Escolhas

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Escolher amar não é tarefa para os fracos, uns levam dentro de si amores anônimos e nunca tiveram a noção que escolher amar é uma possibilidade, para algumas pessoas o amor é loucura demais e risco demais.

Carol observa Day deitada ao seu lado, uma cama de solteiro abriga as duas e Carol gosta disso. Day dorme num dia de garoa que só a cidade de São Paulo pode proporcionar. Aquele dia escuro em plena luz do dia. As gotinhas espalhadas no vidro da janela e um edredom branco para dividir o calor. No chão as roupas estão espalhadas demonstrando que a entrega foi completa. A maior intimidade que se tem com outra pessoa é poder estar dentro dela, sem medo, sem pudores, sem diplomas ou culturas. Duas pessoas que querem estar ali e não em outro lugar, duas pessoas que escolheram estar ali e não em outro lugar. Não estão ali porque não há coisa melhor a se fazer, elas estão ali, porque apesar de tantas outras coisas a se fazer, tudo que elas querem é estar ali. A respiração calma de Day e os olhos fixos de Carol em como sua amada dorme em paz depois de toda demonstração de carinho e afeto. Quer saber se ama realmente alguém? A observe dormir e se você puder fazer isso por horas a fio, essa é a prova. Carol poderia ficar ali por muito tempo e não se importaria, os cabelos longos e castanhos que cheiravam tão bem, a pele sob a baixa luz daquele dia. Day vai abrindo os olhos lentamente, sem se mexer observa o teto e logo foca seu olhar em Carol e sorri.
"Ei, você." - Day
Carol sorri de volta e não diz nada, apenas baixa um pouco a cabeça até ficarem muito próximas. A dois dedos de um beijo, Day sorri de canto prevendo o beijo. E é o que Carol faz. Encosta apenas os seus lábios nos lábios de Day e fica por alguns segundos assim. Sentindo o calor de Day. Mas Day não resiste e abre a boca devagar deixando sua língua tocar os lábios de Carol, procurando sua língua que logo chega e o beijo torna-se mais intenso, Carol respira fundo e Day sente seu corpo responder. Day de afasta e olha nos olhos de Carol:
"Somos capazes de sobrevivermos quantos dias em uma cama de solteiro sem água ou comida? ". - Day

"Muitos dias, mas eu queria tanto comer brigadeiro de colher".- Carol

Elas riem juntas, lembrando das vezes que tardes como aquelas eram regadas à muito brigadeiro.

" Se você espera que eu me levante dessa cama e faça brigadeiro, precisa parar  de me beijar". - Day

"Eu não consigo". - Carol

Carol segura a nuca de Day e lhe dá um beijo lento e forte, Day a abraça a trazendo pra perto e suas peles se tocam tempo suficiente para que elas percam novamente o sentido, de tempo e espaço. Day sente o arrepio de Carol e sussurra:

"Está com frio?" - Day

Carol mal consegue responder, então apenas balança a cabeça em negativa.
E diz quase sem som nos lábios:

"Eu quero você!". - Carol

Day encontra seu pescoço num beijo molhado enquanto Carol descobre cada canto do corpo de Day com seus dedos e mais uma vez escolhem se amar ao invés de fazer brigadeiro.

Carol está em outro mundo, deitada ali com Day, não consegue se mover e Day descansa sua cabeça nos seios de Carol, também sem reação. Até que dois toques simultâneos nos celulares as fazem despertarem daquele paraíso e voltarem ao mundo real:

O show de amanhã!

Day levanta antes para pegar o celular e Carol ri maliciosamente observando o corpo de Day de costas, mas também se levanta em seguida para ler também sua mensagem. As duas se viram, olhando uma para outra e riem.

P L A Y - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora