Não há razão pra chorar

350 36 29
                                    


NOTAS INICIAIS:

Essa fanfic faz parte do desafio inkdisney do grupo Inkspired Brasil

A musica escolhida foi No meu coração você vai sempre estar do filme Tarzan

Casal Daichi X Suga, anime Haikyuu

Betado por Linest Albuquerque

********************************


Glossário: tamagoyaki é um tipo de omelete japonês

Ittekimasu: Vou e volto/ Estou saindo

Itterasshai: Vá e volte/ volte logo

Oyasumi: Boa noite/durma bem.


O grande dia havia chegado. Dizer que estava nervoso era um grande eufemismo, ele não conseguiu dormir e passou a noite toda organizando o quarto do mais novo membro da família, sua ansiedade sendo palpável no sorriso que nunca sumia de seu rosto e nos olhares apaixonados que trocava com o marido. Entrar no carro e percorrer o caminho para o abrigo deixou seu estômago agitado.

Quantas vezes sonhou com aquele mesmo dia? Nos últimos dois anos, Sawamura Sugawara Koushi não pensou em nada além do seu mais novo filho. Foi uma grande decisão para ele e para Daichi, seu marido, aumentar a família e cuidar de outra vida. Eles precisaram de dois anos por puro preconceito, pra ser sincero. Daichi e ele jamais fizeram exigências como: "queremos um bebê branco", ou até mesmo "criança de até dois anos", haviam deixado claro que escolheriam por afeto e afinidade e portanto só precisavam ir ao abrigo, mas para um casal homossexual no Japão adotar leva anos, mesmo que o casal em questão tenha um bom histórico e as condições necessárias para se criar uma criança.

— São duas horas até o abrigo Lar da Esperança, Koushi. Durma um pouco, sim? — Daichi sugeriu vendo rapidamente de relance o estado animado do marido. Achou divertido, mas não comentou quando Koushi remexeu uma mão na outra, as bochechas coradas pelo frio, e sorriu ainda mais, quase não conseguindo conter sua alegria.

— Não posso Daichi, não consigo fechar os olhos nem por um segundo. — virou seu corpo para ter completa visão do rosto do companheiro. — Quer dizer, foram dois anos e finalmente poderemos adotar nosso menininho. Eu já nem aguentava mais ficar longe dele.

Sawamura sorriu sem desviar os olhos da estrada, entendia bem o que seu marido queria dizer já que sentia exatamente o mesmo, eles estavam esperando a chegada do pequeno garoto à dois anos e Koushi andava bastante tristonho achando que não conseguiriam adotá-lo.

— Eu sei, meu amor, mas ele não vai gostar de te ver com essas olheiras. — o outro homem disse brandamente e um olhar bobo e apaixonado tomou conta do rosto de Koushi. Sugawara Sawamura Daichi sempre foi assim; um rapaz gentil, firme, sincero e bondoso. Repousou sua mão esquerda na perna do marido, reconfortado com toda a atenção e compreensão que Daichi desprendia para si. O moreno ligou o som em uma altura ambiente e suave e Koushi olhou a paisagem pela janela, seus pensamentos voando longe.

Podia lembrar com perfeição quando decidiram que queriam ter uma filho, já havia uns dias em que a vontade de ter um ser pequenino bagunçando a casa preenchia o coração e mente do Koushi, por isso, quando Sawamura chegou do trabalho e ambos foram jantar, ele tocou no assunto.

Me dê sua mãoOnde histórias criam vida. Descubra agora