Kathy
Lembro-me de estar com as pontas dos dedos congelados do frio que fazia naquela noite, do gosto salgado das lágrimas na minha boca, lembro-me da sensação do cansaço puxar meu corpo para baixo e minhas pálpebras quase se fecharem a cada passo que dava. Não sentia meus membros, só sentia o ar frio passando pelo único casaco quente que tinha na mala que ainda carregava mesmo mal conseguido com o peso do meu próprio corpo. Senti minha cabeça escorregando devagar para o lado, até eu cair completamente e bater a cabeça. Adormeci, não antes de ouvir passos, vindo até mim.
Assim que acordei tive aquele pequeno susto, que se tem ao acordar, de não saber onde se esta, porém o susto só foi ficando maior. Acordei enrolada em vários cobertores e compressas quentes no rosto, que logo tirei para ver melhor onde estava. Era um pequeno quartinho, mobiliado apenas por uma pequena cama, esta em que eu estava, e uma cômoda que fazia com que dar mais de três passos no quarto fossem impossíveis. Reparei que a única coisa que vestia era uma camisola que parecia pequena demais para mim. Ouvi algo fora do quarto, em seguida senti meu estômago roncar, logo entendi o porquê, seja La quem estivesse La fora estava preparando algo delicioso. Levantei-me para ir atrás daquele cheiro e procurar respostas, mais então bati forte com a cabeça no lustre que se estendia no meio do pequeno quarto. Isso fez o som do outro lado do quartinho parar. Comecei a procurar algum meio de escapar dali quando finalmente percebi o perigo que estava correndo. Não sabia onde estava ou com quem estava. o lugar a minha volta era completamente desconhecido. Mas não havia um meio de escapar, a única janela no quartinho era alta e pequena demais. Escondo-me rapidamente entre as cobertas quando alguém entra.
-ola querida- ouso uma voz doce vindo da porta, olho através dela e La estava uma pequena senhora me oferecendo uma bandeja. Olho através dela para o resto da casa era uma casa simples, tudo era pequeno, mas muito organizado. Olhei para a senhora que permanecia na porta e devolvi o olhar gentil que ela me dirigia pegando a bandeja colocando à ao pé da cama. O cheiro delicioso que sentira antes agora invadia o pequeno quartinho. Um prato cheio de sopa e uma caneca com algo que parecia estar bem quente repousavam na minha frente, em meio a todos os cobertores. Olhei novamente para senhora na porta, ela acenou com a cabeça para que eu começasse a comer, mas não movi uma colher. Onde eu estava? Como havia chegado até ali. Ela pareceu entender o que estava se passando na minha cabeça e finalmente começou a falar.
-nos encontramos você caída na estrada enquanto nevava- "nos quem?" pensei- teve sorte de alguém encontrar você a tempo, foi com certeza a madrugada mais fria que tivemos esse ano. E olha que aqui temos o inverno mas rigoroso da redondeza .
-onde estou? Quem é você?
-me chamo Catarina. Você não é daqui, é? –eu estava cansada, com o estômago roncando e minha cabeça estava dolorida. E não sabia quem era ela, ou o que eu estava fazendo ali. Comecei a ficar com medo, e a querer vomitar-pode me dizer qual é o seu nome?
De repende o quarto começou a girar, e minha cabeça tombava pro lado mais uma vez. Repeti a pergunta na minha cabeça.Qual era meu nome?
-eu não sei.
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Paramnésia
RomanceNo começo do seculo XIX uma jovem com perda de memoria é encontrada na estrada e acaba tomando a identidade de uma criança que desapareceu anos atras, com a ajuda da avó desta. Mas enquanto ela acha que esta salva, e pode fazer daquela cidade seu la...