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O que era para ser um encontro agradável, transformou-se em um passeio desastroso, com Albus visivelmente embriagado, seus soluços breves e repetidos revelando os goles rápidos e excessivos de whisky de fogo. Cada espasmo em seu peito prejudicava sua respiração, tornando-o ainda mais desajeitado.
— Al, céus! Você bebeu demais... — disse Louis, preocupado, enquanto caminhavam entre as árvores próximas ao vilarejo. Ele observava o jeito estabanado e desleixado com que o amigo mais velho andava, os soluços interrompendo o silêncio do entardecer.
— Não me chame de Al, Louis! Você sabe que eu detesto — respondeu Albus, com a voz melódica e enrolada, um claro sinal de sua embriaguez.
Louis suspirou profundamente, frustrado. Ele tinha esperanças de que a noite seria especial, mas agora estava evidente que o álcool arruinara seus planos. A decepção era palpável no ar, refletida no suspiro triste do loirinho.
— Acho melhor irmos para as carruagens e voltarmos para a escola. Você precisa descansar... — sugeriu Louis, tentando assumir o controle da situação e garantir que Albus chegasse em segurança.
A floresta ao redor parecia envolvê-los em uma quietude inquietante, enquanto as primeiras estrelas brilhavam no céu, testemunhando a turbulenta jornada de volta dos dois amigos.
— Ah, não! Nós temos mais tempo para conversar! — protestou Albus, tentando ignorar sua condição.
O cacheado, frustrado, bateu o pé no chão para chamar a atenção de Albus, que continuava a andar sem rumo. O movimento abrupto finalmente fez o moreno parar e olhar para trás. Seus olhos verdes estavam estreitos e sonolentos, mal focando em Louis.
— Vou para a carruagem, Albus. Amanhã a gente se vê — disse Louis com firmeza, embora sua voz carregasse uma nota de desapontamento.
Antes de se afastar, Louis murmurou um feitiço de lucidez, esperançoso de que ajudasse a aliviar rapidamente os efeitos do álcool no mais velho. Ele observou Albus por um momento, certificando-se de que o feitiço começava a fazer efeito, antes de se virar e seguir seu caminho, com um misto de preocupação e frustração pesando em seus passos.
O moreno lançou um olhar de soslaio enquanto Louis se afastava, sentindo-se magoado. Aos poucos, sua mente começou a clarear, graças ao feitiço, enquanto chutava pedras pelo caminho em direção à Casa dos Gritos.
Não muito longe da velha construção, ele se sentou na grama ainda um pouco tonto. Suspirou fracamente, contemplando a vista de um pequeno lago próximo. Procurou pedrinhas ao seu redor e começou a jogá-las na direção do lago, seus pensamentos imersos em uma angústia silenciosa.
Talvez Albus devesse reconsiderar suas ações e atitudes. Mas se havia algo que ele não admitia tão cedo, eram seus erros. Orgulhoso como uma fada mordente, preferia persistir em suas falhas a reconhecer sua responsabilidade.
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Naquela noite de sábado, Albus observou Scorpius entrar na comunal da Sonserina com um sorriso radiante, enquanto conversava animadamente com outros dois colegas. O moreno franziu o nariz em desgosto ao perceber o brilho nos olhos do loiro desaparecer assim que seus olhares se encontraram. Era como se uma sombra tivesse se abatido sobre o rosto antes iluminado de Scorpius no momento em que cruzou olhares com Albus.
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Kiss Me | Scorbus
ChickLitApaixonado por Scorpius a tanto tempo, Albus encontra a oportunidade perfeita de tentar conquistar o melhor amigo quando uma situação indesejada surge. E a incerteza de perder seu amigo ou conquistar seu coração, brincando em sua mente.