Em uma tarde muito quente, tudo que os alunos queriam era entrar e se sentar no ônibus que tanto esperavam. Na muvuca de tantas vidas tentando se organizarem em uma fila, as histórias, batalhas e alegrias de todos se perdiam para todos.
No interior do ônibus, havia muitas pessoas sentadas. Foi então que um garoto passou pela catraca e indo em direção à algum assento, ouviu uma voz lhe chamar. A princípio ele ficou confuso, depois sentou-se e esperou até que a dona da voz fosse em sua direção. Era sua namorada. Foi então, que quando se sentaram juntos, se tornou totalmente perceptível a alegria que cada um deles transmitam. Sorrisos, gargalhadas e olhares sinceros eram esbajados para quem quisesse ver.
Todos ignoraram este momento, menos uma menina. Ela olhava para eles com olhos de alegria. Ela não os conhecia, jamais havia visto algum deles. Ela encontrou verdades nas ações, verdade nos sentimentos, verdade nas expressões, verdade no carinho. Ela conseguia ver além dos gestos, conseguia enxergar as emoções: a paz, o amor, a reciprocidade que estava acontecendo naquele instante. E foi assim, naquele ínfimo momento para muitos que a felicidade foi teorizada para a garota que observava. Nada mais é que, momentos felizes, prazerosos, onde a paz e energias boas se fazem presente.
A garota desconhecida conseguia enxergar através de tudo que não fazem sentindo para as outras pessoas, mas que para ela tem uma lógica exuberante. Olhar aquele momento de refúgio e alegria a fez ficar feliz, imaginando se todos um dia conseguiria admirar como ela, a algeria do outro. Os pensamentos eram tão intensos e abrangentes que ela só se deu conta que o casal havia saído quando os procurou e não encontrou, e desde aquele momento começou a imaginar como seria o futuro deles, mas ao mesmo tempo ela queria entender o passado, contudo, percebeu que não cabia a ela responder ou criar fantasias sobre as vidas que ali se fizeram presentes, então desejou toda a felicidade que poderia ser proporcionada a seres humanos e decidiu que iria esperar pelo futuro.
As vezes ela ainda os imagina, se faz perguntas, mas a única certeza e tudo que importa foram os simples minutos que eles lhe proporcionaram conhecimento, mesmo eles não sabendo disto.Ana Grattd