Este ponto, este momento, é aqui que tudo começa, minha história, e é tudo que você vai saber de mim.
Meu nome é Katerina, não Katerine ou Katy, Katya. É Katerina. Eu não falo isso por ser idiota, mas acho que as pessoas tem que entender às vezes e respeitar até às simples coisas do mundo e de cada indivíduo.
Falo isso, porque na verdade, respeito é algo que nunca tive na minha infância, mesmo que só uma criança, eu merecia respeito, né?
Eu vivia num apartamento de classe média na cidade junto com meu pai, esse que não me respeitava, não me apoiava e nem nada, mas tudo bem, ele quase não ficava em casa. O passatempo favorito do meu pai era ficar com mulheres, eu tinha uma mulher desconhecida toda semana na cozinha de casa, isso foi nos tempos calmos e bons.
Quanto mais meu pai envelhecia, menos mulheres davam atenção pra ele, menos apareciam em casa e isso só frustrava ele, não sei porquê. Um dia ele apareceu apenas bêbado (geralmente era bêbado e acompanhado) e vendo isso, sem motivo, eu disse "sem acompanhante hoje? O que é? Acabaram as bêbadas fáceis do bar?", mesmo sabendo que eu não devia dizer nada pra ele nesse estado.
Que ele era agressivo eu sabia, mas não imaginava que ele iria fazer isso... Isso que iria me mudar e traumatizar pra sempre. Eu lembro dele se aproximando de mim, com aquele cheiro de cachaça e cigarro dizendo "Ainda não acabou, tem uma facinha aqui na minha frente", eu comecei a me afastar procurando algo com as mãos pra me proteger, enquanto eu fixava no olhar maníaco dele vindo pra cima de mim e começando a tirar o cinto. Andando de costas eu caí sentada no sofá e ele, meu pai, ficou parado com o cinto na mão e a calça quase caindo. Eu comecei a chorar por imaginar o que estava prestes a acontecer comigo... Indefesa e petrificada fiquei parada enquanto ele vinha pra cim----------
VOCÊ ESTÁ LENDO
.metade.
Short Story.isso é uma história sem regras da frágil Katerina, uma mulher qualquer e sem história que tem que dar seus jeitos de se virar na vida.