I

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     Letícia saía de casa sabendo que, naquele mesmo dia, mais tarde, perderia a virgindade. Finalmente tiraria esse peso de seu corpo, de sua mente. Do seu círculo de amizade, era a única pessoa que não tinha transado, e ela já tinha dezenove anos. Mas esse dia chegava para todas, e o dela estava finalmente ali.

Antes de sair de casa se preparou toda. Tomou um banho bem demorado, onde se lavou bem com seu sabonete. Depilou-se, deixando sua virilha da forma com que tinha vindo ao mundo. Queria ser excitante para seu parceiro, e adorava a forma da sua vagina. Mas detestava como seus pelos grossos cresciam, espalhados.

Só de pensar no que aconteceria à noite, ela já se excitava. Quando estava pondo a roupa, passando perfume, sentiu sua vagina umedecer. Fechou os olhos, imaginando o corpo de Hugo. Adorava passar a mão nele, que era bem mais alto que ela, e forte. Sua pele escura, seu olhar penetrante. Não gostava de pensar que estava apaixonada. Evitava esse tipo de pensamento da sua cabeça. Mas acontece que Hugo era um filho da puta carinhoso. Além de ser muito bonito. Quando andavam juntos no shopping ou passeavam na praia, reparava que outras moças olhavam para ele. Chamava a atenção. Não diria que Hugo era o homem dos seus sonhos. Isso é pensamento de pré-adolescente. Mas, naquele momento, era quem mais desejava.

Quando pegou o ônibus, seguindo para onde o encontraria, lembrou-se de como chegaram naquilo. Estavam juntos, à noite, na casa dele. Os dois comiam pizza, assistiam algo na Netflix, se divertiam juntos, contando piadas. Quando a série que viam acabou, ele a beijou. Letícia passou a mão por trás do seu pescoço, o abraçou. Trouxe-o para mais perto dela. Queria ele bem juntinho. Sentiu o peito de mármore dele contra o seu e isso a excitou. Muito. As mãos dele passeavam lentamente pelo seu corpo. Tocavam seu pescoço. Iam até a nuca, desciam pelas suas costas, causando-lhe um arrepio. Precisou de muita força de vontade para afastá-lo.

— Hoje não. — Sussurrou. Estava fraca. Sua voz quase não saía. Lutava contra si mesma para não continuar. — Hoje não.

Hugo, como sempre, foi compreensivo. Ele se afastou e lhe deu um beijo terno. Depois, se levantou e foi buscar mais refrigerante para os dois. Ela queria que ele voltasse, que voltassem a se beijar, mas ao mesmo tempo não desejava. Não estava preparada. Era virgem. E conversou com ele sobre isso, alguns dias depois. Foi quando organizaram tudo. Aconteceria na casa dele. Comeriam algo. E depois iriam para a cama.

Hugo a encontrou no ponto de ônibus. Andaram por uns cinco minutos até chegar à casa dele. Letícia conhecia o caminho, mas mesmo assim ele fez questão de levá-la. Ela percebeu, quando chegaram, que ele próprio tinha cozinhado. Strogonoff, arroz e batata palha. Tudo fresquinho, esfumaçando. Feliz, sentou-se na mesa. Estava nervosa por dentro a viagem inteira. Mas agora, na presença dele, acalmara-se. Ver Hugo e aqueles olhos castanhos tranquilos, olhando-a, deixava-a relaxada. Hugo era um domador de tempestades.

— Eu fiz strogonoff porque eu me lembro que você me disse que amava. — Ele disse, sorrindo. Ela concordou com a cabeça.

— Eu não sabia que você lembraria disso.

— Ah, eu me lembro. Foi um dia importante para mim.

— Foi, é? Importante por quê?

— Porque foi o dia que a gente se beijou pela primeira vez.

Não havia sido. Quer dizer, de certa forma sim. Eles se beijaram ardentemente naquele dia, mas o primeiro beijo deles tivera sido antes. Algo mais terno sim, mais calmo, mais rápido. Nada demais. Ela não se importou tanto. Talvez ele não considerasse aquele beijo anterior. Não sabia como ele via aquelas coisas.

