Capítulo 32

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Pov. Gabriel

Eu disse que a amo e fui sincero.

Alexia é minha mulher e mãe dos meus filhos. Quando ela estiver mais tranquila vou contar para ela sobre a cláusula do testamento, mesmo que agora isso não importe. Tudo o que eu quero é a minha família.

São onze horas da manhã e eu saio da empresa. Hoje eu prometi a Alexia que hoje nos almoçaríamos juntos e quero ser pontual. Olho a hora no meu relógio e algo capta a minha atenção.

É o carro de Brenda.

Levanto uma sobrancelha quando eu a vejo beijando um homem, mas não é um homem qualquer.

É George; o nosso primo.

Meus lábios se curvam em um sorriso. Genial, entre primos se resolveram. Brenda parece perceber a minha presença, porque se afasta de George rapidamente e me olha. Em nenhum momento o meu sorriso se apaga.

- “Senhor Gabriel Santori?” - uma voz masculina me tira dos meus pensamentos.

Eu pisco lentamente e vejo um homem vestindo um terno na minha frente.

- “Sou eu.”

- “Pelo que fiquei sabendo o senhor é esposo da senhora Alexia Duarte?”

Meu cenho se franze quando ele mencionou o nome de Alexia. O que ele tem a ver com a minha mulher?

- “É minha mulher, há algum problema com isso?”

Ele parece sério quando responde.

- “O senhor Gregório Duarte foi encontrado morto está manhã em sua residência.”

Eu fico atordoado durante vários segundos.

- “De que ele morreu?”

- “Ele recebeu dez punhaladas de faca no peito” - ele diz. - “Até agora a senhora Liza Peltz é a única suspeita.”

Merda!

- “Vocês conseguiram prendê-la?”

Ele nega.

- “Agora mesmo se encontra foragida.”

[...]

Não encontro maneira de consolar Alexia. Ela está chorando a pelo menos 15 minutos e eu não gosto disso. Isso poderia afetar a sua saúde.

Seu pai sempre foi uma merda com ela, mas minha mulher continua chorando por ele. Isso é tão nobre. O pior é saber que a única suspeita é a sua mãe.

- “Gabriel, me leva para vê-lo, por favor.” - ela soluça. - “Quero me despedir dele.”

Pego a sua pequena mão e beijo os nós dos seus dedos.

- “Eu vou te levar, mas você precisa se acalmar, amor. Isso não é bom nem pra você nem para nossos bebês.”

Ela me olha com os olhos cheios de lágrimas.

- “Eu vou me acalmar, mas por favor me leva para vê-lo.”

Sem dizer mais nada, vamos andando até o carro e nos dirigimos até o IML.

Aperto a sua mão a todo momento e logo entramos numa sala branca. Um corpo está sobre a mesa metálica coberto por um lençol e Alexia soluça.

- “Vocês são familiares do senhor Gregório Duarte?” - um jovem pergunta.

- “Sou sua filha.” - ela chora.

- “Vocês só podem ficar aqui durante 15 minutos.” - ele diz e nós dois assentimos.

Quando o jovem se retira, Alexia tira o lençol que cobre o seu rosto e chora ainda mais. Eu a abraço com força e juntos olhamos para o corpo pálido de Gregório.

- “Papai...” - ela sussurra entre lágrimas.

- “Alexia...”

- “Ele era o meu pai, Gabriel” - eu soluço. - “Sei que ele nunca me amou, mas não guardo rancor.”

Deposito um beijo na sua testa.

- “Isso te faz ainda mais admirável, meu amor.”

- “Você acha que Liza o matou?” - ela olha pra mim.

-: “Eu não sei, vamos esperar para ver o que diz as investigações e a autópsia.” - seguro a sua mão. - “Vem vamos para casa, você precisa descansar.

- “Eu tenho certeza de que foi Liza ou talvez Daniel.”

Solto um profundo suspiro.

- “Sei que era o seu pai, Alexia, mas lembre-se de que não te faz bem ficar assim. Sua gravidez é de risco, não se esqueça.”

Ela abaixa a cabeça e mais lágrimas cai dos seus olhos.

- “Desculpa...”

- “Não precisa se desculpar, amor. Vamos deixar esse assunto para a polícia.”

- “Tudo bem” - ela diz. - “Eu te amo.”

- “E eu amo você, amor.”

(...)

Chegamos em casa e levo a minha mulher para a nossa cama. Depois eu peço para Nina levar um pouco de chá para que ela se tranquiliza-se um pouco. A morte do seu pai a afetou bastante e espero que encontrem logo o culpado.

Meu celular começa a tocar e me surpreendo ao ver o nome do meu avô aparecer na tela. O que ele quer agora?

- “Avô” - minha voz soa fria.

- “Gabriel, como está?” - escuto a sua voz rouca. - “Se passaram três meses e você não me ligou. Como vai o seu casamento com essa mulherzinha?”

- “Da última vez você foi bem claro”-  eu o lembro. - “Você não queria saber nada de nós.”

- “Você me conhece Gabriel, sou um homem orgulhoso” - ele diz. - “Eu ligo para te convidar para o meu aniversário de 75 anos. Quero toda a família reunida nesse dia. Traz a sua esposa e faremos as pazes.”

Eu escutei bem?

- “Acho que eu não posso ir. Você foi muito grosseiro com ela.”

- “Eu não aceito um NÃO como resposta. Você entendeu? Nós vemos em duas semanas. Até logo.”

Logo ele desliga o telefone sem esperar uma resposta da minha parte.

O que esse velho louco pretende?

Um Verdadeiro Amor (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora