Kiss Me | Scorbus

Capítulo 7

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   Se havia uma coisa que o Menino-Que-Sobreviveu não sabia fazer, era ser um pai. Mesmo com três filhos, Harry ainda estava aprendendo. Sua dificuldade era atenuada pela observação dos membros da família Weasley, que ele via agindo com seus próprios filhos. Era impressionante como Harry se sentia sempre insuficiente nessa questão, comparando-se constantemente aos Weasleys.

   A culpa pelo que acontecera com Albus há cerca de dois anos ainda pesava em seu coração. Harry sabia que sua irresponsabilidade como pai contribuíra significativamente para o caos que se instalara na vida de seu filho. A necessidade de agir corretamente estava sempre presente, um medo constante do que poderia acontecer com seus amados filhos se ele falhasse novamente.

   Naquela noite, Harry se olhou no espelho, avaliando as vestes que escolheu com base na opinião do filho do meio. Estava realmente bonito, suas esmeraldas reluzentes ganhando intensidade com o preto elegante de suas roupas e uma echarpe verde que adicionava um toque de cor. Gola alta, seu filho havia insistido várias vezes. E ele não podia deixar de se surpreender com o quão elegante conseguia ficar dessa forma.

   Enquanto ajustava a gola, Harry pensava nas palavras de Albus e em como queria desesperadamente ser o pai que seus filhos mereciam. Cada escolha de vestuário, cada pequeno detalhe que Albus sugeria, parecia uma oportunidade de reconectar e mostrar que ele estava tentando, que ele se importava. A cada dia, ele esperava estar um passo mais perto de ser o pai que seus filhos precisavam.

   — Harry? — Hermione chamou, e ele se virou para vê-la, exuberante em um vestido vermelho. — Ginny realmente não irá?

   — Não. A temporada de Quadribol a pegou de jeito este ano. — Harry deu um suspiro, mas sorriu. — De qualquer forma, Rony também não irá, então nós dois somos um par!

   — Não. Hugo disse que seria meu par. — Harry a olhou ofendido, recebendo um sorriso dócil. — Não sabia que teriam tantos rapazes disputando por mim hoje, mas Albus me enviou uma carta não me dando opção além de ser o par dele. Mas havia prometido a Hugo há um bom tempo atrás. E ele não aceita me dividir.

   — Eu e Albus estaremos sem par porque seu filho não sabe dividir então? — Hermione concordou, e Harry sorriu. — Que garoto insolente, como o pai.

   Hermione riu, sua risada preenchendo a sala com um calor familiar. Ela se aproximou de Harry, ajustando delicadamente sua echarpe verde.

   — Você sabe que Albus adora a sua companhia, Harry. Ele só quer ter certeza de que você estará lá para ele — disse Hermione, seus olhos brilhando com uma mistura de carinho e compreensão. Como se soubesse exatamente o que Harry estava sentindo nas últimas horas.

   Harry assentiu, sentindo-se um pouco mais leve. Apesar das complicações e das dúvidas que surgiam em sua mente, momentos como aquele lhe lembravam que ele estava cercado por amor e apoio. E que, no final das contas, ele estava fazendo o seu melhor.

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   Quando o Grande Salão recebeu os ex-alunos com uma decoração vasta em tons brancos, Harry sentiu uma onda de nostalgia amistosa invadir seu interior. Era como se ele tivesse voltado no tempo, para seus próprios dias como estudante em Hogwarts. Ele podia ver alguns rostos conhecidos e sentiu-se aquecido pela familiaridade.

   Minerva McGonagall havia recebido os ex-alunos meia hora antes dos atuais estudantes, permitindo que os mais velhos pudessem se enturmar antes da habitual confusão gerada por seus filhos e familiares que agora estudavam em Hogwarts. Ela, com um brilho nos olhos, indicou onde estaria a bebida alcoólica, estrategicamente escondida longe do acesso visível dos jovens. Os convidados riram e se perguntaram quem era aquela mulher e o que havia feito com a severa Minerva McGonagall.