f i f t h (5)

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[Kim mingyu] 

 O amor machuca. 

De um jeito louco e cruel. É como correr, mas sem sair do lugar. É como tentar respirar, mas não conseguir de jeito algum. 

Algumas pessoas ao passarem por algo importante e marcante em suas vidas, acabam por nunca esquecer de tais acontecimentos.  O meu grande acontecimento histórico foi a paixão ardente por Jeon wonwoo. Isso eu nunca poderia –nem mesmo se quisesse– esquecer. Era doloroso, era torturante, mas como um bom masoquista, eu adorava. Talvez pudessem se passar anos, mas o rosto sereno e angelical de Wonwoo continuaria gravado em minha mente. 

Mas era algo que estava tirando o meu sono. Estou cego de amor. O que eu poderia fazer? Wonwoo chegou em minha vida como um vaqueiro e laçou meu pobre coração. A ida do mais velho me causou muitos problemas e uma enorme saudade. 

Nós mantínhamos contato. Eu o enviava cartas, como o grande clichê que sou e ele me recompensava com chamadas de vídeo, onde eu poderia ver o seu lindo rosto e ele ouvir a minha voz e me imaginar ao seu lado, o apoiando em momentos complicados durante sua estadia no hospital. 

Nós contávamos nosso dia um ao outro e eu podia me deliciar com a risada gostosa de wonwoo quando dizia a ele coisas engraçadas no meu dia-a-dia. Certa noite o mais velho me impediu de ver seu rosto e na mesma noite eu o ouvi chorar por horas, enquanto ele me dizia que o tratamento estava lento demais e que sentia a minha falta. Nessa noite, nós choramos juntos.

Contei a ele sobre o estágio que consegui no hospital de Busan e toda a correria do dia a dia. Wonwoo ficou feliz por nós dois. Ele sempre me aguardava no final do dia e mesmo que eu estivesse com todas as energias esgotadas, eu o ligava e tirava algum tempo para lhe escrever as cartas que o mais velho tanto amava. 

Ah, contei a ele também que no tempo vago que tinha entre meus turnos no hospital, eu estudava sobre o alfabeto braille e aprendia a escrever e a ler. Tinha até um professor para me ajudar. Tudo para lhe escrever as cartas que eu lhe enviava todas semanas. Disse também que havia comprado o clássico que ele me mostrou um tempo atrás e que me apaixonei de imediato. 

No segundo mês desde a ida de wonwoo, eu contei ao moreno que conheci alguém. Ele ficou desconfortável de imediato e me perguntou quais eram meus sentimentos diante a pessoa. Eu ri e disse que o mais velho era um bobo por ainda duvidar do meu grande amor por ele. 

-Eu nunca poderia amar outra pessoa, além de você hyung. -Foram minhas palavras. E era verdade. Com todos os quilômetros de distância, eu ainda ensinava ao moreno sobre o amor, em formas de cartas, desta vez. Eu dizia, como um louco e com todo o meu coração, que amava Jeon wonwoo. Eu lhe dizia e me declarava sem medo algum e ganhava o meu dia com todos as gargalhadas e sorrisos do mais velho. E ele me dizia que mesmo com a escuridão que parecia ter diante do seus olhos, eu dava a ele um pincel e ele coloria tudo ao seu redor. 

E mesmo longe um do outro, nós estávamos pintando um grande quadro. Misturando todas as nossas cores, junto do amor que prometemos manter intacto.  

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Eu tô tão soft.

Até o próximo.
Com amor, Ana.

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