"Hey, capitão... você já ouviu falar no 'mar'? É um lago gigante, que vai além do horizonte e... é cheio de água salgada. O Armin me falou sobre isso. Nós prometemos que o veríamos juntos."
- Eren Jaeger, Capítulo 84 - Batalha de titãs/ Cingacina.____
Suspirou pesadamente, sentando-se de costas para a cerejeira, podendo ver as flores cor-de-rosa caírem lentamente sobre a grama que dançava de acordo com o vento. Havia acordado à menos de vinte minutos, mas já estava bem longe do dormitório e do batalhão. Era um dia doloroso para Eren, e o Jaeger precisava de um tempo sozinho.
Era o 8° aniversário de morte de sua mãe, e consequentemente, naquele dia fariam oito anos que Eren havia conseguido seus dois titãs. No entanto, ao final daquele ano, apenas restariam cinco anos de vida ao Jaeger. Cinco míseros anos.Até então, não havia conseguido sua real vingança, e quem garantiria que Eren fosse, de fato, conseguir? O prazo era curto, e o trabalho era longo.
Além de tudo, tinha outros problemas com que lidar. Problemas políticos envolvendo Historia e a forma de governo das muralhas; a reconstrução de Cingacina; as melhorias no uniforme e equipamentos da tropa; e acima de tudo, o treinamento titã.
Tudo isso rodava pela cabeça de Eren à meses. Ele, então, cobriu o rosto com as mãos, pois sua cabeça já doía. Já não sabia mais como iria lidar com tudo isso. Era só um cara que recém havia feito vinte anos, e já tinha o peso de todas as vidas que residem as três muralhas sobre suas costas; e uma das suas únicas motivações o havia deixado, à quatro anos atrás. O Jaeger sentia lágrimas leves deslizarem lentamente por suas bochechas, logo caindo sobre sua calça.
"Droga!" Praguejou mentalmente.Com o rosto coberto pelas mãos, permitiu-se, pela primeira vez em bastante tempo, por tudo para fora. Chorar o que havia guardado em seu peito por tanto tempo. Era como se sentisse uma dor enorme cessar.
Eren pôde ouvir passos leves e lentos aproximaram-se lentamente. Não queria falar com ninguém, muito menos ser visto chorando, mas já não conseguia conter as lágrimas grossas que desciam descompassadas por seu rosto.
- Huh... Eren?- a voz calma de Jean soou mais próxima do que o Jaeger imaginava. Jean estava agachado ao lado do moreno, que nem ousou tirar as mãos de seu rosto.
- Veio rir da minha cara? - Uma risada fraca fora proferida pelo Jaeger, embora a última coisa que quisesse fazer fosse rir.
Jean havia mudado com o tempo, e já não era mais o "cara de cavalo" bully que enchia o Eren dia e noite. Ele estava gentil e compreensivo, na sincera opinião do moreno; mas não confiava completamente no Kirstchein. Não por enquanto.
O mais alto suspirou levemente sentando-se ao lado de Eren. Permaneceu alguns segundos calado, olhando o "amigo", pensando cuidadosamente no que diria à seguir. Jean é e sempre fora uma pessoa muito sincera, mas naquela situação, preferiu não opinar, e sim tentar, de alguma forma, ajudar Eren.
-Não. Eu... apenas vim ver se estava bem.- O rapaz mais alto desviou o olhar, coçando levemente a própria nuca, coisa que fazia sempre que estava constrangido.- Quer dizer, você saiu cedo.- Tentou corrigir sua fala de forma que soasse menos preocupado. Mesmo que, agora, gentil, Jean continuava extremamente orgulhoso, e nunca admitiria o quão preocupado de fato estava com Eren.- E você não costuma à sair cedo, então pensei que estivesse falando com o capitão Levi, ou a Comandante Hanji. Mas eu te vi aqui e... bem, você já sabe.- Jean apoiou seu rosto sobre o pulso,- mesmo que estava apoiado sobre suas pernas,- ignorando completamente o fato de seus cabelos, agora mais compridos, caírem sobre seus olhos.
Eren riu anasalado, fazendo que não, finalmente tirando as mãos de frente ao seu rosto.
- Que fofo. Jean Kirstchein se importa com alguém além dele próprio! Devo me emocionar?- Com os olhos e nariz levemente avermelhados, Eren sorriu levemente, secando a bochecha com as mangas da camiseta de tom amarelado.
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Konran no Hajimari
Fanfiction"Em um mundo tomado por guerra; Em uma terra banhada por sangue; Em um lugar cuja única melodia que se ouve é a produzida pela chuva incessante; Em muralhas que correm constante perigo, assim como aqueles que as habitam; Em uma batalha sem fim cujo...