua relação e até onde o alcance do desejo de tê-lo para si ia. Talvez o corpo quente de coração puro o ajudasse a descobrir, banhados pelo mar. Talvez, pensaria que o Kim era muito jovem para se envolver com alguém como ele.

Talvez, quisesse Kim Junmyeon e mais nada.

O cigarro nada mais era do que um resquício irrelevante e o filtro. O sol sumiu, enfim. O mar continuava calmo, sem mais quebras as rochas, refletindo a lua que aparecia e a imensidão agora estrelada do céu. Descartou o cigarro, caminhando para dentro sem muita pressa em seus passos. A decoração ainda era do azul favorito aos seus olhos, talvez mais bonito pela presença do jovem deitado em seu leito. Ainda tão belo em seu descanso, ainda puro aos seus olhos. Deitou em sua cama, mais uma vez, ao lado do Kim. Este se mexeu, abraçando o corpo do Zhang instintivamente, afundando o rosto no peito do mesmo. Um sorriso adornos os lábios finos.

Deixar-se ser seduzido por Junmyeon não era tão ruim, afinal.

[...]

Curta, mas espero ter saído do agrado de todos.

Bye bye🐇

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2018 ⏰

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