Why are we strangers when are love was strong? ☹

Saí de casa, durante a noite, sem destino, sem rumo…apenas com a música alta, só com o sorriso e o choro, só com o vento e com as estrelas, só com a lua e com o escuro da noite.

Dou por mim a caminhar na rua mais escura da cidade, onde não há luzes, nem casas, nem pessoas, só eu e a música.

Eu pensava em ti, tocava a nossa música e eu chorava, acabava a música e eu ria por estar a chorar, e mais uma música tocava…deitei-me na relva numa floresta negra, sombria, longínqua de tudo e de todos, olhei para o céu e fechei os olhos, pensei em tudo, o que nós tínhamos passado juntos, do que poderíamos passar juntos e no que deveríamos passar juntos!

Pensei nisso, pensei em coisas impossíveis e nas coisas mais simples e possíveis, mas que apesar de simples faziam-me sorrir por longas horas, por longos dias…voltei a pensar nos olhares que ignoraste e nos que retribuíste, e nos sorrisos desperdiçados e nos que valeram a pena, nas lágrimas de emoção e nas de tristeza, nas nossas conversas e na falta delas.

Não pensei só no que aconteceu, pensei também no que poderia ter acontecido, pergunto-me se algum dia terias sido feliz a meu lado e se a tua vida é melhor sem mim…pergunto-me o que pensas quando ouves o meu nome ou quando me vês...é, eu sei, são montes de perguntas para as quais não tenho resposta.

Mais do que tudo, mais do que um amigo, mais do que o verdadeiro amor, mais do que isso, foste um irmão, mas daqueles irmãos que têm divergências e acabam por se afastar, por deixarem de se falar, por deixarem de serem quem alguma vez foram! E custa-me perceber que passei 5 anos contigo e que tudo acabou, acabou da pior forma, como um “fim” e foi o pior fim que alguma vez vi. Tu trocaste-me, magoaste-me! Depois de tantos olhares, de tantas brincadeiras, de tantos abraços, beijos, de tantos “amo-te”, “prometo amar-te para sempre”, só me restam memórias, passamos por tanta coisa juntos!

Eu ainda te amo, bastante. Eu falei, tentei, expliquei, prometeste-me e eu esperei, magoaste-me e eu perdoei, foi mentira mas eu acreditei, custou mas finalmente acordei. Magoaste-me, a sério! Tento seguir em frente, mas não consigo, estou presa ao passado, estou presa a ti! Foste o 1º e o último homem da minha vida. Chorar por ti, foi um dos maiores erros que já cometi. Tu eras o que eu tinha de mais importante e tu acabaste comigo, só acho que a nossa história não devia de acabar assim, apesar de tudo ainda espero por ti. Estava coberta de lágrimas, levantei-me e voltei para casa, chuviscava e o tempo sombrio era bastante assustador.

Peguei no telemóvel e mandei uma mensagem à Lia, a rapariga que sempre me apoiou, era sobretudo uma irmã para mim. “Acabou Lia, eu já não aguento mais”, recebi poucos segundos depois bastantes mensagens dela “não faças nada estúpido, eu já vou para aí”, “por favor Lua, espera” e mais. Não respondi e comecei a receber chamadas dela, e também do…Ricardo.

Fiquei paralisada, no fim de tantos anos, recebo uma chamada inesperada dele, mas ignoro-a, já não sabia o que fazer, estava bastante nervosa, as lágrimas não paravam de escorrer, as minhas mãos de suar e as minhas pernas de tremer. Corri para casa e fui até à varanda, chovia torrencialmente…estava decidida, eu queria parar de sofrer, por fim à minha vida, liguei para o 112…

112: Qual é a emergência?

Eu: houve um suicídio…-quase não conseguia falar

112: Quem é a vítima?

Eu: eu

Ouvia a voz do outro lado a falar para mim, apenas deixei o telemóvel escorregar pela mão, aproximei-me da varanda, pensei nas promessas que tu no fim, quebraste-as todas. De repente chegou a Lia com o David, eu tremia por todos os lados, apareceu também a ambulância e a Lia saiu logo do carro, olhou para mim fixamente, ela chorava desesperadamente, virei rapidamente a cara para o lado e fechei os olhos, sentia-me culpada! Estava a um passo de pôr fim a tudo quando se aproxima um carro…eu conhecia aquele carro, era o carro do Ricardo, dei um passo atrás, o meu coração estava a mil. Será que ele mudou de ideias? Será que ele vai-me pedir desculpa? Será que ele ainda me ama?