20 - Aminimigos?

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Minha mãe anda pela sala com o aparelho de Mari, olhando atentamente a qualquer detalhe nele. Ela para, vê algo e anda em direção ao elevador. Sigo-a e entramos no elevador. Descemos mais um andar.
- Esse lugar é de que tamanho mesmo?
- Maior do que você imagina... Acredite.
Ela está séria, amedrontadora, quando a porta do elevador abre, vejo uma estação de desenvolvimento, e algumas pessoas trabalhando, ela percorre a sala e entra em um dos poucos cubículos, mas pelo que vi, cada um tem o seu, mas a área de protótipos é comum, ela entra e começa a gritar:
- Você não disse que estava tudo certo?
- E está!
- olha isso aqui, queimado...
- Mas eu revisei tudo, e...
Chego ao cubículo, e vejo um homem de uns vinte e poucos anos, ele usa um óculos de grau, mas nada alto pela espessura da lente.
- Você deve ser o Anthony!
- Tony, por favor.
- Meu nome é Gen, mas me chame de Glitch.
- Glitch, GLITCH! - Minha mãe esbraveja.
- Ahh sim, os circuitos nao aguentaram o impacto, não considerei isso. Eu peço desculpas, alguém se machucou?
- Graças a mim... Não.... - A voz seria de Martin invade o cubículo, e Glitch estremece.
- Eu quero me desculpar com a pessoa...
- Depois você faz isso. Já resolveu o problema do dispositivo?
- Já achei, não resolvi.
- Por favor, resolva de todos o quanto antes.
- Sim senhor. Uma opinião seria colocar mais um lançador e outro disparador, para melhorar a eficiência de movimentação.
- Faça e teste, se melhorar o desempenho aplique.
Saímos do cubículo e passamos pela sala até chegar ao elevador.
- Quantos andares tem mais para baixo?
- Tem mais o estande de tiro e o transporte. - Minha mãe diz
- Transporte? Como assim?
- Bem, é um "metrô", que liga la perto do CoolBar até aqui.
- Martin, por que você nunca me falou?
- Você nunca me perguntou! - risada sarcástica
- Claro, por que eu pressuponho que vai ter um metrô em baixo da sua lanchonete...
Martin da um sorriso amarelo.
- Vamos descer ao estande, tem também o arsenal mais específico de certos apoiadores. - Minha mãe diz.
- Apoiadores? Arsenal Específico?
- Sim, habilidades incomuns, mas úteis.
Olho para Martin e sussurro:
- Preciso ter medo?
- Não... Por enquanto...
Saindo do elevador, tem uma sala com mais de trezentos metros de comprimento e uns trinta de largura, cinco metros de altura, e uma sala perto do elevador, que tem uns dez por dez.
Ouço um zunido, mas não vejo. Um ataque, sem dúvida, mas não consigo ver. Apenas por um brilho a um metro e meio de distância delata o ataque, me desvio, e uma carta crava na parede atrás de mim. Se eu nao tivesse me desviado teria me matado sem sombra de dúvidas. Alguns fios de cabelos meus caem no chão.
- MAS QUE MERDA FOI ESSA? - Minha mãe grita com força o suficiente pra deixar outro zunido.
- Ahh Karina... Você sabe que gosto de dar boas vindas aos nossos visitantes com potencial.
- EU NÃO DOU A MÍNIMA PRA O QUE VOCÊ FAZ, MAS NAO MATE MAIS NINGUÉM AQUI DENTRO.
- Oi? Alguém já morreu com essas "Boas Vindas" - pergunto sussurrando para Martin
Ele acena com a cabeça.
- Meu nome é Alexander, mas eu gosto de ser chamado por meu nome artístico... Magic, por favor... Ahh pense em uma carta Tony.
- Como você sabe meu...
- As de paus!
- Cert...
- Sete de espadas
- Mais uma ve...
Ele sorri, puxa uma carta de seu bolso de trás.
- Coringa! - virando a carta para mim.
- Incrível!
- Eu gostei de você!
- Por que você fica nesse estande?
- Simples... Olhe e aprenda!
Ele continua virado de frente para mim, mas pega uma carta, diante dos meus olhos abre um baralho inteiro, de apensas uma carta! Ele pega três cartas em cada mão, e ainda virado para mim, joga três cartas em um alvo no final da sala, o alvo para pessoas normais é apenas um ponto branco em uma parede de concreto cinza claro, mas ao pegar um binóculo disponível, vejo todas as três cartas fincadas no alvo, paralelas, perfeitas.
Ele então se vira e joga as outras três cartas, em sequência, mas com velocidades diferentes, então duas cartas se chocam em pleno ar, gerando faíscas, enquanto uma terceira passa próxima, entrando em combustão, essa terceira parece estar com algum liquido, ou gás, que ao se aproximar de fogo ou traços mínimos deles, entra em combustão, e ainda assim. Acerta novamente o alvo, fazendo-o pegar fogo. As cartas ao serem olhadas estão as quatro paralelas. Essa maestria com cartas, quase impossível, sua força é impressionante, lançar uma carta cinquenta ou sessenta metros é fácil, mas acertar um alvo a mais de trezentos metros de distancia com cartas, e com essa precisão... Ele é superior a um humano qualquer, ele se sobressai em termos de precisão.
Lembro de minha mãe me explicar do pentágono de afinidade, em cada uma de suas pontas, uma habilidade específica se destaca, elas são:
1 - Força: Pessoas como Wolf, que tem uma quantidade disponível de força quase sobre-humana.
2 - Inteligência: Pessoas como Mari e Pan, onde sua inteligência, raciocínio e estratégia são impecáveis.
