O Verdadeiro Motivo

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N.A.: Draco Malfoy e Ginny Weasley

Ginevra olhou mais uma vez para a caixa de correio no muro aos  pedaços e suspirou, aquele fora o ponto de encontro que Draco havia  marcado.

Merlin sabia o que passara para tomar aquela decisão. Não  fora fácil em momento algum, muito pelo contrário, a família estava  contra, os amigos a chamaram de louca e havia Harry. Ele saíra ferido.  Mais que ferido, para falar a verdade, ela despedaçara seu coração.

Mas  ela não agüentava mais! Não agüentava fingir que iria ficar com Harry,  que dariam certo e seriam a família perfeita. Sabia que ele a amava como  nunca amaria mais ninguém em sua vida. Apesar de que a forma que  demonstrava o que dizia era completamente louca.

Não era o que ela esperava.

Guardava  segredos dela, segredos que só dividiria com Ron e Hermione. Às vezes, o  sentia longe, quando o via parado na janela da sala d'A Toca, olhando a  paisagem. Não falaria com ela o que sentia. Logo ela, que soubera mais  do que ninguém o que era ser possuída por uma horcrux! Que sentira em  sua pele o poder do Lord das Trevas. Aquele que a fizera perder sua  inocência, sua infância.

Mas isso parecia não ser importante para  Harry. Oh não, havia o bem maior, havia Harry Potter o menino que  sobreviveu, mais importante que qualquer pequeno trauma de infância.

Ela queria ser amada, dividir sua felicidade, seus temores (esses temores) com alguém! Se sentir confortada, protegida...

Os  braços de Harry poderiam ser quentes, mas tinham um quê de frieza ao  envolvê-la. Os lábios de Harry poderiam ser macios, mas tinham um quê de  dureza em seu roçar. O olhar de Harry poderia ser profundo, mas tinha  um quê de escuridão ao fixar-se ao seu.

Tão diferente de Draco. Foi o Slytherin quem lhe deu o que precisava.

Os  braços de Draco poderiam ser frios, mas foi onde encontrou o calor de  sua proteção. Os lábios de Draco poderiam parecer duros, mas foi ali que  sentiu a macieza de seu conforto. O olhar de Draco poderia ser escuro,  mas foi fixando-o ao seu que reconheceu a profundeza que um amor  verdadeiro poderia ter.

Sorriu ao observar novamente a caixa de  correio. Que todos estivessem contra! Que ela brigasse por anos afins  com sua família! Era Draco Malfoy quem ela amava de verdade. Não sentia  fingimentos em seu relacionamento, não havia nenhuma fachada para  acharem que eram o casal perfeito. Não eram, e faziam questão de  relembrar isso para quem quer que questionasse. Pois se completavam em  suas diferenças.

Draco perdera a inocência como ela. Não fora  possuído, mas fora obrigado a conviver com o Lord em pessoa. Sentira o  medo de perder as pessoas que mais amava. E mais importante que qualquer  coisa, não a ignorava por seus traumas, reconhecia que para ela, eles  eram difíceis de superar.

Que o mundo ficasse contra os dois!

  Ginevra sorriu confiante para o portão enferrujado. Draco estaria do  outro lado dele, esperando por ela. Esperando para serem felizes. Então  deu um passo, cruzando-o, sem olhar para trás.

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