Capítulo 11-Educação Moral e Espiritismo

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CONCEITO

Educação. É a transmissão de valores e conhecimento acumulado de uma sociedade.

 Moral. É um conjunto de normas de comportamento que orientam o ser humano para a realização do seu fim. É aquilo que aceitamos como válidos do ponto de vista do que é bom.

ÉTICA. se ocupa com o valor do comportamento humano. Investiga o sentido que o homem imprime à sua conduta para ser verdadeiramente feliz. 

 O problema ético é o de distinguir o bem do mal, o justo do injusto, o certo do errado, o que é permitido e do que é proibido, tendo em vista o conjunto de normas adotado por uma sociedade.

De qualquer forma, a ética e a moral devem ser vistas dentro de uma circunstância e não como uma norma rígida.

O indivíduo deve agir e ser responsável pelos seus atos, mas só poderá sê-lo se proceder segundo os princípios e não segundo uma norma externa.

Não somos responsáveis pela circunstância. Ao contrário, somos responsáveis pela resposta que dermos diante dessa circunstância, porque a resposta depende de nossa formação ética e moral. E se os princípios que nortearem as nossas ações tiverem uma dimensão universal, tanto melhor.

Allan Kardec, quando codificou o Espiritismo, deixou claro que não tinha inventado nada. Apenas organizou, coordenou, baseado no método teórico-experimental e secundado pelos Espíritos de luz, os conhecimentos que estavam espalhados pelo mundo.

Nesse sentido, o Espiritismo não tem dogmas, não faz proselitismo e tampouco prescreve ações padronizadas para os seus seguidores. Simplesmente aponta os problemas enfrentados pelos seres humanos e lança uma luz sobre eles. E por esta razão é denominado de o "Consolador Prometido". Em outros termos, podemos agir da maneira que quisermos. Temos total liberdade. Os Espíritos, porém, nos alertam: "Se você seguir esse caminho terá essas conseqüências; se seguir aquele outro terá aquelas conseqüências".

Aquele que pratica o bem terá como conseqüência a liberdade; aquele que pratica o mal terá como conseqüência a escravidão. De modo que somos o resultado do que pensamos e agimos. Não há privilégios, não há jeitinho. Seremos julgados pelo bem ou pelo mal que fizermos aos outros. Às vezes, os pregadores da Doutrina Espírita se inflamam e começam a ditar normas. Não nos deixemos influenciar por qualquer palavra que lemos e ouvimos. É mais prudente refletirmos sobre os ensinamentos contidos, principalmente, nas obras básicas do espiritismo: O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livros dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.

José Herculano Pires que, nos dizeres do Espírito Emmanuel, foi o melhor metro que mediu Allan Kardec, dizia-nos que a reforma íntima, tão propalada pelos espíritas, deve ser de fundo e não de forma. Quer dizer, os planos de melhoria interior têm o seu valor, mas o que realmente importa é o crescimento real do Espírito imortal.

 A POSTURA ESPÍRITA FRENTE AOS PROBLEMAS SOCIAIS

Há muitos problemas, inclusive aqueles apontados pela bioética, disciplina que trata de problemas relacionados à vida humana, como é caso da mulher que aluga o seu útero para o nascimento de uma criança. Esta postura é ética? Quem é a mãe da criança? O que será dessa criança no futuro?

Analisemos, sucintamente, apenas dois problemas: o aborto e o suicídio. Ambos se referem à paralisação da vida. No aborto, o feto não tem escolha: a vida lhe é tirada. No suicídio, o indivíduo é que tira a sua própria vida. O que o Espiritismo tem a nos dizer? Em ambos os casos, há uma infração à lei de Deus. Tanto o que comete o aborto como o que comete o suicídio terá de responder pelos seus atos. Em se tratando do aborto, a Doutrina Espírita fala em crime. As conseqüências podem vir em futuras encarnações: quantos casais querem ter filhos e a mulher não consegue engravidar? Em se tratando do suicídio, mesmo se levando em conta os atenuantes e os agravantes, o infrator deverá sofrer as conseqüências, inclusive com a perda do seu livre-arbítrio.

 CONCLUSÃO

Os Espíritos de luz estão sempre nos advertindo. Eles nos dizem: "Olha pelo que te trocas; talvez não percebas de pronto, mas cada um se dá por aquilo em que se troca". Reflitamos sobre a nossa conduta ética. É possível que os outros nos tachem de tolo, de retrógrado, de alienado. Não nos importemos com isso. Saibamos, sim, antever o que o futuro nos reserva.

 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CENCI, Ângelo V. Sobre a Educação Moral. In PIOVESAN, Américo (et al). Filosofia e Ensino em Debate. Ijui: Unijui, 2002 (Coleção Filosofia e Ensino, 2)

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

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