3 - Precisão: Pessoas como Martin, que tem habilidades de pontaria e outros afins, espetacularmente precisas.
4 - Velocidade: Pessoas como Karina, que são obviamente velozes, em todos os sentidos.
5 - Equilíbrio: Eu sou um equilibrista, pessoas com grande habilidades ilusórias, e de equilíbrio físico, elas podem desenvolver facilmente outras habilidades do pentágono, eu treinei para velocidade e força. Talvez Glitch seja um equilibrista também, percebi inteligência e velocidade.
6 - Moldes: Pessoas que tem três ou mais habilidades, ao conhecer Magic percebi um molde de três ou talvez quatro habilidades: Força, precisão e Velocidade, ainda nao testei, mas pode ser que sua inteligência seja muito bem desenvolvida.
Vou para o lado, puxo minha mãe e digo:
- Um Molde?
- Sim - Ela olha para baixo e com uma cara de preocupada, completa - Um Molde Perfeito.
- Perfei... ELE TEM AS CINCO PONTAS DESENVOLVIDAS? - Falo baixo, mas com espanto, nunca ouvi alguém que seria um molde perfeito - achei que isso era História...
- Não é... Existem apenas alguns assim como ele. Eu sei que você é um equilibrista, quais pontas você desenvolveu?
- Força e velocidade.as estou aprimorando inteligência.
- Você diria que é mais forte em qual ponta? Em porcentagem.
- Velocidade e Força, na media de setenta e cinco por cento.
- E quanto a inteligência?
- Uns trinta por cento
- Bom...
- Mas não o suficiente.
- Por isso perguntei. Você vai treinar com Magic daqui para frente.
- Enten... Oi? Eu treinar com aquele maníaco?
- Eu acho que a palavra mais correta é um excêntrico.
- E se ele tentar me matar?
- Estou contando com isso Tony... Assim você vai ficar mais forte.
Ela esta brincando com a minha cara? Eu vou treinar com Magic? Mas se bem que, ele é um molde... Qualquer tipo de habilidade que eu quiser aprender ele pode me ensinar. Suspiro
- Tudo bem.
- Ótimo.
Andamos de volta para perto de Martin e Magic.
- Magic.
Ele olha para mim. Vou até a carta fincada no concreto e a retiro. Ela é realmente mais rígida que uma carta de baralho normal. Suas arestas tem um pequeno desenho. São pontiagudas, elas na verdade quase não tem flexibilidade, são de metal. Eu lembro de quando tentei aprender a lançar cartas, jogava apenas uns dez metros com precisão, os outros dez ou vinte eram aleatórios, mas como estou a menos de sete metros de Magic a lanço de volta, em direção de seu rosto. A carta corta o ar, e um cheiro de sangue sobe, meus dedos estão com cortes. Os cantos da carta me cortaram. Magic agarrou a carta em pleno ar, e a esta segurando.
- Você plantou as cartas em meu subconsciente ao lançar a carta.
Ele ri.
- Você tem muito mais potencial que eu imaginei.
- Como você sabia disso? - Martin me pergunta surpreso.
- quando eu peguei a carta eu vi desenhos em sua borda. E como a carta não veio em linha reta, mas um tanto inclinada, os desenhos combinados com a rotação formaram as cartas. Eu percebi, mas não percebi. E as ideias foram plantadas em minha mente.
- Você acertou tudo, exceto uma coisa. Nao havia a carta Joker na carta lançada. Eu sou a carta Joker. A ideia dela vem desde quando eu me apresentei. Um mágico, com roupa parecida com a de um palhaço, mas eu plantei em outro momento a ideia da carta Coringa. Se você adivinhar, eu te treino, como sua mãe quer que eu faça.
Onde ele plantou a ideia? Quando? Em qual milésimo de segundo? Eu sei, preciso lembrar, não quero treinar com ele so por que minha mãe manda, eu posso aproveitar mais do que o esperado. Onde? ONDE? Olho para baixo. Os meus cabelos estão caídos no chão ainda. Eles formam um padrão. Dois jotas estão um ao lado do outro. Maldito, como? Estou impressionado, com um sorriso bobo  em meu rosto.
- Os cabelos.
Magic sorri.
- Realmente você é uma pedra para ser lapidada.

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Votem se gostaram e falem o que estão achando da história, qualquer coisa, mandem mensagem pelo Wattpad que eu vejo e respondo! ^w^

Coisas que eu queria falar:
1 - Eu sei que faz tempo, mas to tentando entrar na facul, então espero que entendam ❤️
2 - Sim, o Pentágono de afinidade é um pouco (muito na verdade) baseado em mangás Shonen e RPG (dois "guilty pleasures" meus). A sexta ponta, a ponta da especialização, desenvolve em poucas pessoas, e eu mostrei duas pontas especiais em um capítulo só, (mesmo twndo falado de apenas uma). Será que os protagonistas vao desenvolver mais a frente? (eu mesmo estou pensando nisso ainda kk)
3 - Colaboradores só "querem ver o circo pegar fogo", e sim, é o caso do Magic. Glitch começou como um colaborador, querendo apenas ter financiamento para suas invenções, mas acabou aderindo 100% a resistência.
4 - Lembram que eu falei que a história começava a ficar mais dark? Então... Mais complexa com certeza. Dark, talvez kk
Edit:
5 - Ainda tem mais uma ponta, mas vou falar dela bem mais pra frente.

Obrigado por ler e espero que possamos concluir juntos essa história ❤️

Renan

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora