37. Atingid...

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Adrian:
O tempo parecia correr, eu não tremia porém suava de nervoso vou matar essa filha da puta, ensinar que não se mexe com amigo meu, ainda mais tirar em Adalberto assim de graça.
Eu estava esperando o momento certo para descer pela larga pilastra de ferro que tinha lugares perfeitos para me segurar e apoiar meus pés na descida, ainda mais pelo desagradável fato de estar em uma altura muito desfavorável do chão, seria somente uma chance.
Avistei Evelyn que parecia recompor o ar, bem onde se centralizava à luz da lua que passava pela clarabóia dando uma visão perfeita.
Abertei o botão de rádio em meu ouvido que parecia mais um fone de um único lado e sem fio e ao segundo chiar, mandei o aviso.
Estou descendo primeiro alvo em minha vista. — a AK-47 seria um sonho realizado usá-la em um deles, coloquei a pistola travada na parte de trás dos cos de minha calça. Me equilibrei no corrimão e pulei, respirei fundo ao sentir firmeza em segurar a barra, comecei a descer.
  Ao sentir o solo meus conturnos fizeram barulho de impacto ecoando por aquela parte, ela se recompôs e ficou atenta, até eu sair lentamente das sombras.
"Aí sim em, não fazia uma chegada dessa desde World of Warcraft.", ok, fui longe.
— Você? — ela esperava por isso, não sei qual é dessa teatral surpresa.
— Assustada por termos percebido tudo antes de um ano? Ou porque sabe que vai morrer?
Tirei a pistola e a destravei em punho.
— Acha que eu tenho medo de você?
Dei um curto sorriso.
— Não. — a olhei nos olhos. — E a morte você teme? Eu sei que sim, vocês adolescentes são assim, todos somos.
— Eu vou matar cada um de vocês! — gritou.
— Acha que pode me matar com uma mira de cinco meses, algo que aprendi em nove anos? — ela estava mais alterada.
  Mirei em sua cabeça e logo ouvi outro "click", e Nick surgiu com um sorriso de escárnio e ficando ao meu lado, me olhou nos olhos e colocou um olhar de raiva sobre Evelyn.
— Acha que é quem? Você rouba milhões, quase destrói uma série de amizades, atira em um agente de 26 anos, foge com um carro avaliado em oitenta mil dólares. Você se acha mais mulher por segurar uma pistola? Acha!!!
— Calada! Sua vadia!!! Sempre te odiei, você é só uma pedra no meu caminho. — Evelyn tremia enquanto segurava a arma, tentei dar um empurrão com um braço para Nicole ir para trás, só que ela se recusou e ficou mais perto de mim e na minha frente.
— Você quer atirar? Atire. — aticei.
— Corajoso. — ela apontou na minha cabeça.
— Evelyn você não está favorável nessa situação. — Nick ameaçou, seus cabelos se moviam lentamente com o pouco vento que entrava das aberturas nas paredes de ferro.
— Dúvida?!!! — gritou.
— Atire, vagabunda! — eu estava de colete.
Foi tudo rápido demais meus olhos mal acompanharam, até sentir Nick com suas costas contra meu peito e seus olhos brilhando.
— Merda! — ela já falou sem forças, deixando sua arma cair ao chão, e Evelyn saiu correndo mancando.
A segurei para evitar sua queda até o chão, sem colete. Sério.
— Cadê seu colete? Inferno. — Não podia acreditar nisso.
— Queima muito essa porra. — O sangue escorria de sua boca lentamente, a blusa regata branca já se ensopará de sangue na região do abdômen.
Merda, merda, é muito sangue, olhei com a pouca calma que eu tinha e vi três tiros.
— Não vai dar dessa vez. — ela tossiu e um pouco de sangue espirrou em minha face.
— O que quer dizer com isso? Por que entrou na minha frente?
— Ela... acertou em órgãos vitais. — seus olhos já não tinham mais o mesmo tom de castanho. — Não pensei direito, foi por extinto.
— Nicole aguenta mais um pouco, vou chamar ajuda, porra! — quando coloquei a mão perto do dispositivo, com dificuldade ela me impediu e fez sinal de não com a cabeça.
— Adrian a morte faz parte de todos nós.
— Foda-se. — ela abriu um sorriso fraco.
— É a minha hora.
— Quem disse?
— Essa filha da puta dor e frio que estão sobre mim, só queria dizer que vocês foram a melhor família que tive nesse últimos seis anos de sofrimento. — minha visão começou a se embassar não sei se por raiva ou lágrimas.
Ela enconstou a mão com o sangue já frio em minha face, e deu uma respirada no ar que já não entrava em seus pulmões.
— Agradeça os outros por mim, beleza? — não podia acreditar numa merda dessa.
— Para de falar isso. Para com esse drama.
— Quem dera se fosse... — abaixei a cabeça, sua mão fria fazia o calor de minha bochecha fugir. — E Adrian... Sexo, drogas e rock n' roll.
Ela fez o símbolo da mão chifrada com a mão repousada e totalmente ensanguentada no lugar dos tiros e eu sorri por singelos segundos, a outra mão despencou e seu olhar se congelou olhando para a luz da clarabóia.
A gente nunca se abraçou, nunca tivemos dessas viadagens de amigos de longa data, sempre fomos na porrada, palavrões e discussões, mas dessa vez eu quis abraça-la. Morrer com dor assim...

Invasão (Hacker)Onde histórias criam vida. Descubra agora