Capítulo 3 - Encontros e desencontros

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 Caralho, que beijo foi aquele? Eu já namorei algumas vezes, (tá, foram muitas vezes), já beijei outros caras, mas nunca beijei alguém que me tirou do chão, figurativamente e literalmente falando. Eu fui até o céu e voltei, e quando voltei não sabia mais de nada. Estava sem fôlego e sem noção do que fazer depois de toda aquela confusão de sentimentos e de sensações.

 Depois do beijo, fique tão desconcertado, que simplesmente saí correndo. Eu sei, fui um doido e idiota, poderia ter pedido o número dele, rede social, CEP ou sei lá mais o que, mas estava tão concentrado no que estava fazendo que isso sequer passou pela minha cabeça.  Apenas saí.

 Pra vocês terem noção do quão focado eu estava, no meio do beijo, um amigo dele me pediu um cigarro e eu simplesmente joguei meu maço sem saber para onde iria, e venhamos e convenhamos, no "rolê", cigarro é sagrado. Algum tempo depois, senti alguém enfiar algo no meu bolso, e deduzi que era o amigo dele botando o meu maço de volta no meu bolso, mas aquilo não importava na hora. Imagina só se eu iria prestar atenção se o menino devolveu ou não o maço de cigarro para mim com aquele garoto me dando o beijo mais incrível da minha vida.

 Quando saí do meio da rodinha dos amigos de Miguel, todos os meus amigos estavam me olhando com "aquela cara". Aquele famoso olhar malicioso e curioso tentando dizer desesperadamente um "e aí, como foi?". Dei risada daquele bando de curiosos e disse simplesmente que havia sido incrível, não queria dar muitos detalhes, não queria fazer propaganda do "meu homem", (àquela altura eu já o considerava meu marido)e também não consegui entrar em detalhes pois a minha mente ainda estava em êxtase, minhas pernas ainda estavam bambas e meu coração acerelado.

 Eu ainda estava lembrando da forma em que ele me puxou. Do timbre grosso de sua voz que me arrepiava de uma forma inexplicável. De seus olhos castanhos e grandes me encarando. Eu ainda podia sentir o doce de seus lábios macios tocando os meus. Aquele beijo iria ficar guardado na minha memória por um longo tempo. Aquela sensação não poderia ser arrancada ou esquecida de modo tão fácil.

 Continuamos a andar pela Peixoto, ainda na calçada do posto de gasolina, quando ouço alguém chamando meu nome, era Miguel:

 -Oi, sou eu, me passa seu número?! -disse Miguel quase enfiando o celular no meu rosto. Ele estava tão exacerbado que na hora demorei um pouco para entender. Até hoje não sei se foi um pedido ou uma ordem.
 -Ah sim, claro. -Acho que naquele momento estava mais vermelho que um tomate. Minhas bochechas ferviam e minhas mãos suavam.

Salvei meu número no celular dele e lhe dei um sorriso tímido. Logo em seguida, alguém do meu grupo, não lembro exatamente quem, gritou "hoje é o aniversário dele, sabia?". Miguel me olhou com um olhar misto de desejo ansiedade e disse:

 -Ah, então hoje é seu aniversário? - disse ele com tom de malícia.
 -Sim, faço 18 hoje - respondi sem graça.
 -Ah é?! Deixa eu te dar o seu presente então.

 E então num só puxão, ele passou o seu braço por trás de mim mais uma vez e me agarrou com o celular ainda na mão. E lá se foi outro beijo de tirar o fôlego. E de novo aquele calafrio percorreu o meu corpo todo. Uma mistura de frio e calor. Me senti tirado do chão mais uma vez. Aquele menino tinha um beijo tão doce. Um toque tão suave, mas ao mesmo tempo, uma pegada tão forte. Ele tinha o famoso "beijo de novela", sabe aquele beijo cheio de paixão, de vontade, que tira o fôlego dos atores, que os deixa até zonzos? Então, exatamente assim, mas com muita, acreditem, muita realidade. O beijo dele não tinha outra definição a não ser maravilhoso.

 Assim que terminamos o beijo, Miguel me deu um sorriso singelo. Um sorriso tão lindo, tão sincero e saiu andando me olhando, como sempre. Depois do beijo todos os meus amigos, que eu poderia chamar de infantis, imaturos e outras coisas, mas não irei para conservar sua "reputação", começaram a gritar feito "recém-adolescentes", sabe aqueles que acabaram de entrar no ensino médio ou estão quase? Então... 

 Dali do posto, fomos andando para um muro bem grande, branco e meio sujo de musgo, ali na Peixoto mesmo. Na frente do muro, tinha uma árvore frondosa, de tronco largo e galhos que, com a bebida fazendo efeito, pareciam não ter fim. Ficamos ali pois tinha um menino, no qual eu não recordo a fisionomia e muito menos o nome, que estava com uma caixinha de som, então dava pra beber e dançar que nem doidos, como sempre fizemos.

 Após algum tempo, eu estava conversando com Henry sobre Miguel, e alguns instantes depois, Miguel aparece com um sorriso, um sorriso que não tinha malícia nem maldade, mas sim uma felicidade, um prazer em me ver, e acreditem, eu sorria do mesmo jeito. Ele chegou, me olhou, abriu o sorriso e eu me senti uma manteiga numa frigideira.

 Novamente, aquela sensação de frio e calor. Um arrepio pelo corpo todo. Como aquele garoto tinha tal poder sobre mim? Eu mal o conhecia, mal sabia seu nome, onde morava, o que fazia da vida. A essa altura ele poderia ser um assassino, um doido que fugiu de um hospício (tá, agora exagerei, mas vocês entenderam o meu ponto né?). Enfim, ele voltou à mim e eu, mais uma vez, saí do chão.


  Oi amoreeeeeees. E aí? O que estão achando da história de Pedro e Miguel? Vocês têm alguma sugestão? Comentem aquiiiii. E não se esqueçam de votar se gostaram do cap okay? Beijinhos.

Xoxo.

Olhos CastanhosOnde histórias criam vida. Descubra agora