Thomas (6)

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"Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente" — Chico Xavier

Eduard já estava deitado em sua cama, porém estava acordado, fui até o banheiro, coloquei roupas para dormir e deitei em minha cama. Em minha camisa, havia o símbolo da coroa, bordado em fios de ouro, exatamente do lado esquerdo, em cima de meu coração. O símbolo fica exatamente em cima do coração, pois é onde nosso país deve estar, o amor á pátria, e o legado da família real, a defesa do lema ''Trono de ouro, reis de aço '', quase revirei os olhos, isso é uma grande merda. Fiquei olhando para o teto, pensando na loucura que foi minha primeira noite fora do palácio, e na pior mentira que contei em toda minha vida, não sei como elas acreditaram nessa história de loja de especiarias. Para minha sorte, sei um pouco sobre plantas, e ervas medicinais, caso elas perguntassem alguma coisa, pois além dos remédios fornecidos por meu pai, minha mãe e as criadas, sempre faziam várias misturas diferentes, tanto para eu tomar, tanto para passar em minhas costas. Kombos era a mais usada, realmente as cicatrizes melhoraram, então a marca no braço de Cassi irá sumir, de Cassiopéia. Sei exatamente de onde seu nome é, Cassiopéia é uma constelação, só que história contada da lenda de Cassiopéia não é tão bonita, só resta saber o porquê da escolha do nome.

- Então quer dizer que abriremos uma loja de especiarias? – Eduard diz, rindo de minha desculpa esfarrapada, interrompendo meu devaneio – Eu fiquei tão nervoso com essa história Thomas, e ao mesmo tempo segurava meu riso para não entregar você, a minha única ação foi falar para irmos embora.

- Acredite, eu estava mais nervoso do que você, sentia minhas bochechas queimarem a cada palavra.

- Deu para notar... você estava vermelho demais, não tinha como não perceber. Você normalmente está pálido, então qualquer tom a mais se destaca... com todo respeito. Mas acho que aquela garota... Cassi, também percebeu, ela falava tentando tranquiliza-lo.

Soltei uma risada meio abafada, quase um suspiro.

- Realmente sou muito pálido Eduard, parece que sempre estou doente. Cassi foi legal comigo, depois de me roubar... Mas eu fiquei com pena da mãe dela, ela é uma garota boa, não rouba por maldade, se fosse comigo, e mamãe ou Kile, estivessem no lugar da mãe dela, eu não iria poupar esforços para os ajudar.

Eduard me olhava surpreso. .

- Sabe Thomas, eu faria o mesmo também, ela realmente não é uma garota má... mas você é o príncipe, nunca vai precisar fazer isso.

- E que sorte a minha...

- Irá vê-la amanhã?

- Ela se ofereceu para mostrar a cidade... se ela não aparecer, vamos por nossa conta. Está tarde Eduard, amanhã será um longo dia, até amanhã soldado.

- Tudo bem, até amanhã majestade.

                                                                                           ***

Ela não apareceu. Enrolei Eduard até nove e quinze, então decidimos ir por conta própria explorar a cidade. Fomos até o parque da cidade, que uma senhora muito simpática indicou como um dos lugares preferidos dos visitantes, e realmente era um lugar muito belo, cheio de altas e belas árvores, várias flores, um pequeno lago, um playground para as crianças, tudo em perfeita harmonia. Havia também alguns trailers na praça, vendendo diversas coisas, a senhora havia me dito, que toda semana, uma feira é realizada na cidade, e a dessa semana, seria hoje, então o parque estaria bem movimentado.

- Será que essa cidade é sempre assim tão movimentada e feliz? – Eduard dizia enquanto tomava o sorvete que havia comprado – Ontem chegamos, e havia um parque de diversões, hoje uma feira.

Encontrei Cassiopéia fora do céu Onde histórias criam vida. Descubra agora