O Mestre

Anormalidade

"Eu tinha 10 anos quando tive o primeiro contato com o pólen mutagênico." - Conta uma jovem que está numa sala de interrogatório junto com dois policiais.

Pai e filho estão mexendo no motor de um carro que está estacionado na garagem de sua casa. Existe um entrosamento entre os dois, uma paixão por consertar as coisas.

O ambiente é tomado pelo som de uma música instrumental dos anos 50 Duane Eddy - Movin n groovin. Eles riem apertando cada peça e contando piadas até que são interrompidos pela mulher da casa que os chamou avisando que o jantar está pronto.

Todos entraram pouco depois do homem fechar a porta da garagem.

Naquela mesma noite a adorável família foi visitada por um grupo indesejado.
Bandidos que queriam um segredo do pai do garoto que era gerente de um banco naquela cidade.

Eles exigiram as chaves e a combinação do cofre, porém ficaram irritados ao descobrir que para o infortúnio de todos naquele dia o gerente havia entregue as chaves para a seguradora atualizar as senhas dos cofres que só estariam sob a posse dele na manhã seguinte.

A família foi mantida aprisionada e no dia seguinte o gerente acompanhado por dois dos bandidos foram a empresa buscar os novos códigos. Algo simples, pegar os códigos, trabalhar normalmente e na próxima noite os bandidos iriam roubar o banco e todos os envolvidos estariam livres. Tudo parecia certo, se não fosse o fato de um dos bandidos gostar de matar pessoas.

Após o gerente trabalhar normalmente mesmo com sua família sendo refém de criminosos, mesmo o banco ser roubado e os criminosos fugirem com o dinheiro o membro do grupo que era responsável por tomar conta de todos sacou sua arma e apontou para a família.

Primeiro acertou na esposa que estava com os braços amarrados atrás das costas e recebeu um tiro na cabeça sem chance de fuga. Diferente do gerente que ao ver sua esposa cair ao seu lado e o bandido apontar a arma para seu filho, levantou e agarrou o homem após romper os cadarços que amarravam suas mãos.

Ele tentou dominar o bandido enquanto gritava para seu filho fugir pelos fundos da casa.

O garoto correu empurrando a porta de madeira. O bandido acertou o pai com um tiro na barriga e enquanto o homem caia viu o criminoso ir até a porta atingir seu filho pelas costas, mesmo longe e então ver o atirador voltar e apontar a arma contra sua cabeça antes de fazer o disparo mortal.

Ele não viu seu filho cair e rolar pela floresta atrás da casa até cair em cima de uma planta roxa que não parecia pertencer ao lugar.

As folhas da planta se misturaram com seu ferimento e milagrosamente o mantiveram vivo até ele ser encontrado quase 30 horas depois do incidente.

Nenhum médico conseguiu explicar como o garoto sobreviveu. A planta encontrada no local parecia ser uma planta qualquer após morrer com o peso do jovem. Devido ao trauma ninguém o questionou sobre o que realmente havia acontecido. Se haviam outras informações. Apenas classificaram como um milagre.

"Sim, eu lembro desse caso. A cidade inteira ficou abalada." - fala um policial careca olhando para o parceiro e em seguida para o vidro espelhado da sala.

"A segunda vez foi quando eu fui buscar o carro que meu pai me deixou no depósito da prefeitura... Havia outra planta por lá e novamente eu acabei inalando o pólen." - conta o garoto.

"Procuramos nos locais que você informou e tudo havia sido queimado."

"O Incendiário passou por lá". - Exclama para os policiais com cara de angústia.

"Sobre esse incendiário, como o conheceu?" - Questiona o policial mais alto e barbudo.

"Tudo aconteceu muito rápido. Eu estava voltando da pizzaria quando vi uma casa em chamas. Fui até lá para ver se havia alguém preso e foi dito e certo. Entrei rapidamente e achei um velho que parecia assustado num dos cômodos. O segurei pelo braço e quando me virei em direção a saida, parte do teto desabou bloqueando o caminho."