Capítulo 5

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E seguindo o combinado, todos os dias, eu, Daniel e Juliana íamos e voltávamos juntos do colégio. Eu realmente estava amando aquela amizade que em tão pouco tempo se tornou tão forte. Quando cheguei em Brasília, falei para mim mesmo que não me apegaria a muitas coisas ali, afinal, três anos depois eu terminaria o Ensino Médio e voltaria para São Paulo. Mas foi impossível, Juliana era a garota mais engraçada do mundo, e Daniel era um grande amigo.

— Hoje a gente almoça na sua casa né André? — perguntou Juliana

— Aham. Minha vó já está esperando por vocês. Acho que ela fez lasanha.

— Mentira! Eu amo lasanha! — disse Daniel. — Eu já amo a sua vó.

— E eu? Vai me abandonar pela vó do André?

— Por uma lasanha? Talvez.

— É a melhor lasanha que eu já comi — disse colocando pilha.

— Acho que vou te abandonar sim, viu Ju?

— Você que sabe, teu coração é seu caminho e tua cabeça é o seu guia. — a garota falou séria enquanto ríamos subindo o elevador.

— Vó! Cheguei, tá a Juliana e o Daniel aqui.

— Hmm, então vocês são os famigerados Sr. Daniel e Srta. Juliana. O André fala muito de vocês.

— Hum, ele fala é dona Amélia? E é coisa boa ou ele fica falando mal de mim pra senhora? Porque se ele falar mal é mentira. Eu sou a garota mais comportada de Brasília.

— Ele fala, e muito. Disse que você não para de falar, toda hora é tagarelando.

— Ah bom, isso é verdade mesmo.

— Verdade até demais. — completou Daniel.

— Ah sim vó, Daniel é super fã de lasanha viu? Ele até perguntou se você caprichou. — instiguei e vi Daniel me olhar com ódio, ele era super tímido e sempre ficava vermelho muito rápido e por qualquer coisa.

— Que mentira! Para de bobeira André!

— Vamos ver então se você acha que eu caprichei, vem me ajudar Daniel.

— Ele está mentind.. ah, sim, tá bom, eu ajudo sim. — concordou Daniel com minha vó, a seguindo para a cozinha enquanto olhava de cara feira para eu e Juliana, que gargalhávamos.

— Ele fica todo sem jeito tadinho.

— Que tadinho o quê, eu já morri de passar vergonha na casa dele. Os pais deles são mó cri cri, eles tem milhões de regras e normas. O Daniel odeia a casa dele por isso.

Aí estava um fato que eu não sabia sobre a família de Daniel, pelo jeito eles pareciam super rígidos e sistemáticos. O que explicava a postura tensa de Daniel, não era timidez, era receio. Fiquei me sentindo mal por ele, mas afastei esse pensamento quando ele veio rindo trazendo a travessa de lasanha. Ele ria pouco, mesmo tendo um sorriso muito bonito.

— Tcharam!

— Vamos, podem ser servir, o vô do André tá na oficina com o carro. Disse pra vocês aproveitarem.

— O que foi com o carro vó?

— Ah, os problemas de sempre, nada que você deva se preocupar.

E assim a gente almoçou, os quatro juntos, conversando muito. Juliana contou como a gente se conheceu e os primeiros dias de aula através do ponto de vista dela, e minha vó morria de rir. Ela foi exagerada em tudo. E quanto mais ela falava, mais minha vó ria. Quando terminamos, levamos os pratos para a pia e Daniel se prontificou a ajudar minha vó a lavar os pratos.

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⏰ Última atualização: Jun 06, 2018 ⏰

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