POV Julia
A cada que eu me afastava, mais o meu coração doía. Ficar longe da pessoa que você ama faz com que você se sinta vontade de se aproximar, ficar com aquela pessoa cada vez mais e dar tudo de si para que essa pessoa fique com você. Mas no meu caso, era diferente.
Quando estou com Lara, a pessoa mais importante da minha vida, me sinto completa e toda feliz. Mas ao mesmo tempo, distante e muito triste. Ela perdeu as memórias e não se lembra mais de tudo que passamos, tudo o que sentimos uma pela outra e tudo o que nos faz feliz. Mas também, isso é minha culpa.
Minha culpa... não queria que isso tivesse acontecido. Mas a culpa é totalmente minha. Não conseguia me perdoar pelo o que eu fiz. Se pelo menos tivesse sido diferente, não estaria com esse peso nas costas e Lara ainda estaria com as memórias.
Mas não posso desistir dela. Não irei abandona-lá. Mesmo com a culpa sobre mim, não posso deixa-lá. Irei ficar com ela até o fim. Tudo por amor, simplesmente. Reconquistarei ela e iremos viver felizes, juntas.
Mesmo com a minha culpa...
POV LARA
Enquanto eu observava Julia ir, me sentia feliz. Parada naquela calçada, plantada que nem uma boba, imaginava dar a ela uma chance. Eu era a namorada dela, não é? Não posso fugir do meu passado só por apenas não me lembrar dele. Precisava agora encarar os fatos e tudo o que eu perdi.
Mas quando me virei, senti meu coração sair pela boca.
Tinha uma viatura da policia parada a mais ou menos 10 metros da casa do meu irmão. Fiquei com medo, pensando que minha mãe finalmente quer processar Julia por ser maior de idade por estar namorando uma de menor.
Toquei o interfone, pensando no que aconteceria. Iriam prender Julia? Não podiam simplesmente fazer isso. Depois do meu irmão abrir, eu atravessava o jardim da frente, que era bem bonito e decorado com pequenas arvores, te do receio do que aconteceria.
Abri a porta da sala. Estavam meu irmão e depois policiais. Pareciam que estavam tendo uma conversa normal, mas quando eu entrei todos me olharam, como se estivessem me esperando.
- Lara — meu irmão se levantou e foi até mim — Pode vir, não é nada demais.
- Olá, Sra. Rodrigues — levantou-se uma mulher — Sou a detetive Maria Castro, e aquele é o policial Andrade Souza.
Maria era uma mulher bem alta, não tanto quanto Camila, mas era mais alta do que eu.
Era ruiva e tinha os olhos negros bem sérios. Andrade era um policial bem gordo e careca, e tinha os olhos cansados.- Oi... — consegui dizer, depois me virei ao meu irmão, e falei bem baixo — Não estão aqui por causa de Julia...
- Não é isso — disse Rafael — É por causa do seu acidente.
Não conseguia entender aquilo. Como assim, meu acidente?
- Estamos em uma investigação — disse Maria. Sua voz era bem séria e objetiva — Depois do seu acidente, outra duas pessoas morreram e duas ficaram feridas. Estamos trabalhando nisso.
- Mas mesmo assim, não foi apenas um acidente normal? — perguntei. Se nos dez dias que fiquei no hospital ainda não resolveram aquilo, alguma coisa tinha a mais.
- Bem, isso se fosse algum acidente normal — disse a detetive — Mas isso não é tudo. Depois do acidente, não conseguimos saber quem era o condutor do outro carro.
- Como? — perguntei.
- Tinha dois carros no lugar do acidente — disse o policial Andrade — Um é na onde vocês e seus amigos estavam. O outro, ninguém sabe quem estava lá. Não havia absolutamente nada: digitais ou até mesmo placa do outro carro. Procuramos durante os dez dias que você ficou no hospital, e não achamos nada. Ou o condutor foi bem esperto em escapar sem deixar provas ou o carro simplesmente bateu em vocês sem que ninguém estivesse lá.
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Amando Novamente
RomantikLara Rodrigues acorda em um hospital, depois de ficar um tempo em coma. Havia sofrido um acidente de carro, e não se lembrava de nada dos últimos seis meses. Quando acordou, seu irmão, Rafael Rodrigues, disse para ela que perdera muita coisa do seu...