CAPÍTULO 3

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Já é de manhã, está chovendo muito, eu estou fazendo biscoitos de baunilha com gotas de chocolate  para tomarmos café e aproveitando pra ficar de olho na margarida que ainda está dormindo no sofá da sala, no meu apartamento a sala e bem grande e a cozinha e separada dela apenas pela bancada, o que me permite vigia-la sem que ela perceba que essa é a intenção.

Quando viro a massa para sova-la alguém chega por traz de mim e me agarra, eu pego a frigideira e bato na testa de quem me agarrou, quando vou olhar quem era eu vejo o Erick caído no chão passando a mão no lugar onde eu o acertei.

Erick: Ai... Ai minha testa!

Eu: Foi mal...

Erick: Por que você fez isso?

Eu: Você me assusta, e a culpa ainda é minha?

Erick: Essa não era a intenção!

Eu: E te acertar não era a intenção!

Erick: Então qual era a intenção?

Eu: Acertar quem me agarrou!

Erick: Eu te agarrei! (Fala se levantando do chão e passando a mão na testa)

Eu: Eu não sabia disso antes de te acertar!

Larissa: Atrapalhei alguma coisa?

Eu: Não atrapalhou nada, pelo contrário me salvou de uma bronca.

Erick: Eu vou na padaria comprar chocolate quente pra acompanhar os biscoitos, hoje está fazendo um frio ótimo!

Eu: Concordo!

Eu: Você vai de que?

Erick: Moto! (Fala procurando a chave nos bolsos)

Eu: Acho melhor você ir de carro, a menos que você queira tomar um banho. (Falo jogando as duas chaves pra ele)

Erick: Valeu pirralha!

Eu: Pirralha seu...

Erick: Ou! Acalme essa linguinha! Temos visitas. Se lembra disso?

Eu jogo a colher de pau na coxa dele.

Erick: Pelo amor de Deus! O que mais você vai tacar em mim? Um prato?

Eu: Estou aceitando sugestões!

Larissa: Que tal uma faca?

Eu: Eu gostei de você!

Falo sorrindo pra ela.

Erick: Essa conversa está ficando meio perigosa pro meu lado então... Vou indo nessa. Se me dão licença...

Eu e ela disparamos a rir enquanto ele sai. Quando a porta se fecha eu vou até o armário pra pegar os moldes.

Larissa: Quer ajuda?

Eu: Sim! Pode ir abrindo a massa?

Larissa: Claro!

Eu: O rolo está do lado do vidro de açúcar mascavo.

Larissa: Achei!

Enquanto ela abria a massa eu coloquei o forno pra aquecer e fui pegar o papel-manteiga.

Eu: Então... De onde você vem?

Larissa: Eu? Eu... Vim de Nova York!

Eu: E qual é sua história?(Falo cortando a massa com os moldes)

Larissa: Bom... Eu me mudei pra cá quando tinha quatro anos ou melhor dizendo depois que minha mãe se casou de novo.

Eu: Padrasto esquisito?

Larissa: É... É isso... (Eu coloco os biscoitos para assar)

Eu jogo um prato de vidro no chão perto do pé dela para que ela se assuste fazendo com que ele se quebre.

Eu: Olha... Eu sei que é difícil falar a verdade sobre sua vida pessoal pra uma estranha, mas... Eu sei que você não é como um humano comum, eu vi seus olhos ficarem violetas.

Larissa: Que bobagem! Foi o reflexo do sol e...

Eu: Bom... Eu falo primeiro... Já que alguém tem que dar o primeiro voto de confiança, pode ser eu então. (Falo puxando uma banqueta na bancada e me sentando)

Eu: Eu tenho 16 anos, meu nome é Cinthía Rainary, sou órfã, fui adotada, fui sequestrada por uma agência secreta, eles me torturaram, fizeram experiências comigo, por causa disso tenho habilidades sobrenaturais, fui salva por um garoto filho de um dos cientistas e vivo fugindo desde então.

Larissa: Seu nome não era Mari... Indentidade falsa...

Eu: Eu tenho que garantir a segurança de quem amo.

Eu vejo que ela ficou mal por mim.

Eu: Não sinta pena, isso fez de mim quem sou hoje, e me deu tudo que eu tenho hoje.

Larissa: Benjamin?

Eu: Erick!

Larissa: Tudo bem...

Larissa: Agora é a minha vez né?

Eu aponto a banqueta na minha frente e ela se senta.

Larissa: Eu sou metade indígena, a outa metade é de uma família de magos e bruxas, tenho 15 anos, vou fazer 16 daqui alguns dias, tenho diversos poderes, e estou passando por uma renovação de poderes.

Eu: Então essas... Essas coisas existem?

Larissa: Sim, você não sabia?

Eu: Não.

Larissa: Estranho! Então de onde você acha que saíram suas habilidades.

Eu: Quando eu fui sequestrada eles injetaram diversas coisas em mim...

Larissa: Não! Eu posso sentir e te garantir que não foi por isso!

Eu: Então o que eu sou?

Larissa: Não sei, mas sei quem sabe!

Eu: Quem?

Larissa: Minha tia também é como eu, mas ela é mais forte, ela pode dizer o que você é.

Eu: E onde ela está?

Larissa: Ela morreu! Mas eu consigo me conectar com ela.

O forno apita.

Eu: Está pronto!

***

Eu fiquei pensando no que ela disse, eu vou ter que debater essa história com o Erick mais tarde, eu estou confusa com toda essa história, mais aos poucos as coisas vão se organizar, assim espero.

***

Agora todos nos estamos indo dormir amanhã eu vou falar com o Erick e nos vamos tentar resolver essa história.

Continua...



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