Ainda há algo?

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2007

Emily Fields

- Promete que vai me mandar notícias, cartão postal, coisas desse tipo? – Falava enquanto ajudava Peige com as malas.

- Claro que sim, eu não vou sumir! Espero que você fique bem, Em e tome juízo. – Ela me puxou pra um abraço.

- Vou ficar bem sim, mas morrerei de saudades! Muito obrigada por toda força, Peige! Você merece ser feliz! – Nos abraçamos fortemente. Seguramos o choro, pois tínhamos essa mania de ser forte.

- Muito obrigada, Em, por nossa parceria e por tudo que vivemos aqui! – Nosso abraço foi desfeito e sem perceber nossos lábios se encontraram num beijo quente como todos os outros eram. – Hmmm, beijo de despedida sempre tem um gosto diferente. Em, de todas as coisas sobre você, a mais memorável vai ser o seu beijo, com certeza! Uma delícia! – Sorrimos e nos abraçamos mais uma vez.

- Ah, para com isso! – Dei uma leve tapinha em seu bumbum, recebido com um pulinho assustado dela. – Vou lembrar com carinho de tudo que vivemos aqui. - Nos abraçamos mais uma última vez.

Peige tinha recebido uma proposta de emprego em Vancouver, no Canadá e decidiu ir embora. Era uma guinada importante em sua vida profissional, então lhe dei todo o apoio. No fundo, eu me sentia sozinha novamente, pois durante algum tempo Peige tinha sido aquela pessoa que eu sempre tive por perto e pra quem eu sempre voltava. Nossa amizade colorida era engraçada e Peige costumava dizer que eu era a sua exceção, já que não se relacionava com mulheres.

Durante esse ano de reta final na faculdade, continuei trabalhando no Spot Rouge, mas só fazendo o serviço de acompanhante, não trabalhando mais com nenhum tipo de serviço sexual, e nos dias de semana fazia estágio em uma empresa. Foi então que recebi uma proposta de Hanna Marin, monitora da faculdade e amiga minha, pra ir trabalhar com ela em um escritório que tinha sido contratada e precisavam de estagiários. Além disso, ela precisava também de alguém que dividisse o apartamento com ela. Como as coisas iriam ficar apertadas sem Peige, decidi ir embora, começar uma nova vida.

Em Seattle.

Não era como se eu fosse encontrar Alison na primeira rua que eu atravessasse, a cidade era grande, a maior de Washington, e seria um pouco difícil isso acontecer. Era nisso que eu me apegava e que me deixava tranquila em ir pra lá.

Ledo engano.

Algumas semanas depois da minha chegada em Seattle, resolvi conhecer uma cafeteria próxima ao escritório em que estava trabalhando e não imaginava que iria encontrar Alison lá. Ela estava vestida de uma forma diferente da que a costumava ver, uma calça de linho preta, bem justa ao corpo, seguidos de uma blusa soltinha com um blazer escuro por cima. Um scarpin preto de bico fino e saltos baixos completava seu look. Passei uns longos segundos a olhando e percebi que seu cabelo estava maior e num tom de loiro mais claro. Ela estava acompanhada de uma mulher com cabelos escuros e olhos esverdeado, que se expressava de forma exagerada. Pelo que Alison já havia comentando comigo aquela mulher era Aria. "Elas estavam juntas novamente", pensei, ao ver o selinho que a morena depositava nos lábios da loira ao checar algo no celular e ir embora.

Sem que eu percebesse, seus olhos percorreram toda a extensão do bar e pararam em mim. Gelei, meu corpo inteiro tremeu e foi impossível não notar sua expressão de surpresa e terror ao me ver. Sem pensar em alguma solução melhor, rapidamente peguei minhas coisas que estavam na mesa e sai correndo. Eu não sabia como chegar em Alison depois de tudo que tinha acontecido e não estava preparada pra encontrá- la tão cedo.

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- Hey, acho melhor pararmos por aqui. – Empurrei Hanna pra longe de mim – Não acho certo você tentar me usar pra preencher o espaço que a sua professora lá deixou. – Ponderei pensativa.

Wake Up Conscious - EmisonWhere stories live. Discover now