Deku o gato

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Um gato de pelo claro andava pela rua, ele poderia se passar por um gato gordo, mas era apenas seu pelo cheio fazendo com que tivesse um aspecto fofinho. Kacchan era o dono da rua, o gato mais selvagem e perigoso que andou por aquelas bandas, não havia gato ou até mesmo canino que o enfrentasse.

Com seus olhos vermelhos, cheios de maldade do puro inferno, suas garras afiadas que deixavam qualquer inimigo morrendo de medo e seus terríveis dentes afiados prontos para o abate. Ninguém podia consigo, ainda mais se o pelo estivesse ouriçado, mostrando que estava nervoso.

Estava em busca de comida, suas reservas estavam próximas do fim e precisava pegar algo rápido, ainda mais que o inverno estava se aproximando. Andava com o rabo em pé mostrando toda sua grandeza e força, andava sem preocupação já que era temido e ainda chiava para os humanos se afastarem.

Então escutou um miado baixo de um filhote, provavelmente. Não que Kacchan também não fosse um filhote, era relativo a idade dos gatos, mesmo estando em um tamanho, não necessariamente indicava que o gato era um adulto. Kacchan só tinha 2 anos, já se considerava um adulto, mas ainda era uma criança, para os gatos, ao menos.

Ele foi na direção do miado por curiosidade, não que ele estivesse preocupado. Ele tinha que mostrar logo pro intruso do seu território que aquele lugar já tinha dono, então ele daria uma lição naquele gato que não parava de miar para que ele ficasse quieto de uma vez.

Quando chegou próximo ao beco, viu uma bola de pelos esverdeada, miudinha, devia te poucos meses de vida. Percebeu que o mesmo batia a patinha em algo, aproximou e ficou um tanto chocado com o que viu. Havia um gato maior, não sabia ao certo se era a mãe ou até o pai do felino menor, mas o mesmo choramingava sacudindo o gato maior que já se encontrava morto.

Reparou que o gato estava bem machucado, talvez tinha protegido o filhote e morrido no processo, aquilo de certa forma lhe incomodou, Kacchan nunca tivera ninguém, fora abandonado logo cedo então não sabia muito bem o que era carinho ou amor de um familiar. Ver um gato proteger sua cria daquele jeito, de certa forma lhe tocava.

— Ele não vai mais levantar — falou vendo a bolinha de pelos virar para si, chorosa. — Deveria ir embora, procurar um lugar para ficar, antes que morra para um cachorro.

Kacchan então deu meia volta e foi embora, só que ele não esperava ser seguido, percebeu que a bola de pelos estava lhe seguindo, ainda chorando. Ele não entendeu o motivo, nem tinha se oferecido pra cuidar do pequeno, tudo o que menos queria era cuidar de alguém.

— Não me siga! — disse chiando para o gato pequeno que se encolheu.

O gato maior voltou a andar, achando que com aquilo o pequeno filhote pararia de segui-lo. Afinal, tinha assustado e muito o outro, só que ainda era seguido fazendo com que se irritasse ainda mais e virasse novamente vendo o pequeno se encolher e lhe encarar.

— Sozinho — o pequeno falou baixinho fazendo o gato maior dar uma risada e se aproximar.

— E quem disse que eu ligo?! Se continuar me seguindo eu vou matá-lo, ouviu bem?! — mostrando suas garras e fazendo uma cara assustadora, vendo o pequeno se encolher ainda mais.

— Sozinho — disse novamente voltando a chorar. — Eu... Eu não ligo.

Ficara surpreso pela frase, o mesmo tinha acabado de dizer que não se importava de morrer? Tinha que dar certo credito para o pequeno, nunca ninguém foi tão persistente consigo e lhe enfrentou dessa maneira, geralmente já corriam assustados no primeiro aviso, mas aquele filhote ainda o seguia, mesmo sabendo das consequências.

Kacchan o gatoOnde histórias criam vida. Descubra agora