" Estranha! Aberração! Morreu alguém? Cuida-te! " Eram estas as palavras com que Aurora convivia constantemente, simplesmente porque preto era cor do seu cabelo e de todas as suas roupas que transportava sobre o seu magro e fino corpo, todos os dias da semana, todas as semanas do ano. Aurora tinha uma razão por se vestir daquela maneira tão sombria, mas também nunca ninguém lhe tinha perguntado.
Todos temos uma história, para ser contada, mas nem sempre são ouvidas.
Aurora era uma adolescente de 16 anos, era alta e magra, seus cabelos eram cor de carvão mas os seus olhos eram azuis profundos. A sua face era pálida contrastando com os seus lábios vermelhos. Não se considerava gótica, mas sim de luto. Mas psicologicamente Aurora era uma pessoa tímida, reservada, calada, diferente... Por outro lado Aurora era uma aluna exemplar, encontrava-se no décimo ano na área de ciências, a sua média era a melhor da escola. Aurora andava num colégio dos mais complicadas para se entrar, onde a exigência era muitíssimo elevada. Aurora tinha grandes planos para o futuro, e com a sua média atual podia entrar em qualquer universidade.
Ouviu-se o toque de saída, e por todos os cantos da escola, visualizavam-se alunos de todas as idades a correr, a gritar, a chorar, a abraçar-se, a despedir-se porque este poderia ser o último dia naquela escola para muitos...
Ultimo dia de aulas, começaram as férias, mas o que raio que eu irei fazer agora sem aulas? Sem estudo?
A respostas que Aurora tentava encontrar, estaria em casa, á sua espera.
Após ter feito a sua última viagem de autocarro, da escola até casa, a ouvir as mesmas músicas do seu telefone, tinha chegado finalmente a casa. A mesma casa de quando nascera, a mesma casa onde dera os seus primeiros passos, a mesma casa onde os pais teriam chegada as 2 da manhã, a mesma casa onde fora criada por amas, a mesma casa onde os pais nunca estavam presentes, quando menos ou mais Aurora precisava deles. Mas neste dia tão esperado pela maior parte dos alunos, os pais de Aurora esperavam-na na sala de estar.
Uma porta a bater se ouviu, Senhora Madalena e Senhor Rafael, os pais de Aurora, voltavam agora as suas faces para a fonte de onde provinha tal ruído, de lá uma cara amável, rosada, com olhos cor de chocolate e cabelo apanhado preto como o carvão dizendo:
- Senhor e Senhora, a Menina Aurora chegou.
- Obrigado Maria, muito prestável pode agora retirar-se. - respondeu amavelmente a mãe de Aurora.
Atrás da Dona Maria encontrava-se Aurora, que não estava habitada a ser chamada pelos pais assim que chegasse a casa. Desconfiada Aurora, entrou calmamente na divisão, avançado com a cautela que achou necessário no momento e posicionou-se em frentes de ambos os presentes na sala de estar.
- Senta-te, por favor. - ouviu Aurora da voz doce e carinhosa mas autoritária do pai.
Aurora sentou-se, como lhe fora pedido, no sofá em frente ao dos pais. Aurora ainda sem saber o que vinha a seguir, pensou que seria melhor esperar para ouvir o que os seus progenitores tinham de tão importante para lhe disserem para tirarem a tarde de folga.
- Querida, temos excelentes notícias para lhe dar. - exclamou Madalena com um sorriso que iluminava toda a sala.
- E fique já a saber que tem o nosso total apoio incondicional. - esclareceu Luís.
Sim claro como têm feito todos estes anos, pensou sarcasticamente. Digam logo quais são as noticias, Estou a morrer de curiosidade.
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a cor da vida
Teen FictionA história de uma rapariga de 16 anos, que foge para Londres onde faz um amigo para a vida e onde desenvolve o seu conhecimento e paixão pela música e pelas artes.