Capítulo 1

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Maria

M - Estava farta de estar em casa, não estava a conseguir suportar mais aquele ambiente. Peguei na minha mala, no meu portátil e fui até a minha praia favorita. Sentei-me na esplanada e enquanto tirava o meu computador da mala, veio uma menina atender-me, perdi o foco e quase deixei cair o que tinha na mão.... Era alta, cabelo curto, loira, o meu tipo de crushs como é obvio, fiquei encantada – bom dia..

- Bom dia, o que deseja? – disse-me ela a sorrir

- Hmm... - fiquei atrapalhada com o sorriso da moça, nem sabia pensar direito – um, um sumo de laranja natural, por agora, por favor – sorri de volta.

- Trago já! – apontou o meu pedido e virou costas.

Conseguia ainda sentir o seu perfume no ar, não consegui fazer nada do meu relatório durante aquele tempo que lá tive, obvio que ainda pedi uma tosta para o meu almoço, só queria que el comunicasse comigo, a voz dela transmitia paz.

Arrumei as minhas coisas, ajeitei o cabelo e fui lá dentro ao balcão pedir a conta, estava perdida a olhar para ela, até que não sei o que aconteceu que tive coragem para lhe perguntar:

- Estás livre quando acabar o teu turno? – quando percebi que tinha verbalizado tal pergunta, queria um lugar para me enfiar, não sou nada deste género de coisas, ainda para mais na situação em que eu estava, fiquei tímida e frágil enquanto mexia na carteira a contar moedas.

Lara

Segunda semana de trabalho a começar. O bar hoje estava deserto devido ao frio que estava no ar, ainda era cedo, até que apareceu uma rapariga que me saltou a vista, todo o meu género de raparigas com ar de menina, toda pindérica, achei que podia ser uma madame e que assim que visse que era uma lésbica a atende-la armasse um escândalo.

Rapidamente percebi que não e que a tinha deixado sem jeito com o meu sorriso, não nego que não fiquei contente, gosto de causar impressões nas pessoas, quando é pela positiva, melhor ainda.

Fiz questão de ser sempre eu a atende-la, quando ela veio pagar deixou-me a mim sem jeito com a pergunta que ela fez. Olhei-a, lancei um sorriso tímido ao vê-la sem jeito de novo e disse:

- Estou livre, saio daqui a 1 hora. – sorri-lhe – e o teu almoço fica por minha conta.

- Ah...

Ri-me ao vê-la atrapalhada e disse – não te preocupes, relaxa, podes ir para casa e eu vou te buscar assim que sair daqui. – Estiquei um papel que já tinha escrito o meu nome e o meu número – liga-me.

Maria

Depois de eu me ter surpreendido com a minha própria pergunta fiquei ainda mais surpresa com a resposta dela.

Sai do bar, fui para casa, tomei banho e arranjei-me, nada de especial, umas calças de cintura subida, como sempre, uma camisola básica e uns ténis.

Passado uns 10 minutos dela sair, respirei fundo e mandei mensagem:

"De: Maria

Para: Lara

Olá, boa tarde. Sou a Maria, a rapariga de há bocadinho no café... espero que não me tenhas enganado e que não sejas a Lara... estou a tua espera à porta do meu prédio.

Beijinhos.

Morada: xxxxxxxxxx xxxxx xxx xx xx"

Fiquei nervosa e acendi o meu cigarrinho enquanto andava de um lado para o outro com o telemóvel na mão a espera de resposta.

Em menos de 5 min depois de ter enviado a mensagem, parou um carro preto, com vidros fumados a porta do meu prédio, o vidro desceu e era a Lara, sorri, acenei, apaguei o cigarro e aproximei-me do carro.

- Olá, acho que e vieste buscar... posso entrar? – ri-me 

Um acasoWhere stories live. Discover now