Comeram. Não sabia que ele cozinhava tão bem. Hugo nunca lhe dissera nada sobre isso. Adorou a surpresa. Trocaram conversas enquanto comiam, e ela se sentiu mais relaxada. Tinha vinho também, mas tomou cuidado para tomar pouco. Não queria se embriagar e não fazer nada. Ou fazer coisas e não ter plena consciência do que fazia. Tomou uma taça só. Hugo, por sua vez, tomara duas.

Sem pressa nenhuma, ele a guiou até a sala, onde se sentaram e continuaram conversando, terminando suas taças de vinho. Quando ele a pegou pela mão e a levou até a sala, pensou que seria naquele momento. Mas não. Hugo não fazia o tipo de homem apressado. Ele queria, na verdade, deixá-la bem relaxada. E ela agradecia por isso.

— Eu não queria dizer isso, mas estou um pouco nervoso. — Ele afirmou, depois de um tempo dos dois estarem em silêncio, se beijando sem parar. — Espero que eu seja bom para você.

— Você sempre é bom comigo, Hugo. — Ela disse, sussurrando. Hugo sempre a deixava daquele jeito, ofegando, sussurrando. Como se perdesse o ar na presença dele. — Quero que fique tranquilo. Porque eu estou.

Ele assentiu. Então a beijou. O beijo mais terno que Letícia já havia recebido e, justamente por isso, o mais excitante. Era como se Hugo lhe entregasse tudo o que sentia por ela naquele momento. Sua língua passeava lentamente por dentro de sua boca, e sua mão tocava sua cintura, e ela sentiu muito tesão. Passou a mão por baixo da camisa dele, alisou sua barriga, seu peito. Tudo muito bem torneado. O homem era um Deus grego. Dionísio em pessoa.

De mãos dadas, foram até o quarto dele. Um lugar que ela nunca tinha ido. Ficou impressionada com a organização. De luzes apagadas mas com as cortinas abertas, o quarto recebia a fraca iluminação das luzes dos postes. Ela se sentia melhor assim, à meia-luz. Ele a beijou, e eles foram tirando as peças de roupa um do outro, lentamente. Completamente nus, se deitaram, e Hugo ficou sobre ela por um tempo, depois de colocar a camisinha, sem tentar encaixar seu pênis. Trocaram olhares. Letícia sentia o pênis tocando sua coxa. Era enorme. Ficou um pouco assustada.

— Posso? — Ele perguntou.

— Sim. — Disse, finalmente. Já estava ali. E sabia que tudo ficaria bem.

Devagar, sem forçar muito, Hugo encaixou. Letícia finalmente tinha perdido a virgindade, o filete de sangue escorrendo pela sua coxa, manchando de vermelho o pênis endurecido de Hugo. Uma dorzinha se espalhou pelo seu corpo, como um choque, mas que logo foi substituído por prazer quando Hugo começou a estocar, primeiro lentamente, depois aumentando a velocidade. Seu quadril fazia um balanço perfeito, e ela conseguia sentir toda a extensão daquele pau enorme.

Aquela sensação prazerosa foi aumentando e aumentando e aumentando, e Letícia sabia o que estava acontecendo. Seu orgasmo veio e sabia que era uma das poucas mulheres que poderiam se gabar que tiveram um orgasmo na primeira vez. Mesmo assim Hugo não parou, aumentando bastante a velocidade, sabendo que sua vez estava chegando.

O gemido dele veio alto e caiu, o rosto afundado no travesseiro em que Letícia estava deitada. Ouviu ele falar duas palavras para si mesmo que, mesmo abafadas pelo travesseiro, ela conseguiu entender.

— Adeus, Hugo. — Disse e ela não entendeu nada. Ele saiu de dentro, tirou a camisinha. E adormeceram ali, deitados, um abraçado ao outro. Havia sido uma das melhores experiências da vida de Letícia. E ela temia de verdade que estivesse se apaixonando. 

O Sexo Dos OutrosWhere stories live. Discover now