Negar Para Não Encarar

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Dizemos que não, juramos: Nunca mais! Mas no silêncio da noite, antes de dormir, pensamos em quem realmente amamos e nosso travesseiro não nos julga, segura nossas lágrimas e nos conforta.

Carol caminhou sem olhar para trás, enquanto sentia os olhos de Day em suas costas, ela pensou: "Não posso olhar para trás, não posso, vai Carol! Some logo daqui, fuja e não olhe para trás, porque se você olhar corre o risco de nunca ir embora".

E assim Carol entrou no avião e retornou para Curitiba, negando seu amor, porque sabia que jamais teria coragem de vivê-lo, então o melhor era negá-lo tanto quanto possível fosse, ainda que lhe doesse tanto e doía.

Ao chegar em Curitiba, pensou consigo mesma que voltar seria como um recomeço. Tentava deixar para trás tudo, suas lembranças, seus sentimentos, a maneira que havia perdido na final do programa. Voltar para casa era voltar para a pessoa que ela era antes de partir para São Paulo.

Avistou seus pais vindo ao seu encontro sorrindo e eles lhe deram um longo abraço.

"Filha! Que bom ter você de volta" - Sua mãe lhe abraçou forte e depois com seu rosto entre as mãos a olhou nos olhos e sorriu.

"Você precisa se apressar, estão todos lá em casa te esperando!" - Disse o pai, enquanto pegava suas malas e colocou seus braços em seus ombros a levando em direção ao carro.

Carol ouviu a frase "todos esperando" e não sabia se estava preparada para esse "todos".

"SURPRESA" - Todos disseram juntos quando Carol abriu a porta de sua casa, mas seu pai já havia dado com a língua nos dentes e ela disfarçou bem fazendo cara de susto e tratou de abraçar um por um. Seus amigos, sua família, os parentes, todos que a esperavam. Aquele amor a fazia bem, voltar para quem sempre esteve ali por ela, era muito bom. Mas um vazio que lhe fez fechar os olhos a assustou. Balançou a cabeça depressa tentando evitar aquele sentimento. Respirou fundo e balançou a cabeça para cumprimentar as pessoas:

"Oi, gente! Eu voltei!" - Carol disse forçando um sorriso.

Uma de suas primas se aproximou e lhe abraçou dizendo:

"Está muito linda, prima! Que bom estar por aqui outra vez, a cidade toda torceu por você e estamos muito orgulhosos!"

Carol focou nas pessoas que estavam em sua casa, eles fizeram um esforço enorme para estarem ali, muitos trabalham e ainda assim estavam ali para recebê-la, aquilo a encheu de esperança e ela consegui soltar um sorriso sincero e abraçou de volta a prima em um ato de pura gratidão.

De longe avistou Tori, sua melhor amiga, sua confidente. Carol não conteve as lágrimas e correu para abraçá-la. Elas se conheciam desde criança e Carol sabia que Tori a entendia mais do que qualquer pessoa no mundo. Tori retribuiu o abraço e também se derreteu em lágrimas.

"Que saudade miga, como eu estava com saudades!" - Tori

"Como eu preciso de você, Tori." - Carol

Tori congelou por dentro, viu nos olhos da amiga que algo não corria bem, mas aquele não era o momento de conversarem. Apenas a apertou com seus braços e disse sem nenhuma palavra: "Se tudo der errado, ainda assim estarei aqui".

O som do violão voltou para casa, as vozes cantando e a comida de sua mãe distraíram Carol durante toda tarde. Mesmo cansada da viagem, ela estava ali e era bom estar de volta para a velha Carol.

P L A Y - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora